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A música conecta

De Porto Alegre para o mundo: a música do brasileiro Ciszak está rompendo fronteiras

Por Alan Medeiros em Entrevistas 05.05.2016

Já falamos aqui no Alataj o quão inspiradora é essa nova geração de produtores da música eletrônica brasileira. Não é difícil encontrar talentos em diferentes estilos e segmentos da cena nacional. Cada um, possui sua história de vida, seus erros e acertos, sonhos e desafios. Ricardo Ciszak é natural de Porto Alegre, mas atualmente reside e estuda em Los Angeles, Califórnia. O gaúcho, é um dos pouquíssimos brasileiros que alcançaram o feito de lançar pela prestigiada Dirtybird, gravadora com mais de 10 anos de história que é gerenciada por Claude VonStroke, figura fundamental para a história da dance music nos últimos anos. Ciszak também possui lançamentos relevantes por labels de renome, como 303Lovers, Go Deeva e Material. Conversamos com Ricardo que nos contou um pouco mais a respeito do começo de sua caminhada na música eletrônica, relacionamento com a Dirtybird e principais suportes da carreira, confira abaixo. A música conecta as pessoas!

1 – Olá, Ricardo! É um prazer poder falar com você. Seu projeto é um dos grandes expoentes dessa nova geração de produtores brasileiros que tem conquistado as pistas do mundo todo. Nos conte um pouco sobre o seu começo de trabalho dentro da música eletrônica

Olá Alan e Alataj! O prazer é todo meu. Comecei como DJ no fim de 2009, tocava em todas as festas que podia, com pagamento ou não. Sempre fui muito ligado com a musica desde pequeno pois tive muita influencia dentro de casa. Em 2012 decidi diminuir as performances e me focar estritamente a produção musical. Queria me expressar e ser um artista mais completo.

2 – Atualmente, você está estudando em LA, certo? Qual é a importância de estar inserido em uma região diferente de sua cidade natal, na hora do processo criativo? A Califórnia já te inspirou para composição de alguma faixa em especial?

Com certeza é muito importante. O modo de vida e o local me influenciam muito dentro do estúdio. Infelizmente não posso produzir nos Estados Unidos, mas estive no Brasil em Janeiro de 2016 e pude trazer muitas ideias legais que tive enquanto estava aqui. A ultima track que lancei pela Dirtybird, “I Want”, é um bom exemplo disso.

3 – Você já entregou releases importantes para labels como 303Lovers, Go Deeva e Material Records. Na sua visão, qual é a importância de trabalhar com selos desse porte para a carreira de um produtor?

Sempre me importei em lançar com gravadoras internacionais. Amplia muito o campo em que a track pode chegar. Na minha visão, as melhores gravadoras são as que conseguem levar a track aos maiores artistas. Assim, a oportunidade de receber suporte é maior porque quando estes artistas tocam a faixa, a probabilidade dos menores tocarem aumenta.

4 – Falando especificamente sobre a Dirtybird agora, nós sabemos que você possui trabalhos pelo selo, não é mesmo? Como surgiu esse contato e de que forma a gravadora gerenciada por Claude VonStroke tem contribuído para sua evolução artística?

Fico muito feliz em estar trabalhando com eles. Sempre serviram de inspiração para mim. Sao ótimos artistas. 6 meses depois de mandar a primeira demo eu recebi um e-mail dizendo que eles estavam interessados. Após lançar a primeira, VonStroke começou a tocar varias tracks que lancei em diferentes labels também. Isso facilitou muito. A importância de lançar com grandes gravadoras é que se a sua musica for boa, ela vai explodir. Diferente de gravadoras menores, que mesmo quando a musica é boa, muitas vezes não acontece nada.

5 – Claude Vonstroke, UMEK, Coyu, Green Velvet, Claptone, wAFF, Catz n Dogz e Eats Everything, são alguns dos nomes que já tocaram suas faixas. Entre tantas artistas renomados, há algum suporte que você considera mais importante ou especial?

Todos são muito especiais para mim. A melhor coisa para um produtor, é ver sua musica tocada por grandes artistas. Considero mais especiais os que tive a oportunidade de ver pessoalmente, principalmente de surpresa. Eu estava comendo um hot dog no “Dirtybird Campout” e de repente Claude começa o set com uma musica minha, que eu nem sabia que ele conhecia. Definitivamente esses são os mais importantes pra mim.

6 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música eletrônica representa na sua vida?

A musica em si, sempre representou mais do que um sentimento para mim. Independente do estilo. Amor, felicidade, euforia, dor, tristeza etc. Mas hoje em dia posso dizer que minha vida é musica e a musica é minha vida.
Não consigo viver sem. Ela me representa e eu represento ela. Temos uma relação muito intima [risos].

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