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A música conecta

ON AIR #02 – DIGITARIA (BRA)

Por Redação Alataj em Entrevistas 09.05.2013

O projeto “On Air” apresenta o Duo Digitaria. Digitaria é um duo eletrônico brasileiro formado por Daniel Albinati e Daniela Caldellas. Mesmo considerados novatos na cena, sua gama de influências é grande e corajosa. A dupla assina hits com o selo Hot Creations e tem se apresentado nos principais clubes do Brasil, Europa e América do Sul. E desembarcarão em novembro no Dream Valley Festival. Daniel falou com exclusividade com o Grupo Alataj e deu respostas que valem muito a pena conferir!

1. Qual a expectativa para a apresentação do Dream Valley?
R: Nossas expectativas são as melhores possíveis. É impossível não ficar feliz tocando num festival desse porte, ao lado de artistas que adoramos como Magda e Justice, entre vários outros. Pode ter certeza que vamos dar 100% da nossa energia para fazer uma apresentação inesquecível, tanto para nós quanto para o público presente.

2. Qual o club que na opinião de vocês tem uma vibe incrível para os DJs?
R: Não sei se é o caso de citar um ou outro clube especificamente, mas estamos realmente chocados com as festas que temos tocado no sul do Brasil – o público é sempre muito animado e tem uma cultura musical incrível. Já ouvi mais de uma vez falarem que o sul está se transformando numa nova Ibiza, e realmente tenho que concordar com isso. Acabamos de voltar da Europa e vários DJs de lá falam que o sonho deles é tocar no sul do Brasil. Um deles inclusive já pegou um avião e veio para tocar em uma gig só, e não parava de repetir que foi a melhor da vida dele. Está se criando um polo real de música eletrônica aí, em nível mundial, e ficamos realmente felizes com isso.

3. Como vocês encaram esse conflito de cenas mainstream e underground?
R: Para mim falar em conflito entre as cenas underground e mainstream é que nem falar em conflito entre a cena de Jazz e a cena de Death Metal. Cada um curte seu som, tem seu público, etc… E eu acho que as barreiras estão ficando cada vez mais sutis em relação à questão underground / comercial. Para mim, especificamente, existe música boa e música ruim, independente do estilo. Tem muito lixo no underground e muito lixo na música dita comercial, e tem muita coisa boa em ambos os mundos também. Tem que garimpar e achar o que vale a pena, sempre com a cabeça aberta.
Além disso, eu nunca entendi muito bem a definição de “comercial”. Ritchie Hawtin é comercial? A música dele é bem experimental, mas ele toca em festivais para dezenas de milhares de pessoas. Quem toca para dezenas de milhares de pessoas não é underground, né? Magda é underground, mas toca todo dia em clubes gigantes. Isso é ser underground?
Eu acho que o produtor ou dj mais underground do mundo sonha em tocar em grandes festivais, para muita gente, ter suas músicas conhecidas, entrar no circuito. Acho que ninguém, ou quase ninguém, quer ficar restrito a clubinhos para 50 pessoas. O grande lance é não mudar o seu som para atingir públicos maiores. Se você é bom, não importa qual é o seu background, uma hora você vai ser reconhecido. Existe público para música eletrônica mais pop, e existe público para a música eletrônica mais cabeçuda. E, como eu disse acima, tem música boa em ambos os mundos.
Eu acho que o Deep House, por exemplo, é um estilo que chegou para confundir ainda mais as fronteiras destes dos universos. É uma música experimental, calcada em vários estilos underground mas que ao mesmo tempo tem um grande apelo pop. Nossos sets constumam funcionar da mesma forma em clubes ditos underground e para platéias de clubes comerciais, sem termos que mudar nada ou fazer concessões.
Resumidamente, eu só acho que as pessoas deviam abrir suas cabeças para a música, independente do estilo e da “cena”. Música não é futebol, você pode torcer para mais de um time. 😉

4. Qual é a grande inspiração de vocês?
R: Nossa grande inspiração é a vida. Acho que quanto mais aberto você está, quanto mais influências você tiver, melhor para o resultado do seu trabalho. Tudo que nos rodeia nos inspira – amores, alegrias, tristezas, pessoas, filmes, músicas, viagens, momentos… Arte é, antes de qualquer coisa, uma transmissão de emoção, e, quanto mais rica e profunda for essa transmissão, melhor.

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