Fim de ano também é época de reconhecimento. Esse período sugere uma visão mais ampla de tudo o que rolou nos últimos 12 meses e é justo e natural que os melhores trabalhos sejam reconhecidos e premiados. Acompanhamos de perto os principais lançamentos do circuito nacional e internacional, além de alguns bons trabalhos de artistas que não se encontram no centro dos holofotes. A lista abaixo representa a opinião do Alataj sobre os 5 melhores álbuns de 2015. A música conecta as pessoas!
5º Lugar
Crackazat
Crescendo
Local Talk
Ben J Worral é mais conhecido como Crackazat. O produtor é um dos nomes mais talentosos da música eletrônica britânica, mas atualmente reside na Suécia, muito por conta de seu trabalho junto ao excelente selo Local Talk. Depois de alguns releases pela própria Local Talk, Futureboogie e Dynamics, ele finalmente adquiriu a maturidade necessária para trabalhar em um full lenght e assim o produziu. O álbum “Crescendo” reflete um mix de influências incríveis do produtor que combina batidas downtempo, house, soulful e jazzy. O trabalho apesar de possuir uma identidade marcante atravessa todos os tipos de fronteiras e por conta de suas variadas influências é capaz de agradar uma variedade grande de pessoas e artistas. Destaque para “Somewhere Else”, uma faixa que retrata bem a identidade desse talentoso artista.
4º Lugar
Sango
Da Rocinha 3
O 3º lançamento da série de trabalhos do produtor norte americano Sango flertando com o funk brasileiro é sem dúvidas o mais impressionante até aqui. O artista foi a fundo na cultura musical das favelas cariocas e descolou algumas parcerias importantes para composição do trabalho. Essas collabs elevaram o lançamento para um outro nível, catapultando uma energia surreal que partiu de uma tradição de pista que MUITO brasileiro desconhece, ignora e marginaliza. Criado na costa leste dos Estados Unidos, Sango consegue imprimir em sua música as influências do hip hop e rap da região, mas é na alma do funk que se encontra a genialidade desse grande trabalho. Em Janeiro ele vem pela primeira vez ao Brasil, merece ser visto e aplaudido de perto.
3º Lugar
Sidney Charles
House Lessons
Avotre
Vem de Hamburgo um dos nomes que tem ganhado maior destaque nas pistas ao redor do mundo. Sidney Charles lançou pela Avotre, em fevereiro desse ano seu primeiro álbum. O trabalho é composto por faixas inéditas, originais, alguns remixes e outras colaborações com nomes como Santé, Pan-Pot, Hot Since 82 e Patrick Topping. No álbum “House Lessons”, Sidney trabalha com uma linguagem moderna de House Music, mas não deixa de lado elementos do Techno, que são sempre muito bem inseridos em suas produções. Ao todo são 15 faixas que confirmam um trabalho extremamente sólido e dinâmico. O destaque fica por conta de “Stripped Tease” que é capaz de criar um break incrivelmente tenso com poucos elementos, até a chegada de um drop que explode nas pistas de dança. O alemão reafirma seu melhor momento na carreira com o full-lenght, que antecipou uma temporada inteira de sucesso em Ibiza. Em Janeiro, ele também estreia nas pistas brasileiras.
2ºLugar
Floating Points
Elaenia
Pluto
Depois do tremendo sucesso de crítica que Floating Poits conseguiu com Nuit Sonores, era natural que se criasse uma expectativa gigantesca em torno do lançamento de seu próximo álbum. Em Elaenia, o artista vai bem mais a fundo dentro de suas influências musicais. Se seus trabalhos antecessores eram projetados e bem aceitos na pistas, este não cumpre o mesmo papel. Elaenia é daqueles discos produzidos para serem apreciados, compreendimentos e refletidos, o dancefloor claramente não é o primeiro plano. Aqui, há uma riqueza admirável de senso criativo, arranjos e composições. Destaque para a faixa e o clipe de “Silhouettes”, que emociona e surpreende.
1º Lugar
Bob Moses
Days gone by
Domino
A dupla canadense composta por Tom Howie e Jimmy Vallance, mais conhecida como Bob Moses segue empurrando as barreiras entre os gêneros da música eletrônica. Esse ano eles lançaram o debut álbum “Days gone by”. São 10 faixas originais que confirmam o trabalho mais sólido da carreira da dupla até então. Boa parte da campanha de lançamento do disco foi feito em parceria com a VEVO, que antes mesmo do lançamento oficial liberou clipes de faixas como “Talk” e “Too Much Is Never Enough”. Misturando elementos orgânicos e eletrônicos em suas produções, o álbum é um convite a uma viagem profunda e hipnotizante sob as influências desses dois jovens que devem se orgulhar do resultado final desse debut. Destaque para a faixa “Tering me up”, dona de uma energia magnífica e que possui arranjos de teclado e guitarra de primeira linha. Em Janeiro, eles retornam ao Garden do Warung Beach Club.