Invariavelmente, as gravadoras são consideradas peças chaves para o desenvolvimento de um movimento musical. Do rock ao pop, passando por ritmos regionais até, claro, chegar a música eletrônica: labels e sub labels vivem com o papel e caneta na mão, atuando no presente e criando tendências para o futuro.
Se levarmos em consideração que o techno possui seu berço em Detroit e que boa parte dos artistas que ajudaram a fundar e dar força a este movimento ainda estão vivos e atuando, é natural que façamos uma observação em torno das gravadoras que desempenharam um papel sólido frente a este cenário. Dentro dessa realidade, poucas se destacam mais que a Transmat, label criado em 1986 por Derrick May.
Desde sua fundação, a Transmat atua como uma espécie de catalisadora do techno voltado ao dancefloor. Seu casting de artistas é bastante expressivo e conta com lendas do calibre de Jeff Mills, Carl Craig, Juan Atkins, Robert Hood e Octave One, até novos e promissores nomes, como Hiroshi Watanabe, Francesco Tristano, Azimute, Deep’a & Biri e Karim Sahraoui. Nos últimos anos a gravadora lançou com frequência modera e bastante consistência, mantendo assim uma certa atmosfera exclusiva para o seu roll de artistas e criando uma expectativa em torno de cada novo lançamento.
Atualmente a distribuição do selo é feita pela Planet E, empresa que também gerencia os disparos da Planet E Communications e é liderada por outra lenda de Detroit: Carl Craig. Mais do que beber diretamente da fonte do techno, Transmat e Derrick May ajudaram a escolher qual seria a água a passar por essa fonte. Se construir um legado está entre as coisas mais importantes a se fazer em vida, certamente Derrick coloca a cabeça no travesseiro todos os dias com absoluta tranquilidade.
A música conecta.