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A música conecta

Alataj entrevista Alex Stein

Por Alan Medeiros em Entrevistas 18.07.2018

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Finalmente o uma geração brasileira do techno pode se orgulhar de ter uma série de representantes das nossas pistas e do nosso DNA musical no topo do circuito mundial do estilo criado em Detroit e consagrado nas pistas do mundo todo. Nomes como ANNA, Victor Ruiz, Alex Stein e Wehbba estão no topo da lista de desejos de labels históricos, entre eles Senso Sounds, Kompakt, Drumcode e NovaMute.

Alex Stein, DJ e produtor que desde a infância tem forte influência de traços culturais da América do Sul e da Europa é um dos nossos principais expoentes. Para entender como ele chegou lá, é necessário uma reflexão sobre suas recentes conquistas e principalmente a dedicação e seriedade que marcam a levada de crescimento capitaneada pelo próprio Alex. Somente nos últimos meses, Stein alcançou lançamentos em labels como Suara, Senso Sounds e Hydrozoa e no próximo dia 30 lança um EP pela gigante Tronic, gravadora comandada por Christian Smith. Tais conquistas exigiram um novo posicionamento do artista frente ao mercado nacional. Recentemente, Alex Stein foi anunciado no casting da Alliance Artists, agência de bookings e management que cuida da carreira de nomes como Leo Janeiro, Eli Iwasa e HNQO. 

https://www.facebook.com/stein.official/videos/1750359631666280/

Motivado pelo reconhecimento obtido com seus recentes trabalhos de estúdio e celebrando gigs nos quatro cantos do globo, Alex recebeu o Alataj para um bate-papo exclusivo, que também marca o lançamento da sexta temporada do Alaplay Podcast. Confira:

Alataj: Olá, Alex! Tudo bem? Nos últimos meses você tem viajado muito em tour, especialmente para fora do Brasil. Como tem sido essa experiência? O que você sente mais falta quando está fora de casa?

E ai pessoal! Tudo ótimo e com vocês? Obrigado por me receberem! Os últimos três anos têm sido bem corridos e tenho passado quase metade do meu tempo viajando para fora do Brasil. A experiência é incrível, algo pelo qual eu sempre agradeço, poder conhecer tantas culturas e pessoas diferentes, levar minha música a lugares novos e conhecer fãs, é algo que não tem preço. Mas mesmo assim o preço que é cobrado é no tempo longe da família e namorada, dos meus cães e amigos, e claro, do estúdio. As vezes a saúde também sofre, tive que cancelar 3 apresentações nestes últimos dois anos por doença ou não estar em condições de tocar devido à logística maluca, algo que nunca tinha acontecido nos outros 8 anos de carreira. Hoje estou me cuidando muito mais e zelando mais pela minha saúde e bem-estar, afinal quero fazer isso por muitos e muitos anos ainda.

Por conta da sua grande presença no cenário techno internacional, essa pergunta é praticamente indispensável: morar fora do Brasil está nos planos?

Já morei fora do Brasil algumas vezes, quando cresci na Alemanha ou anos depois quando fiz faculdade lá e na Holanda, então não é algo estranho pra mim. Vou passar 2 meses em Berlin no segundo semestre e acho que sempre é algo que será uma opção clara já que a minha cidadania alemã ajuda muito nesse caso, então vamos ver o que o futuro nos reserva.

Pelos vídeos que você tem postado, suas faixas parecem ser um dos pontos altos de seu set. Como seu público mais antigo tem se relacionado com o atual som que você está produzindo? Você consegue identificar um novo perfil de seguidores desde os lançamentos do ano passado, por exemplo?

Na sua grande maioria, tenho tido um apoio sensacional de todos os meus fãs com as músicas novas. Isso me incentiva muito a continuar explorando e produzindo cada vez mais. Claro que sempre têm uma ou outra pessoa que não gosta e prefere o meu som de X anos atrás, mas são exceções e é o direito delas, música é assim. Sou muito grato por todo esse apoio e por ter a chance de criar com tanta liberdade.

https://www.facebook.com/stein.official/videos/1693130377389206/

Muitos DJs citam uma liberdade de construção de set maior quando estão tocando no exterior. Você também sente isso? Desde que começou a tocar, quais foram as melhores e mais exigentes pistas que você já comandou aqui no Brasil?

Geralmente sim, eu sinto o mesmo. Parece que no exterior as pessoas ‘te dão mais crédito’ e respeitam mais, te deixando mais a vontade para explorar mais. Aqui no Brasil não tenho lembrança de nenhuma pista específica que foi exigente, mas esse tipo de coisa acontece em qualquer lugar. É aí que entram os anos de trabalho como DJ para reagir a esse tipo de situação de acordo. As melhores pistas para mim são sempre as que ainda estão por vir.

Entre uma viagem e outra, você tem conseguido produzir algumas coisas? Há planos para novos lançamentos nos meses seguintes?

Normalmente não termino músicas quando estou viajando, mas aproveito o tempo para esboçar idéias e deixo para termina-las no estúdio. Tem bastante lançamentos novos esse ano ainda! Agora em Julho sai o meu primeiro EP pela Tronic, gravadora do Christian Smith, com três tracks das quais tenho muito orgulho e espero que as pessoas gostem também. Em Agosto sai a minha faixa Gojira no próximo VA Level da Senso Sounds, label do Oliver Huntemann, seguido de mais um EP meu lá em Novembro. Fora isso tudo, ainda deve rolar um remix para a Octopus Recordings, do Sian, além de mais algumas outras coisinhas que não posso revelar ainda. Vai ser um segundo semestre com bastante música nova!

Depois de tantos anos de carreira, o que você tira de melhor do aspecto humano da cena eletrônica? Você fez grandes amigos nesse circuito?

Fiz mais do que grandes amigos nesse circuito. Tive a sorte de conhecer pessoas incríveis nessa jornada musical, amigos que vou levar para toda a vida e com quem eu sei que posso contar. Isso não é tão fácil de se achar hoje em dia. Sou muito grato por poder conhecer parte dos meus maiores ídolos e influências musicais, poder conversar com eles, e ter o suporte deles nas minhas músicas, seja lançando em suas respectivas gravadoras ou vendo que eles tocam as músicas e me dão um feedback positivo. Essa interação, achar pessoas que vibram como você, é algo que verdadeiramente me faz feliz.

Recentemente você anunciou novas representações de agência no Brasil e no exterior. Conta pra gente um pouco mais sobre essa nova fase.

Tô bastante feliz com as novas representações! No exterior agora quem cuida dos meus bookings mundiais é a Miracle MGMT. Eles fazem o management da minha carreira assim como cuidam das diversas outras agências que trabalham comigo. Na Alemanha, Suíça e Áustria agora estou sendo representado pela Kontrast Artists, agência do próprio Oliver Huntemann. Na Austrália e África do Sul continuo trabalhando com a DB Bookings e nas Américas agora quem esta me representando é a Traffic. A Traffic cuida das Américas do Norte, Central e Sul, excluindo a Argentina onde a responsável é a Total Bookings, agência do D-Nox, e no Brasil onde agora estou com a Alliance Artists. A Alliance merece um destaque especial pois estou muito feliz em entrar pro casting deles, casting esse que além de ter muitos amigos meus e pessoas que eu admiro, representa de forma muito melhor o meu som atualmente e a direção que quero tomar para a minha carreira aqui no Brasil.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Propósito. A música é o projeto que me foi dado e é o meu instrumento para que eu possa ao menos tentar fazer uma diferença. Obrigado a todos que me apoiam e apoiam o meu trabalho e a minha música.

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