Ver um produtor de Acid Techno é como de fato assistir um maestro conduzindo fios para criar um emaranhado de sons. Enquanto o maestro passa longe da cacofonia e tenta atingir a máxima da harmonia, no Acid o barulho é reverenciado, o noise é uma linguagem própria e é nos ruídos que o verdadeiro poder da máquina pode ser realmente compreendido.
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Após o boom do House em Chicago nos anos 80 e do Techno em Detroit no começo dos 90, o Acid passou a se infiltrar nas duas vertentes e acabou ficando mais popular para o lado do House, afinal era mais fácil de ser digerido por um número maior de pessoas. O termo está relacionada ao uso do sintetizador TB-303 da Roland que é a base para os sons distintos que podem ser encontrados em todas as tracks desse estilo. Porém, desde o seu início outras máquinas foram criadas e as possibilidades continuam se multiplicando. É por isso mesmo que o Acid Techno está vendo um revival, desde John Frusciante do Red Hot Chilli Peppers lançando dois álbuns do estilo pela Acid Test, até o documentário belga Rage que faz uma conexão entre a filosofia anarquista e o gênero musical.
No Brasil o estilo vem ganhando popularidade especialmente em festas de São Paulo, que seguem apostando em lines repletos do estilo que está profundamente ligado com a arquitetura dos espaços que ocupa. É comum, portanto, encontrar festas de Acid em fábricas abandonadas, ocupações públicas, espaços alternativos e até mesmo nos clubs que seguem mantendo viva a cena clubber como um todo.
Por aqui, um grande adepto do estilo é o DJ e produtor Andre Salata, que acaba de lançar (ainda que em pre-order) sua faixa Random Flavour na compilação Acid Love da Get Physical. Além de Salata, há nomes como Roland Leesker, DJ Pierre, M.A.N.D.Y e German Brigante. O intercâmbio cultural entre os produtores da compilação é a verdadeira essência do Acid Techno que continua se reinventando com cada novo contato seja esse tecnológico, cultural ou ideológico.
A música conecta as pessoas!