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A música conecta

Dream Valley recebe 40 mil pessoas nos dois dias e supera primeira edição

Por Alan Medeiros em Reviews 21.11.2013

O Dream Valley Festival em apenas 2 edições já é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo. Isto por que reúne grandes nomes da cena eletrônica, uma super estrutura para receber mais de 40 mil pessoas em 2 dias de evento e toda a infra-estrutura para promover um bom atendimento, segurança e diversão aos espectadores. A Infinity Beats e o Alataj, dois veículos que possuem braços voltados para a cobertura e a divulgação de eventos da música eletrônica, formaram uma parceria para realizar este review e deixar você leitor, tendo comparecido ou não ao evento, um pouco por dentro de uma análise mais crítica do DVF.

Na sexta-feira, 15 de novembro, rumamos para a pacata cidade de Penha/SC, onde o evento é realizado, dentro das dependências do Beto Carreiro World, maior parque temático do Brasil. Logo na chegada, muitas luzes tornavam a entrada do evento bem iluminada e com muitas placas indicativas mostrando o caminho de entrada e o estacionamento principal do evento. Um forte esquema policial garantia a segurança do lado externo e alguns curiosos já começavam a se aglomerar na rodovia para sentir o som e aproveitar um pouco da música pelo lado de fora. Um grande estacionamento foi montado próximo ao Kartódromo Beto Carreiro, onde ficam localizados os palcos Dream e Mystic Stage. O portal de acesso já possuía uma pequena fila enquanto os portões não eram abertos, mas isto se dissipou às 21h, com a liberação da entrada. Filas separadas para pista, área vip e camarote agilizavam a entrada do público.

Já dentro do evento, pudemos observar quão grande foi sua estrutura. Stands de alimentação, bares, equipes de atendimento muito bem treinadas e educadas, segurança e limpeza por toda a parte, pessoal da organização na correria para deixar tudo em dia e proporcionar um show ao público. Mas vamos falar de música, que é para isto que trabalhamos.

No Mystic Stage neste ano, a aposta em nomes fortes da cena Underground na Mystic Stage e  um ambiente escuro na medida, com iluminação adequada e com teto coberto fez um grande diferencial que ajudou as atrações a destoarem dentro do evento. Abriram a pista principal o duo brasileiro do Digitaria, mandando muito bem no Techno, incluindo a track Planets Spaceships (que seria lançada dias depois, em parceria com ninguém menos que Jamie Jones, um dos fundadores do selo Hot Creations). Dando uma acalmada no final do set e emocionando a pista com seus clássicos Bring Me Down, Paradise e Crazy Life cantados ao vivo por Daniela Caldellas, o duo entregou a pista de uma maneira suave para Robert Dietz.

1451589_216534288527799_1012073191_nO alemão não se segurou e na sequência soltou a lenha com muito Techno e leves pitadas de tech house. Um som cadenciado e dançante que fez muita gente chegar à pista Mystic. Quem deu seqüência no line foi tINI. A também DJ da terra do Techno continuou com o som pesado, indo de um Deep bem underground ao techno. No final de seu set chega Sven Vath e demonstrando muito carisma com a própria tINI e com a pista, usou a última track dela como sua introdução, impressionando na hora da virada. Seu som estava cheio de groove e peso, e não ficou para trás. O público foi a loucura. Na finaleira, Loco Dice usou de elementos percussivos e muita bateria rítmica para agüentar a pressão dos artistas seguintes. Quem deu o stop no primeiro dia da Mystic foi Victor Ruiz AV Any Mello, os outros brasileiros chamados para o evento no dia 15 na pista underground.

Um ponto a ser citado e infelizmente, negativo, foi à ausência dos DJs da pista Mystic na sala de imprensa. Queríamos entrevistar algumas das atrações e falar um pouco com eles sobre a sua carreira e experiência de tocar no DVF, mas uma possível falta de alinhamento da organização de imprensa do DVF com os DJs eles acabaram não comparecendo á sala de coletivas para fotografia e para responder algumas perguntas.

Na pista Dream Stage, a principal do evento e que comportava 95% do público presente, as atrações seguiram a linha mainstream, tocando as novidades do progressive house e do house comercial. O palco principal ficou lindo, com engrenagens que rodavam a grandes telões que mostravam o DJ e o público. W&W, Afrojack, Steve Angello e Kaskade foram alguns dos big names que fizem história no palco principal do evento. Os camarotes, ao fundo da pista, eram grandes e bem distribuídos, o que trouxe conforto aos que os utilizavam. Muitos garçons faziam o trabalho de bebidas e setores de alimentação disponibilizavam a comida em caso de fome. De pizza a comida japonesa, a diversidade agradava praticamente a todos. Ponto negativo era a distância das caixas de grave, fazendo apenas com que as freqüências médias e agudas chegassem a área dos Vips, deixando o som sem peso e sem a força do grave.

