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A música conecta

Alataj entrevista Heiko Laux

Por Alan Medeiros em Entrevistas 08.06.2018

O DJ e produtor alemão Heiko Laux, head da Kanzleramt, é um dos artistas que representam com autoridade o real techno old school. Ativo na cena desde o fim do século passado, Heiko desenvolveu uma forma poderosa de comunicação com seus ouvintes através da produção e discotecagem e com coerência e qualidade, construiu uma carreira que já perdura por décadas.

Uma das grandes qualidades da música de Laux é aforma como ela passeia por diferentes paisagens sonoras e vai desde atmosferas mais clássicas do techno, até uma roupagem profunda e envolvente. Suas produções estão presentes no catálogo de labels respeitados na comunidade internacional, entre eles Truesoul, Figure, Soma Records, Rejeced, Tronic e Uturn – além de sua própria Kanzleramt.

https://www.youtube.com/watch?v=dyOemaZ06UA

Motivado a manter viva a chama da real cultura techno, Heiko Laux retorna ao Brasil para tocar no D-EDGE este sábado. Antes disso, falamos com ele sobre alguns dos principais pontos de sua gloriosa carreira. Confira:

Alataj: Olá, Heiko! Tudo bem? Impossível começar essa entrevista sem falar de Kanzleramt. Quão importante foi seu trabalho junto ao selo para sua consolidação artística a nível internacional?

Não consigo imaginar minha carreira sem a Kanzleramt. Foi e ainda é o meu espaço de reprodução criativa, onde eu posso fazer a diferença. Depois dos primeiros lançamentos, recebi bookings internacionais, então realmente começou minha carreira internacional.

Você é um dos caras que se manteve sempre com boa reputação dentro do cenário musical, mesmo após décadas de transformações. Quais foram suas grandes apostas para construção de uma carreira tão consistente?

Minhas músicas são descrições do mundo, como me sinto e como o mundo deveria ou poderia ser. Se uma música traz de volta essa imagem várias vezes, ela está pronta para ser lançada. Seguir as tendências não ajuda a me expressar, é um pouco difícil.

Além da Kanzleramt, vale destacar suas colaborações junto a labels como Truesoul, Figure e Soma. Olhando para o aspecto humano, o que você tirou de melhor dessas experiências?

Isso significa que não estou sozinho em como sinto a música.

Seu catálogo apresenta algumas pessas muito interessante no formato remix. Você se sente a vontade reinterpretando ideias de outros produtores? Há algum remix seu que você considere o melhor?

Ser escolhido para uma interpretação do material de outro artista é sempre uma grande honra, principalmente se for um clássico que eu já dancei ou toquei com frequência. Ter sido confiado a Follow Me de Jam & Spoon, Thera 1.0 de Sterac, ou Timeless Altitude de Secret Cinema. Na maioria das vezes, há faixas para escolher dentro do projeto a ser remixado. Isso ajuda a me sentir confortável, porque vou escolher a que eu me sinto mais conectado.

Esse fim de semana você toca no D-EDGE, um dos clubs realmente lendários que existem ao redor do globo. Qual a expectativa?

Se toco em clubes com a reputação como a do D-EDGE fico emocionado por saber que quase todos as lendas de todo o gênero tocaram no mesmo local. Um tipo de tensão especial está crescendo em mim desde que a gig foi confirmada.

Em sua bio, você cita o “vazio do techno contemporâneo”. É possível dizer que parte da atual safra de produtores não compreende as reais raízes do estilo?

Techno foi o mais intenso e ilimitado desde o seu início até o clímax em 1998. O mesmo vale para qualquer outro gênero de música em seu tempo. Sua pergunta faz parecer que eu quero culpar os jovens produtores por não estarem vivos quando o techno era uma força imparável, rumo ao futuro como a trilha sonora do fim da guerra fria. A safra atual está fazendo imagens de como mundo é hoje em dia. Sinto falta do sentimento “somos um” quando o techno estava crescendo no começo.

Gigs, novidades, lançamentos. No que exatamente você está trabalhando para o restante de 2018?

Mais uma parada na América do Sul: Under Club, em Buenos Aires. Depois de volta ao estúdio, espero terminar um projeto de álbum. Remix da faixa Dial para Truncate e outras quatro collabs com Joel Mull para a Parabel estão terminadas e devem sair mais tarde.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Sem a música, eu seria só um cara com uma rotina normal de trabalho – então, significa tudo.

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