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A música conecta

O núcleo Seas apresenta entrevista e podcast exclusivos com Boghosian. Confira!

Por Alan Medeiros em Entrevistas 21.03.2017

Após apresentar seus residentes na primeira edição de 2017, o núcleo Seas parte para uma jornada intensa e planeja o restante do ano com muitas novidades. A próxima edição do projeto volta a acontecer no badalado AtHome, beach club da Praia Brava que por muito tempo foi a casa do Dark Room e agora recebe mensalmente algumas festas itinerantes, entre elas a Seas.

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Essa edição da festa recebe o tema de Âncora e apresenta dois artistas de fora do litoral de Santa Catarina. Guss é conhecido por seu trabalho como frontman da festa Leeds, que no último fim de semana recebeu uma multidão em São Paulo. Já Boghosian, é considerado um dos grandes DJs do mercado nacional, faz parte do atual casting da Alliance Artists e possui uma prestigiada residência no Warung Beach Club. Ano passado, o DJ e produtor brasileiro trabalhou em releases por selos como Warung Recordings, Radiola e AIA-D e Totoyov. Nezello, residente do núcleo e anfitrião do evento fecha o line up.

Ás vésperas da edição Âncora, falamos com Boghosian, headliner do evento. Em entrevista exclusiva, ele falou sobre as recentes mudanças de sua carreira, agenda de lançamentos, residência no Warung Beach Club e mais. Confira abaixo enquanto rola o podcast 276 do Alaplay – segunda participação de Paulo em nosso canal:

1 – Olá, Paulo! Obrigado por nos atender. A última temporada marcou algumas transições importantes na sua carreira, não é mesmo? Como você avalia essas recentes transformações? Elas te posicionaram de uma forma mais adequada na cena?

Eu que agradeço pela entrevista! Sim, no ano passado fiz uma mudança na equipe de bookings partindo pra 24bit e um pouco antes havia me juntado a Analog Management. Mês passado a 24bit e a Analog se fundiram e formaram a Alliance Artists. Essa fusão formou um casting de altíssima qualidade, com muitos dos principais nomes dentro da linha de som que acreditamos. De fato me sinto com um posicionamento mais adequado na cena e me sinto em casa trabalhando com eles, tanto pela filosofia de trabalho quanto pela qualidade de serviço proporcionada.

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2 – Warung Recordings, Totoyov, AIA-D e Radiola Records são alguns dos mais recentes selos que você colaborou. No campo da produção musical, o que podemos esperar de você para 2017?

Sim, no ano passado me voltei mais aos selos nacionais no campo da produção musical e espero continuar dessa forma em 2017. Acredito que temos sempre que fortalecer o que é nosso, a cena no Brasil precisa ser mais unida. Acredito também que nos últimos três anos evoluímos muito no quesito produção musical, tanto na parte dos artistas quanto dos selos, e o material que sai hoje do Brasil é rico e de alto nível. No final de 2016 passei bastante tempo em estúdio e tenho uma nova leva de produções para sair esse ano. Essas novas faixas são mais voltadas para o horário de pico e não são tão “deep” quanto as anteriores, reflexo do que tem acontecido na minha carreira de DJ (tocando em horários de pico e em pistas maiores). Ainda estou no processo de assinatura de contratos mas já posso adiantar um EP solo pelo Warung Recordings saindo no meio do ano.

3 – Certamente a residência no Warung Beach Club é um dos pontos altos da sua carreira. Como o club e todo staff tem colaborado e contribuído para você tornar-se um artista mais completo?

Ótima pergunta. Com certeza é um dos pontos altos da minha carreira e é reflexo de um trabalho que vem sendo feito há alguns anos. A relação club-residente quando realizada com planejamento e dedicação dos dois lados, como é o caso da minha relação com Warung, gera ótimos resultados. Acredito que é fundamental para um DJ ter uma residência em um club onde ele se identifica musicalmente, tanto com os gestores quanto com o público do club. O contato periódico com a pista permite ao artista mais liberdade para experimentação e para desenvolver com profundidade e autenticidade a sua identidade musical. Só tenho elogios pro Warung e toda a sua equipe. É uma equipe apaixonada pelo que faz e também competente, e é por isso que cada ano que passa o club está mais consolidado e se tornou a referencia mundial que é hoje. Além de tudo, o Warung valoriza o trabalho de todos os seus colaboradores e principalmente dos seus residentes, a noite do Savages é prova disso. Somos uma equipe unida e fiz grandes amigos ao longo dessa residência. Por tudo isso sou muito grato ao Warung.

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4 – A gente percebe um crescimento muito forte da cena de núcleos aqui em Santa Catarina e um bom exemplo desse movimento é o pessoal da Seas. Fale um pouco sobre a suas expectativas para o evento…

Verdade, acredito que a formação de núcleos regionais é uma tendência que temos visto ha algum tempo em todo o Brasil. No caso da Seas, passa pelo trabalho de um talentoso DJ que conduz o selo, o Higor Nezello. Toquei com ele faz mais ou menos 3 anos na Pacha em Florianopolis, e ele fez um set excelente. Dei esse feedback pra ele e desde então estamos conversando e trocando figurinhas sobre a cena e a música. O Nezello conseguiu reunir um grupo forte de parceiros e apoiadores que acrescentam ao núcleo e tem representatividade na região. O público educado musicalmente da região ajuda bastante também. Portanto a expectativa é a melhor possível..

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5 – Como funciona sua pesquisa musical? Em geral, você prefere tocar em horários de peak time ou desenvolvimento o warm up?

Essa pergunta é ótima. Eu comecei minha carreira fazendo warmups e teve um determinado momento da carreira que eu passei a fazer long sets (5-6 horas) com muita frequência. Alias quando eu comecei, eram menos DJs na noite, tocando por mais tempo, o que permitia a um DJ trabalhar melhor a construção dos sets e entregar um som mais rico e com começo meio e fim. Por isso eu tenho a versatilidade que tenho hoje. Pesquiso e compro música pra tocar do primeiro ao ultimo horário, e além disso uso muitas faixas como “tools” ao longo do set. Então o meu case é realmente grande, sem contar os discos de vinil que as vezes levo pra passear. Com isso eu consigo surpreender e me adaptar a diferentes horários e pistas, sem perder a identidade e a consistência, o que é fundamental.

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6 – Na sua visão, o que diferencia um bom artista de música eletrônica dos demais?

Eu estava pensando nisso outro dia, dá pra escrever uma redação sobre isso. Mas acho que no final do dia a resposta pra mim é : um grande artista é aquele que quando eu o escuto me faz pensar “Caramba como esse cara faz isso???!!!”

7 – Outros movimentos artísticos ou até mesmo trabalhos relacionados a estilos musicais que não sejam a música eletrônica influenciam a forma como você trabalha?

Um artista está sendo influenciado diariamente por suas experiências, o que inclui outras formas de arte. É muito difícil dissociar. Indo além, a música de um artista é sua expressão, é o reflexo de quem ela é! (a não ser que seja um fake.) Recentemente tenho me interessado muito por arquitetura, talvez pelo fato de estar mudando de casa. É incrível quantas variáveis que o arquiteto tem que pensar simultaneamente e que devem estar em harmonia, criando o “clima” de onde você habita: a luz, as formas, o uso do espaço, etc… um tanto como a música…

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8 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Minha grande paixão, minha cura quando tenho algum incomodo, e a trilha sonora dos melhores momentos da minha vida.

A música conecta as pessoas! 

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