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A música conecta

O que vem por aí em 2018? Bruna Calegari fala sobre os planos do BRMC

Por Alan Medeiros em Entrevistas 06.12.2017

Fundada em 2009, a conferência brasileira sobre o mercado da música eletrônica surgiu inicialmente com o nome de RMC. Após 8 anos, diversos eventos espalhados pelo país e a consolidação como referência no cenário nacional veio o reposicionamento da marca e um novo nome em 2017: BRMC.

A mudança é motivada especialmente pela vontade de atingir mais profissionais no Brasil e países vizinhos, e pela troca da cidade sede, já que o Rio de Janeiro abrigou até aqui todas as edições principais do evento – as regionais atingiram cidades como Curitiba, Belo Horizonte e Recife. Agora, as atenções estão voltadas para a indústria relacionada a música eletrônica da América Latina como um todo e São Paulo surge como melhor opção dentro dessa perspectiva.

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A edição 2018 do evento está confirmada entre os dias 9 e 12 de Maio e será realizada na Unibes Cultural, em São Paulo. O BRMC vive um momento especial e , onde assume a responsabilidade de liderar movimentos e se firmar como uma plataforma que possibilita evolução e crescimento para os profissionais envolvidos. Em busca de entender um pouco mais dessa fase, falamos com Bruna Calegari, uma das mentes por trás desse processo de transformação que a marca passou em 2017. Confira abaixo:

1 – Olá, Bruna! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Durante anos o RMC construiu uma marca forte dentro do cenário eletrônico brasileiro e internacional. Agora, com essa mudança para BRMC, quais são as expectativas da equipe com relação a posicionamento de mercado?

Oi Alan, adorei o convite para o papo, admiro muito o trabalho que vocês fazem!
Como responsável por toda essa reformulação da marca, posso dizer que as expectativas são bem altas – porém totalmente realistas. São Paulo e seus arredores concentram a maior quantidade dos players envolvidos em uma conferência como o RMC, agora BRMC: marcas, patrocinadores, empresários, artistas, selos e público final interessado, claro. Além de venues, clubes e festas vibrantes para oferecer ao participante uma maior experiência noturna. O novo posicionamento com foco em São Paulo quer entrar no calendário oficial de todos estes players brasileiros, e focar em melhores oportunidades de negócios para os convidados internacionais que aumentam a cada ano.

2 – O que exatamente muda na conferência e nos eventos paralelos que aconteciam anualmente? As edições regionais estão descartadas?

Já fazia tempo que o RMC levava para São Paulo sua Edição América Latina, bem como realizava outras regionais (desde 2011 pra ser mais exata). Viajo com a marca desde 2013 para mediar painéis em cidades como Fortaleza, Manaus, Florianópolis e Brasília, com a ideia de “espalhar” a conferência pelo Brasil e mostrar a importância do encontro que é o BRMC em todas as grandes regiões. O trabalho com as regionais foi indispensável para que esta mudança ocorresse: pois a conferência conheceu de perto as oportunidades e necessidades de cada região. Feito isso, o novo objetivo é concentrar a conferência em uma única praça, com um evento maior e melhor, convidando os participantes das regionais a “passar de fase”; fazer negócios em um âmbito nacional/global. Edições Regionais poderão acontecer, mas não têm o mesmo peso de antes – o foco está todo voltado para São Paulo!

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3 – Uma das principais propostas do RMC (agora BRMC, claro) foi abranger também o mercado da América Latina e não somente o brasileiro. Quais estratégias estão sendo tomadas para que isso realmente aconteça?

Primeiramente, a comunicação está sendo pensada para ser cada vez mais bilíngue e até trilíngue. Trabalhando há anos com o BRMC, tivemos este feedback inúmeras vezes, porém é muito difícil engajar o brasileiro em uma comunicação “séria” e que não fala a sua língua. Então trabalhamos pisando em ovos: cada ação que fazemos bilíngue é um risco de perda de audiência nacional. As peças institucionais estão sendo confeccionadas em inglês, o que torna a “cara” da conferência muito mais amigável aos estrangeiros. Da parte do evento, sei que está sendo planejada uma área de negócios bem focada em América Latina desta vez, aproveitando os convidados para participarem além dos debates.

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4 – A mudança da conferência para SP soou bastante natural para a cena como um todo. Quais razões levaram a equipe do BRMC a tomar essa decisão?

Foi natural, realmente. Chegou em momento propício, quando a conferência comemora seu décimo aniversário. A quantidade de players e a vontade de concentrar tudo em um espaço para maximizar oportunidades foi, com certeza, definitivo. Além do quê, a parte noite da conferência estará muito melhor assistida em São Paulo! Imagine que você é um DJ que mora em Uberlândia (MG) e tem uma única oportunidade de passar 4 dias na maior metrópole do Brasil, aprendendo com os melhores, ouvindo sobre as novidades do mercado e curtindo as festas mais bacanas? São Paulo é um programa imperdível para todo fã de música eletrônica, coisa que o Rio infelizmente não tem sido nos últimos anos.

5 – O que você pode nos antecipar no que diz respeito a novidades para o ano que vem? Premiações, cronograma, club week… tudo continua no calendário?

Tudo continua no calendário! O Prêmio é hoje considerada a maior premiação do setor, e vai contemplar categorias mais abrangentes. Club Week muda de nome, mas a intenção permanece: oferecer vantagens para os participantes no circuito de festas e clubes da cidade. Anuário e cronograma ganharão uma atenção ainda maior, porque a data do décimo aniversário pede algo à altura.

6 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. Na sua opinião, o que é necessário para que veteranos e novos players do mercado possam construir relacionamentos através de um evento como esse?

Trabalhando muito tempo dentro da organização da conferência, vejo que falta atitude por parte das pessoas muitas vezes. Elas não sabem o que estão fazendo lá, e quando são convidados buscam de toda forma se diferenciar dos participantes, o que atrapalha toda a dinâmica das trocas. Ninguém pode ir a uma conferência e ficar num grupinho fechado, conversando apenas com seus amigos: isso é um desperdício do espaço criado para que novas conexões aconteçam. A organização sempre dá novos passos rumo a fomentar conexões, como rodadas de negócios e speed coaching; a curadoria busca estar antenada com novidades e valorizar os medalhões; temas são discutidos à exaustão para definir os melhores caminhos que levarão a boas conversas; mas não adianta nada se o convidado vai, fala no seu painel e vai embora. Até porque um contato feito em um BRMC pode mudar uma vida – mesmo! Temos exemplos de casos onde isso aconteceu, como quando o André Salata conheceu o Roland, da Get Physical. Em resumo: se você está lá, faça valer a pena.

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