Rods Novaes e Nik Ros são como dois amigos inseparáveis. Topam quaisquer desafios, estão juntos independente da ocasião e a irmandade é o que sempre prevalece. Apesar de não compartilharem do mesmo sangue, compartilham da mesma paixão: música eletrônica e produção musical. Em suas respectivas capitais — Rods é de Cuiabá e Nik de Campo Grande — ambos são figurais centrais nos estados onde atuam quando falamos do cenário underground, principalmente nos referindo a vertentes como house, techno e minimal.
Se formos somar a quantidade de faixas já lançadas ao mercado de cada um, teríamos uma lista gigantesca que seria bem difícil caber aqui. Porém, na Serialism, selo de Cesare Marchese e Philippe Quenum por onde emplacaram mais um trabalho em conjunto, essa é praticamente a estreia de ambos — com exceção de Rods que já deu uma passadinha pelo catálogo em março do ano passado em um VA.
A questão é: não importa onde, como ou quando sai uma collab dos dois juntos, a certeza é de que um resultado de alto nível sempre virá, e Mahaoo, o mais recente EP assinado pelos artistas, é um ótimo exemplo. A nosso convite, a dupla dinâmica nos presenteou com um review de cada uma das cinco faixas originais presentes no lançamento. Ouça abaixo e embarque nessa com a gente:
O EP | Totalmente pensando na atmosfera do selo, com bassline marcante, bateria sempre presente, melodias e synths característicos e uma atmosfera mais calma.
Gororoba | Também com percussão mais analógica, o diferencial são os timbres e tons completando a faixa, ela tem um swing mais para clubs, em um warm up mais selecionado, com synth melódico bem empolgante e sutil que acaba nos embalando para alguma coisa grande, além de alguns elementos mais acids dando textura para a faixa.
Jujuba | Uma expressão de angústia minimalista, com um pad vocal, kick pesado e marcado, bateria constante, percussão bem presente como uma voz no subconsciente, constantemente gritando, synth melodia foi pensand, como se fosse uma sopro de ar fresco, puxando pra cima, com bastante break e atmosfera impactante pensando em cada emoção que todos podem ter individualmente.
Mahaoo | Tem elementos artesanais, como alguns FXs e texturas, a bateria também é dominante, kick, clap e hi-hats, essa faixa foi mais um reflexo das 4, não está pensada, mas trabalhamos com os mesmos argumentos.
Canhanha | Já tem uma percussão mais presente, analógica, suja, elementos entrando e saindo constante, synth e pad dando um drama maior, essa dá pra falar que ficou com a cara do label.
Dublin | Uma faixa mais pensada nos analógicos, kick e bass com tom dando um sub grave, texturas industriais… A percussão é mais opaca, lembram aqueles códigos secretos. A melodia dá um ar de curiosidade e te prende para tentar desvendar o mistério, alimentando esse desconhecido inalcançável.
A música conecta.