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A música conecta

Case | Afterlife

Por Marllon Eduardo Gauche em Case 12.02.2020

Para falar do surgimento da Afterlife, precisamos primeiro resgatar o histórico de seus líderes e entender que a música é como o oceano. Você pode encontrar águas mais rasas, enfrentar ondas agitadas, descansar em espelhos d’água ou mesmo descer até as profundezas e encarar o desconhecido. Foi neste último ponto que Carmine Conte e Matteo Milleri decidiram apostar quando idealizaram o duo Tale Of Us, em 2008. 

Os primeiros lançamentos soavam pouco parecidos com o que conhecemos hoje, mas as coisas começaram a mudar mesmo em 2011 e 2012, quando emplacaram releases originais e remixes na Bpitch, Visionquest, Kompakt e principalmente Life And Death, direcionando seu estilo sonoro para linhas mais melancólicas.

Ainda sem uma identidade definida, continuaram emplacando releases por uma infinidade de gravadoras e apostando em diferentes estilos, até que entregaram em 2013 uma preciosidade. Surgia seu remix de Primative People, para Mano le Tough, música que tornou-se um clássico e é, sem dúvidas, uma das mais belas produções de Carmine e Matteo até aqui.

O rumo que Tale Of Us tomaria a seguir estava ficando cada vez mais definido. Vieram novos trabalhos ao lado de Mano le Tough, como o remix de Can’t Do Without You, além de collabs com Vaal, Mind Against e Recondite, hoje todos parte do catálogo da Afterlife, que surgiria logo na sequência. O calendário marcava junho de 2016 e o local era Plaza Mayor de El Poble Espanyol, em Barcelona, essa data provou ser um prefácio perfeito para o início de uma residência de 13 semanas no Space Ibiza.

Afterlife no Space Ibiza

A história que se desenhava tornou-se algo real. Através de curadoria musical meticulosa e uma abordagem mais experimental, a Afterlife ressuscitou Ibiza sonicamente. Caracterizada por paisagens sonoras hipnotizantes e ritmos exuberantes, tanto a crítica quanto os clubbers enlouqueceram com os lineups, que incluíam Recondite, Nina Kraviz, Dixon, Ame, Mind Against, Vaal, Mano Le Tough e muito mais. 

A odisséia musical proposta pela Afterlife passou logo em seguida para a indústria fonográfica apresentando o Reino da Consciência, nome dado à compilação que trazia nomes como Woo York, Monoloc, Locked Groove, entre outros. Assim como em seus eventos, a atmosfera que envolvia cada produção cumpria seu papel de levar o ouvinte para outra dimensão, orbitando entre melodias encantadoras e graves arrepiantes.

Em uma entrevista ao Resident Advisor, Carmine e Matteo explicaram: “Inicialmente, criamos a Afterlife para organizar noites e shows em clubes que refletissem nossa visão da música e levassem a multidão a uma jornada. Também queremos impulsionar os artistas em que acreditamos e estão próximos de nós, por isso foi uma evolução muito orgânica iniciar o  selo. Tanto os eventos quanto a gravadora se complementam”.

Hoje o label tornou-se conhecido em cada canto do globo, seja por seus eventos que já passaram por Ibiza, Barcelona, Miami, Nova Iorque, Tulum, Bucareste, Boom, Amsterdã, Londres, Milão, Buenos Aires e Atenas, ou por seus mais de 30 releases até aqui com os principais destaques do techno melódico, incluindo nomes que ajudaram a marca a expandir, como Denis Horvat, Mathame, KAS:ST, Be No Rain, Colyn, ARTBAT, Agents Of Time, Fideles e Patrice Baumel, este último assinando o mais recente release, lançado no fim de janeiro (31). 

Nos preparemos então para uma data histórica, dia 14 de março, quando Tale Of Us, Adriatique, ANNA, Denis Horvat e Colyn desembarcam na ARCA para a estreia e única data da Afterlife no Brasil, em São Paulo.

A música conecta.

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