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A música conecta

Alataj entrevista Shinichiro Yokota

Por Pri Almeida em Entrevistas 03.10.2019

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Autêntico, Shinichiro Yokota afirma não ouvir músicas comuns e chatas para não influenciar seu processo de criação, o qual mantém desde os anos 80. Considerado até mesmo injusto e tardio, o reconhecimento de Yokota (ao menos no ocidente) se deu em meados de 2015 através de produções como Sounds From the Far East e a reedição da Rush Hour para seu clássico Do It Again.

Junto a Soichi Terada, ele construiu uma sólida carreira no cenário underground japonês e está para lançar em outubro um compilado de produções criadas há 25 anos. No acervo, há faixas em parceria com o amigo de longa data. Aos amantes da house music, Shinichiro é conhecimento obrigatório com suas tracks que remetem uma linguagem com sintetizadores e efeitos marcantes, caso por exemplo de Right Here! Right Now!

Yokota é defensor de elementos simples para manter a música autêntica, à medida que os produtores atualmente possuem maiores recursos e inovação. Talvez esteja aí o lado simplório e original que tantos tentam recriar. Em entrevista exclusiva ao Alataj, Yokota nos conta de forma direta, destaques de sua carreira e suas impressões. Para acompanhar o bate-papo, uma seleção de faixas que o inspiraram ao longo da carreira:

Olá, Shinichiro! É um grande prazer falar com você. Do It Again é, sem dúvida, um ponto de virada na sua carreira. Você lembra do momento em que estava produzindo essa faixa? O que exatamente te inspirou?

Do It Again foi produzida acidentalmente a partir de um erro meu. Lembro que estava produzindo algumas faixas e decidi simplificar. Somado isso a influência do hip hop anos 80, surgiu essa faixa.

Percebo que o Japão possui um grande tradição de produtores no house e também no minimal. Como é o seu relacionamento com os artistas do país? Poderia citar alguns nomes que te inspiram?

Na verdade, não tive conexão com pessoas que produzem house music, mas comecei a produzir nos anos 80 por causa de Soichi Terada. Conheço apenas um produtor do gênero, Hiroshi Matsui.

Muita gente reconhece você como um produtor de grande identidade. Como você conseguiu construir algo tão pessoal, trabalhando com um estilo tão clássico como o house?

Não ouço música (quero dizer, música comercial e comum). Se eu receber muita informação sobre música, posso ser influenciado por essas músicas clichês e chatas. Não mudei a forma de criar música, a única coisa que teve que mudar é que posso fazer tudo usando PC e DTM. Meu estilo musical não mudou desde os anos 80, essa é a coisa mais importante.

Far East Recordings, Rush Hour e Sound of Vast possuem uma importância evidente no desenvolvimento da sua carreira. O que você tem tirado de melhor nesse relacionamento com as gravadoras?

Far East Recordings é o melhor selo, eles me ajudaram muito no lançamento com Soichi. Rush Hour também é um selo essencial, pois nos trouxe reconhecimento mundial em 2015. Sou grato por isso. Estou trabalhando com Sound of Vast agora, outro selo que considero muito importante.

Há cerca de 2 anos, você apresentou seu live act na edição do Boiler Room em Tóquio. De lá pra cá, como você tem trabalhado esse formato de apresentação?

Embora eu não sabia nada sobre Boiler Room, tive a oportunidade de aparecer em um live act em Tóquio. Na verdade, não estava acostumado a performar live acts. Gosto de trabalhar sozinho e tenho feito alguns lives recentemente.

Quais são os principais projetos em que você está envolvido nesta temporada? Quais são suas prioridades para a carreira neste momento?

Vou lançar um novo álbum I Know Like It, no dia 25 de setembro. Ultimate Yokota será lançado em 20 de outubro também. A maior prioridade no momento é divulgar o novo álbum e live acts. Após isso, o foco será sempre a próxima música.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Ela nos deixa felizes e pode emocionar. Todos temos boas lembranças com ela. Nos faz lembrar dos momentos, ajuda a nossa vida… Não consigo descrever tão bem em palavras.

A música conecta.

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