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A música conecta

Music Tech | As novidades do SXSW 2019

Por Fernanda Mello em Music Tech 28.03.2019

Regularmente, durante os últimos 10 anos, faço o meu schedule a partir de novembro para o SXSW. Ouço bandas novas e pesquiso empresas que estão envolvidas nos talks e que vão se apresentar na feira de tecnologia. Em 2018 eu estive pela primeira vez no SX, em uma casa com as pessoas mais incríveis que eu poderia estar (Hello White Rabbit), discutindo sobre imortalidade e o salto exponencial de realidades virtuais (VR) entre gin tônica, risos e muita diversão. Esse ano, por questões pessoais, decidi ficar remota, mas nem por isso deixei de acompanhar tudo que estava rolando por lá. Pós feira, resumi aqui o que eu achei mais legal por aqui:

Tecnologia em arenas e eventos ao vivo

Muito se fala hoje em dia em como a tecnologia pode melhorar as mais diversas frentes de um evento, olhando ele holisticamente e pensando na segurança para o consumidor. Na palestra que tinha como foco discutir o futuro dos eventos ao vivo, sendo de esportes, gaming ou shows, o ponto mais mencionado foi a tecnologia 5G, que chega ao Brasil ainda esse ano, facilitando a convergência de uso e maior facilidade de ferramentas como IOT (Internet das coisas), além de uma melhor estrutura ambiente para a ferramenta que mais foi debatida na palestra: o reconhecimento facial. Mas, afinal, porque você deveria prestar mais atenção nisso?

Em venues como Barclays, em Nova Iorque, e a O2 arena, em Londres, já são utilizados esses tipos de ferramentas para a logística da produção em grandes eventos. Pensando em facilitar a vida dos mais diversos stakeholders, a utilização da tecnologia 5G melhora a forma de pagamento pelo uso de aplicativos de pagamentos no celular. A partir disso, foram desenvolvidos não apenas o reconhecimento facial junto ao ticketing, como também a comunicação via celular para saídas de emergências por geolocalização do lugar que o consumidor está.

Ticketmaster technology

A Ticketmaster levou ao seu evento VIP do festival duas novidades que já podem ser usadas. A primeira tem utilização junto à Alexa, da Amazon, que a partir de agora além de ouvir música, saber o horário e servir de assistente no dia a dia, também pode comprar ingressos para shows que são vendidos na plataforma da TM. Porém, além da experiência do consumidor, a empresa também decidiu unir duas outras ferramentas (5G e o reconhecimento facial), para algo muito além de segurança e pagamento.

Com um trabalho de mineração de dados em redes sociais cruzando-os com o banco de informação na plataforma do Ticketmaster, foi aplicado na festa VIP do SXSW o reconhecimento da base de fãs dos artistas que estavam no palco. Sendo assim, o artista pôde ver em números exatos não apenas a idade ou o local de que a pessoa é, mas também ter a informação da quantidade de shows que esse mesmo consumidor já foi, que tipo de plataforma mobile ele usa (Android ou iOS) e, até mesmo, que tipo de carro esse consumidor estava dirigindo.

Esse tipo de tecnologia ligado diretamente a base de fãs demonstra que cada vez mais os dados vão se tornar uma informação de ouro não apenas para os próprios artistas, mas também para os diversos players da indústria como bookers e managers, criando assim uma inteligência que vai muito além do uso apenas do instinto para tomadas de decisões.

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Movimento Algorave

Algo (algoritmos) e rave. Sim. É isso mesmo que você leu. O movimento Algorave mistura algoritmos e festas com música eletrônica em ambientes darks, e isso se tornou um movimento global que ganha cada vez mais adeptos, com computadores, diversas linhas de códigos e uma pista em sua frente. Esse movimento tem como essência “codar” músicas ao vivo enquanto a festa ocorre. Essa prática está se tornando uma febre e já começaram os questionamentos como: “Será que nós poderíamos considerar eles como DJs?”, ou mesmo “Até que ponto a música eletrônica é de fato eletrônica em sua essência?” ou ainda “Como esse tipo de movimento pode (ou não) afetar os atuais produtores musicais?”

Movimentos como esse mostram que o futuro é incerto mesmo quando as tecnologias afetam indiretamente DJs e produtores sem precisar de inteligência artificial ou robótica, são simples plataformas em SQL (software de dados e servidores) somados a linguagens como Ruby e C++ para criarem música. Em particular, eu que já amo uma tecnologia e adoro ver as pessoas “codando” na minha frente [nerd], amei essa ideia de dançar e se deliciar com algo que parece fácil, mas que na verdade é bem complicado. Enquanto escrevo esse artigo, ouvi um set que saiu na Mixmag e preciso falar que, ao mesmo tempo que é perturbador, é encantador, como toda arte deve ser.

Para você se deliciar um pouco nessa mistura, decidi compartilhar ele com vocês. Ouçam e também deixem sua opinião sobre o Algorave.

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