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A música conecta

A forte colaboração da TRNSNT com a cena alternativa de Curitiba

Por Georgia Kirilov em Entrevistas 28.07.2017

No último sábado rolou a última festa Naquela Casa, ambiente que o Subtropikal – festival de economia criativa e interação urbana em Curitiba – ocupou durante sua realização. Para fechar com chave de ouro antes da festa de encerramento do último domingo com o BaianaSystem, o festival convidou um dos coletivos mais interessantes do âmbito local: a TRNSNT.

Trata-se de uma vertente do eletrônico que foge totalmente dos moldes do techno e do house e convida o público para uma jornada musical muito mais flexível e aberta a novos estilos. Conversamos com Kelson, um dos integrantes do grupo, sobre as particularidades desse formato, o scope dos eventos do grupo e o impacto de um festival como o Subtropikal na fermentação de ações culturais:

1- Quando e como a TRNSNT começou?

A TRNSNT começou em dezembro de 2014. A gente sentia um buraco no cenário “alternativo” de Curitiba, faltava uma festa um pouco mais foda-se, algo sem muitas regras e nem restrições estilísticas. Nossa primeira edição foi no 351, tenho certeza que a gente não tinha nenhuma segurança no que estava fazendo, mas a gente queria tocar funk e outras cositas mais.

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2- Trata-se de um coletivo sem lugar fixo certo? Vocês pretendem manter assim ou existe a vontade de ter uma expressão física para o que já está acontecendo?

A TRNSNT é uma crew, um grupo de pessoas, não sei se chegar a ser um coletivo, não sei exatamente o que isso quer dizer. O Marcelo Fiedler é o responsável pelas artes, uma das partes fundamentais da festa, eu e o André direcionamos a parte musical. Já tivemos vários momentos nesses quase 3 anos de festa, mas o fato de ser algo sem forma fixa é o que mais me agrada, não temos um lugar, não temos uma fórmula, estamos pegando uma onda após a outra.

3- O scope das ações é totalmente voltado para Curitiba ou o coletivo já viajou/pretende viajar?

Já estivemos em Joinville/SC e São Paulo capital, tivemos convites para outras cidades mas temos um formato bem claro de evento. As vezes não viabilizamos por questões financeiras, mas estamos sempre no corre pra fazer rolar.

A imagem pode conter: 10 pessoas, pessoas sorrindo, multidão

4- O que é particular sobre uma festa de funk, bass music, trap, EDM e pop, versus uma festa de techno e house?

Nós não temos restrições na verdade, em uma festa de techno ou house você não pode dispersar muito da main tag, na TRNSNT a gente flerta com tudo, de Major Lazer até Rap Nacional, funks clássicos e funks contemporâneos. Eu mesmo frequento festas de house e techno ocasionalmente, mas muda muita coisa, as roupas, drogas, duração da festa, locais, são diferentes tipos de engajamentos.

Techno e house são gêneros básicos da música eletrônica, existe um culto muito forte a esses estilos, o hábito é mais antigo. Funk é algo relativamente novo no circuito de festas, em 2014 quando demos o start muita gente reclamou de tocar funk (em Curitiba), muita gente torceu o nariz, hoje tem muita gente levantando festa pautada em funk. São ciclos, modas, momentos….

Acredito que nenhum gênero de música eletrônica produz tanto quanto o funk no Brasil, ele toca da perifa até os churrascos e festinhas em casas e apartamentos de bairros nobres de Curitiba ou qualquer cidade do Brasil.

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5- A cena clubber é constantemente definida e limitada ao techno e house, principalmente em Curitiba aonde ainda está acontecendo uma maturação do público, como é fugir dessa linha?

É um pouco limitado, muitos clubs não abrem mais as portas para o que queremos fazer, muitos clubs apertam nos acordos financeiros e tudo mais. Nossa ideia sempre foi trazer convidados, promover troca e interação com outras cidades e coletivos. No nosso primeiro ano trouxemos o pessoal do Heavy Baile do Rio de Janeiro, Sydney Souza do Arrastão, trouxemos o Omulu na festa de 2 anos, e muito disso foi no peito mesmo, conseguimos dar algumas festas free na rua e lugares abertos, participamos de ações com a própria Heinken e coisas do tipo.

Temos parceiros muito fortes como a INVDRS, o Luís sempre deu apoio, colocou a gente em contato com muita gente e foi fundamental no nosso primeiro ano. Acredito que descobrimos um público e o público nós descobriu, isso é muito foda, você vê os amigos na noite, prestigiando o trabalho e se divertindo. Eu vejo tudo como um ritual de exorcismo da vida cotidiana, é uma forma de “comunhão”.

6- Qual é o valor, na sua opinião, de um festival como o Subtropikal (aonde rolou o retorno da TRNSNT na última sexta) para promover a união entre as bolhas criativas que nos separam?

É um dos nossos momentos mais importantes , uma TRNSNT no meio da batel nunca passou pela nossa cabeça, dentro de um festival como o Subtropikal muito menos.

O festival propõem essa troca, essa experimentação, essa coisa de misturar pessoas e intenções, que basicamente é o que a TRNSNT sempre quis, tanto faz quem você é, o importante é se divertir, um pouco de caos cai bem pra todo mundo. Acho que retorno melhor que esse não existe, é uma ótima forma de embalar o segundo semestre!

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