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Novos ciclos: o que esperar da música eletrônica no Brasil em 2020

Por Alan Medeiros em Notícias 24.12.2019

Como é bom escrever para o Alataj! Desde que a Laura Marcon assumiu a editoria do site, meu número de contribuições por aqui caiu bastante, mas isso não significa nem de longe que estou mais afastado do Alataj. Sigo na parte estratégica e aproveitando oportunidades pontuais como esta.

Para esse texto de fim de ano, pensei bastante em um tema que fizesse sentido e resolvi escrever sobre ciclos. Sim, ciclos. Se você é razoavelmente inteirado com esta esfera criativa com a qual estamos nos relacionando há 7 anos, já deve ter percebido o quão cíclica nossa indústria é. Artistas se revesam no topo da mesma forma que estilos vão e vem – ao menos os bons, house e techno estão aí para provar isso.

Hoje, com quase 10 anos de cena, posso dizer que tive o privilégio de acompanhar uma boa volta deste atual ciclo e, muito além disso, entender e respeitar os ciclos passados, para ter a humildade necessária de reconhecer e se adaptar a ciclos futuros. Ver artistas como Eli Iwasa, Gui Boratto, Anhanguera e Renato Cohen desempenhando um papel de excelência após 10, 15, 20 anos, é no minimo motivador.

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Dentro desse contexto, reforço a importância de um aprendizado que tive lá no começo e me comprometi em não deixa-lo de lado. Nada é mais importante do que a música. Artistas, agências, gravadoras, sites, festivais vão e vem. Ela fica, sempre foi assim. Então, acredito que além de respeitar os ciclos, os grandes profissionais que fazem essa roda girar, acho que precisamos olhar com mais carinho para ela, esta identidade que nos move diariamente.

Sim, eu sei que o título desse texto tem um Q cabalístico e até mesmo revelador. O que esperar da cena em 2020? Acredito fortemente nos resultados colhidos através de um trabalhado pautado na seriedade e comunidade. Acho que até mesmo os mais radicais já abandonaram aquela ideia de que um contra o outro – até mesmo dentro de contextos onde há uma rivalidade comercial.

Gosto de pensar que estamos todos remando para a mesma direção em um grupo de pequenos marcos separados. Se um decide remar para direção contrária ou sair do bolo, vai encontrar dificuldades e claro, gerar dificuldades também. Claro que interesses distintos fazem parte de qualquer economia e por aqui não é diferente, mas cada vez mais vejo que a evolução da música eletrônica como um todo, do mais nichado ao mais comercial, é benéfica para cada profissional neste meio.

2019 foi um ano de superação, dificuldades e incertezas, mas também de vitórias. Que os ventos desse novo ano tragam novas oportunidades e que essas oportunidades sejam bem aproveitadas e distribuídas em nosso cenário – falo isso pensando também nas minorias. Precisamos de uma cena mais inclusiva, colorida e diferente. Essa reflexão precisa e vai estar em pauta de forma mais forte no ano que vem.

Estamos juntos nessa. Até logo.
Recesso da equipe: 25.12 a 05.01

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