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A música conecta

Around The World | Village Underground

Por Manoel Cirilo em Around The World 11.09.2019

A música é o fator principal que nos motiva a sair de casa rumo a alguma festa, mas nem ela é capaz de garantir o interesse do público se estiver sozinha. A experiência proporcionada pela combinação dos elementos que compõem uma noite é o que realmente importa e, nesse caso, quanto mais singular for essa combinação maior é o interesse gerado. O Village Underground tem em sua formação nada óbvia o principal diferencial e proporciona a todo o público uma vivência fora da curva.

O espaço foi criado em 2006, em Londres, como uma iniciativa para viabilizar espaços de trabalho mais acessíveis para artistas e profissionais criativos que tentavam se estabelecer na cidade. O projeto inicial contava com 4 vagões de metrô e 2 containers de carga agrupados e reestilizados para servirem como estúdios coletivos para esses profissionais. Poucos meses depois de inaugurado, o VU encontrou um novo lar no distrito de Shoreditch, um topo de viaduto sob o qual passava uma antiga linha de trem. Foi então que a marca se mudou do endereço original, se mantendo lá até hoje.

Ao lado do viaduto onde o coworking criativo foi instalado, um antigo galpão onde funcionava um ponto de venda de carvão para os trens da ferrovia também estava desativado e os criadores do Village Underground o incorporaram em seu empreendimento. Algumas reformas que incluíam a instalação de um teto de vidro, sistemas de iluminação e som, rebocagem das paredes e assentamento do chão prepararam o espaço para se tornar um dos principais pontos para eventos na região — a abertura oficial dessa nova fase aconteceu em abril de 2017.

Toda a concepção do Village Underground foge ao convencional e o espaço de eventos gerenciado por ele não seguiria um caminho oposto. A casa funciona como palco para shows ao longo da semana e durante o final de semana as portas se abrem mais tarde para adotar o formato de club com foco especialmente na nossa música eletrônica. 

Do indie, passando pelo hip hop, reggae, house, até chegar ao techno mais reto, estilos variados de música encontram no VU um espaço neutro que recebe todos com a mesma atenção, cada um a seu tempo. Nomes como Four Tet, Helena Hauff, Jayda G, Diplo, Gerd Janson e Channel One Sound System são alguns dos nomes que já estiveram na pista do clube e comprovam sua versatilidade musical. Este último é figurinha carimbada nas noites do VU, com apresentações praticamente mensais por lá.

Atualmente, o espaço criativo do VU recebe cerca de 30 artistas divididos entre dramaturgos, fotógrafos, designers e outros profissionais que trabalham nos estúdios alternativos oferecidos pelo espaço. A importância dada à arte vai ainda além dos espaços criados, o VU é responsável pela curadoria das pinturas feitas nos muros da Great Eastern St., onde se encontra a maior área dedicada à arte de rua em Londres. Em 2014, o Village Underground chegou a Lisboa com sua proposta de espaço coletivo e desde 2017 a unidade de Lisboa também passou a organizar eventos em um galpão revitalizado. 

A música conecta.  

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