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A música conecta

HNQO está pronto para abraçar o mundo.

Por Alan Medeiros em Entrevistas 19.06.2015

É impossível negar a relação que HNQO tem com Curitiba. Nascido e criado na cidade, Henrique conviveu de perto desde pequeno com todas as referências culturais que a capital paranaense tem a oferecer. Sua carreira teve um grande boom em meados de 2012, após o lançamento das faixas “We do it” e “Point of view”. Desde então ele alterou seu status de promessa para uma grande realidade no cenário nacional. Se consolidou no mercado das grandes gravadoras com lançamentos em labels como DFTD e OFF, além de criar e trabalhar forte em sua própria label, a Playperview. Suas tours na Europa trouxeram amadurecimento e hoje todos são unânimes em reconhecer que HNQO é um DJ melhor a cada fim de semana que passa. Hoje para nós é um dia muito importante, estamos dando o start em mais uma temporada do Alaplay Podcast, para simbolizar o início dessa grande fase, não poderia haver nome melhor. A seguir, HNQO nos presenteia com uma belíssima entrevista e um set gravado 100% em vinil. A música conecta as pessoas!

1 – Olá, Henrique. Muito obrigado por falar conosco. Em sua bio você diz fundir elementos do Hip Hop, Jazz e outros gêneros. Como você costuma lidar com essas referências até que elas cheguem no resultado final de sua música?

Olá, Obrigado pela entrevista. Sim, costumo ouvir bastante estes gêneros e a maneira que lido com os mesmos é exatamente esta, ouvindo, absorvendo e posteriormente, transformando ou não em inspiração para minhas próprias músicas e sets.

2 – Você cresceu em Curitiba, uma cidade que tradicionalmente possui uma cultura de pista e mercado muito forte com a música eletrônica. Em quais aspectos a capital paranense foi fundamental para o seu desenvolvimento artístico?

Foi em Curitiba que desenvolvi a vontade de fazer o que faço hoje. Graças aos clubes e festas que frequentei e frequento até hoje. Tive a oportunidade de ver alguns artistas que acompanhava através da internet, outro grande meio responsável por meu desenvolvimento e pelo que sou hoje. Ainda estou aprendendo e descobrindo o que me faz sentir mais realizado artisticamente e creio que tanto Curitiba quanto todos os lugares que eu tiver oportunidade de visitar me ensinarão algo útil.

3 – Inegavelmente “We do It” deu uma projeção gigantesca a sua carreira. Porém desde o lançamento pela Hot Creations seu som “amadureceu” e você tem atingido novas sonoridades em seus últimos releases. O que motivou essa mudança?

Sim, “We do It” foi uma das músicas responsáveis por criar visibilidade para o meu trabalho. Creio que após um tempo seguindo um estilo de produção, a vontade de mudar veio naturalmente. Fazem praticamente quatro anos que tenho tocado em vários clubes, cidades e países diferentes, quase todos os fins de semana. Tem sido um grande aprendizado e uma das razões pela qual amadureci minhas ideias sobre as músicas que toco e produzo.

4 – Você já se apresentou em alguns países da Europa e da América do Sul. Consegue identificar o que há de mais diferente lá fora se compararmos as pistas brasileiras?

Tudo depende do lugar e do clube, ja estive em pistas boas e ruins, tanto dentro quanto fora do Brasil, Na Europa ou América do Sul, em cidades do sul da África ou na Rússia. Existem pessoas que esperam por algo que elas ja ouviram de um artista e outras que esperam ser surpreendidas. O público brasileiro não tem tanto essa idéia quando sai para dançar. O público do nosso país precisa ser mais receptivo com novas propostas.

5 – Sei que isso é uma pergunta difícil. Mas há alguma gig em sua carreira que você considera especial?

Existem algumas gigs que foram excepcionais. Uma delas foi no aniversário de 11 anos do Club Vibe. Eu e Fabø tocamos por quase 8 horas. Tivemos que colocar um copo plástico na mesa, pois pingava suor do teto e caía sobre o mixer. No final da festa o copo estava cheio e a pista estava ótima. Outra dessas especiais foi minha estreia no club Watergate, um dos que sempre sonhei em tocar, com uma história e artistas incríveis envolvidos ao longo dos anos de existência do clube.

6 – Fale um pouco sobre seu trabalho a frente da Playperview. Como surgiu e para onde vocês pretendem ir?

O selo surgiu com a necessidade de lançar nossos próprios trabalhos sem a necessidade de aprovação de terceiros. Com o tempo, encontramos alguns produtores que agora nos acompanham na agenda de releases. Recebemos mensagens com projetos de outros artistas e nosso trabalho é filtrar esse conteúdo e extrair o que achamos compatível com o que procuramos.

7 – Com a alta do dólar é natural que os clubs tragam menos gringos para o calendário, com isso muitos brasileiros vão tomando um espaço de cada vez mais destaque nos clubs daqui. Você acha que o público brasiliero já tem a consciência natural da valorização do que é produzido dentro do país ou ainda há um amor desenfreado pelo o que vem de fora?

Podemos tirar como prova a quantidade de clubes que recebem lotação máxima em noites com atrações nacionais. Vivemos um momento em que o público do Brasil tem os olhos voltados ao que é produzido aqui. O amor pela música vinda de fora também existe e é forte, creio que sempre será, pois existem muitas coisas boas a serem exploradas fora do nosso país.

8 – Henrique, fale um pouco para nós a respeito dos artistas e labels que você tem mais pesquisado e tocado ultimamente.

Quando pesquiso músicas, tento variar o máximo possível entre selos e artistas. Quanto mais estranho e desconhecido, melhor. É o tipo de pesquisa que mais me agrada, mas nem sempre consigo terminar com uma boa quantidade de coisas novas para os sets. Claro que existem alguns nomes que me chamam atencão, como Joy Orbison, Daniel Avery, Josh Wink.

9 – Para encerrar, conte para nós o que mais te motiva na hora de subir no palco.

A maior motivação vem quando tenho várias músicas novas para tocar e sei que o publico é mais receptivo. Nada como um belo sound system para facilitar esse trabalho. 🙂

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