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A música conecta

Lau plays techno!

Por Alan Medeiros em Troally 25.11.2015

Uma das coisas mais bacanas de estar permanentemente ligada a cena é acompanhar o surgimento de nomes novos e sempre que possível, apoiá-los. Essa na verdade, é uma das grandes propostas da Troally, unir grandes ídolos a jovens talentosos. A catarinense Lau Rodrigues faz parte de uma geração de meninas que está acostumada a se impor e conquistar merecidos espaços no mercado com muito talento. Com sua residência na Girls Plays Techno, festa acontece no Zeitgeist, em Curitiba, ela conseguiu desenvolver uma identidade de som que surpreende muita gente pela intensidade. Convidamos ela para responder algumas perguntas e gravar um mix exclusivo para o nosso canal. Confira agora o resultado desse rolé. Música de verdade por gente que faz a diferença 🙂

1 – Oi, Lau! Muito obrigado por falar conosco. Pode começar nos contando um pouco sobre o começo de sua carreira, como foi todo esse processo?

Oi Alan, obrigada vocês pelo convite! Bom, eu nasci e cresci em Porto União, uma cidade pequena no interior de Santa Catarina, e lá ainda não tinha muito acesso à música eletrônica. Em 2010 me mudei para Curitiba para fazer faculdade, aqui comecei a frequentar os clubs, conhecer os DJs locais e ter mais contato com a cena. Foi quando me apaixonei pela música. Em 2013 resolvi fazer o curso de discotecagem da AIMEC, mas a princípio tudo era apenas um hobby. A partir daí as coisas foram acontecendo, comecei tocando em eventos de moda, que é a área em que trabalho diariamente, e em clubs do interior que eu freqüento bastante como a Field – SC que é uma grande referência do Sul, Sonnegarten – SC, Holz – PR e The Hall – SC. Comecei a postar meus sets, que variam do tech house ao techno e as pessoas começaram a se interessar pelo meu trabalho. Agora em 2015 fui convidada para tocar em uma das edições da Barba Cabelo e Bigode que é uma festa tradicional de Curitiba, também me apresentei no DJ Room, o que me abriu muitas portas e fez com que as pessoas conhecessem meu nome e Comecei a tocar bastante no Zeitgeist, sendo residente da Girls Play Techno, o que vem me trazendo uma visibilidade muito boa.

2 – Você é um nome bem frequente no line up da Girls Play Techno, festa curitibana que acontece no Zeitgeist. Como é participar dessa noite que traz só mulheres no line up? De que forma essa festa contribuiu até então para o seu amadurecimento artístico?

A Girls Play Techno é aquela festa que eu fico o mês inteiro esperando para tocar, (risos) depois das primeiras edições a festa pegou muito bem e conquistou um público muito forte. É legal ver que as pessoas vão lá pra ver as mulheres tocando e realmente prestam atenção no som. Ser residente da Girls contribuiu muito para meu amadurecimento artístico, pois já toquei em horários diversificados. Já fiz warm up, já toquei no meio da festa e também já fechei a pista. Isso faz com que você pesquise mais e estude mais o som para entregar ou fechar a pista de forma adequada. Também dividi o palco com grandes artistas brasileiras, como Emmy Betiol, Blancah e Amanda Mussi. A cada festa posso presenciar a apresentação de uma artista diferente, é isso um aprendizado muito grande.

3 – Se olharmos para os line ups dos principais clubs e festivais do mundo, podemos observar uma superioridade masculina muito grande. Ao que você acha que se deve isso?

Acredito que isso se deve à uma questão histórica, assim como em todas as outras áreas que as mulheres demoraram mais para conquistar seu lugar, a música eletrônica é mais uma delas. Mas estamos mudando esta situação e mostrando que ambos os sexos tem o mesmo potencial, afinal nosso acessos à fontes de pesquisa e técnicas são todos os mesmos.

4 – O feminismo é uma luta que precisa ser constante, isso dentro da cena eletrônica também. Você já sofreu algum tipo de preconceito por ser mulher? Como é pra você lidar com essas questões?

Nunca sofri preconceito por ser uma DJ mulher, na verdade acho que isso é uma das coisas que mais chama atenção das pessoas. O estilo que eu toco varia do tech-house, house e minimal mas o Techno é o meu som mais característico e eu já ouvi alguns comentários como “Nossa, quando vi você subindo no palco com essa cara de menininha não esperava que você fosse tocar som desse” (risos), mas isso nunca foi uma coisa ruim, na verdade ser mulher e tocar um som mais pesado surpreende a maioria das pessoas, e de uma forma positiva.

5 – Atualmente, quem são os nomes que figuram na lista de referências da Lau Rodrigues?

Sou fã de muitos artistas, mas no momento os principais da minha lista são Alan Fitzpatrick, Jeff Rushin, Bodyscrub, Mod3rn <3, Mars Bills, Rodhad, ROD, Bjarki, Karen e Johannes Heil. 6 – Para encerrar, uma pergunta bem pessoal. O que a música eletrônica representa em sua vida?

Pra mim a música eletrônica é meio que a base de tudo. Eu começo meu dia ouvindo música eletrônica no caminho para o trabalho, quando chego em casa meio estressada ou cansada também gosto de ouvir meus sets preferidos e isso me relaxa muito. Acredito que a música vai muito além de festas e baladas, ela é uma grande fonte de inspiração para todo o resto.

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