O line-up do sábado diferentemente da primeira edição, foi considerado inferior. Mas pela data favorável, o dia 16 recebeu 22 mil pessoas, 8 mil a mais que o dia 15. Nossa equipe partiu em direção a Penha novamente, o único ponto de congestionamento na BR 101 era até Balneário Camboriú, passando a cidade, o trânsito fluía normalmente. Chegando no festival, retiramos os credenciais de imprensa novamente, a escolha de separar as credenciais para ambos os dias foi positiva, o atendimento foi sempre bom e não era observada filas. Primeiramente analisamos as filas dos brinquedos, a Fire Whip era a única que apresentava filas consideráveis os outros dois brinquedos tinham um tempo curto de espera e fecharam pontualmente a meia noite.

Na pista 2, coube ao projeto Elekfantz a tarefa de abrir a pista, e com uma apresentação de se tirar o chapéu. É impressionante a musicalidade de Daniel Kuhnen e Leo Piovazani que mesclam live vocals e instrumentos em sua performance, com certeza, irá levar a bandeira brasileira longe. Gui Boratto era o segundo e nessa hora deu pra se ter uma ideia da importância do produtor na cena nacional, a pista lotou, vibrou com sua abertura e com suas tracks já conhecidas, grande destaque para Azurra que foi um dos pontos mais altos do festival, arrepiou quem estava presente. Apesar do set recheado de seus hits, Boratto conseguiu ser original, com momentos de muita técnica. Ao fim de seu set, os espanhóis do Audiofly subiram ao palco e foi possível notar que muita gente estava presente na pista 2 para assistir Gui Boratto, a dupla foi bem, manteve a boa qualidade e acelerou o som, trazendo o  público de volta pra pista. Tale Of Us, uma das atrações mais esperadas do Mystic subiu ao palco e mostrou toda originalidade que a dupla tem. Betoko era outro muito aguardado depois de belas apresentações no Warung e na Space, seu som é realmente diferente, variou estilos com qualidade, lotou a pista 2 por toda sua apresentação e mostrou porque cresceu tanto em 2013. Quem encerrou a pista, foi o já conhecido dos catarinenses Funk D’Void. No sábado, também sentimos falta da ausência dos artistas da pista 2 na sala de imprensa e a difícil interação com a imprensa.

1422523_216534161861145_1516715010_nNo Dream Stage, depois de Rodrigo Vieira e Ale Rauen, coube a Tocadisco (Surpresa no line-up) abrir as atrações internacionais. E ele, simplesmente botou a galera pra pular, fez o que se esperava de um artista ali, interagiu, tocou tracks conhecidas e foi bem tecnicamente, dando espaço a Thomas Gold que fez um set recheado de hits e com algumas de suas tracks também, inferior a apresentações suas em outros festivais. Bob Sinclar esbanjou carisma na sala de imprensa antes de subir ao palco, para ele, definitivamente o povo brasileiro enxerga a noite diferente do resto do mundo, isso cria uma atmosfera muito bacana. O francês tocou seus hits que marcaram a metade dos anos 2000, como Love Generation e Rock the boat mas o público que em grande parte já demonstrava sinal de cansaço se dispersou, uns sentaram outros aproveitaram o momento para se alimentar. As meninas do NERVO que tocavam no mesmo dia em Maresias-SP tiveram problemas com voo e deram lugar ao curitibano Repow, que encarou em grande estilo 22 mil pessoas, fez um set coerente, não dispersou a pista e a entregou faminta para a estrela da noite, Hardwell. O holandês subiu ao palco com a camisa do Brasil e ao som de Spaceman o festival veio a baixo, suas tracks conhecidas como Apollo e Never Say Goodbye vieram em seguida, junto com os lançamentos Under Control de Alesso e Calvin Harris, Hey Brother de Avicci e sua nova track Dare you, uma apresentação que justifica o atual momento de Hardwell.

Agora, nos resta esperar a edição de 2014, ver as mudanças, novidades e principalmente analisar o crescimento do festival ano após ano.

Review escrito em parceria com a Infinity Beats.

Texto: Vinícius Sommavilla e Rodrigo Wan-Dall (Infinity Beats) e Ranieri Ferrari (Alataj)

Fotos por: KL Studio

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