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A música conecta

Além da pista: o ‘algo novo’ que o Surreal Park pode agregar para cena de Santa Catarina

Por Isabela Junqueira em Storytelling 29.06.2023

Em 26 de dezembro de 2021, o Surreal Park abria suas portas para o público. Em Camboriú, cidade já muito bem estabelecida no radar da música eletrônica (alternativa ou não) assim como o estado de Santa Catarina, desde as primeiras divulgações, o complexo já dava os ares de que viria algo novo por aí. Quase dois anos depois e podemos afirmar de fato que esse “algo novo” aconteceu e segue acontecendo.

Com um conceito bem distinto do que é praticado não só pela sua região de base, mas por todo o país, por ser um complexo modulável o Surreal permite múltiplas possibilidades de aproveitamento do espaço — que pode ser orientado pelo número de público ou simplesmente à proposta do evento. Esse talvez seja um grande ponto do projeto, já que é possível fazer por lá desde um casamento até um mega festival (ou os dois), mas claramente não é só isso o que faz do lugar um ponto fora da curva.

Ao longo desse um ano e meio de atividades, o Surreal se colocou como um grande propulsor para uma generosa parcela de artistas, selos, label parties e outras iniciativas que foram fundamentais para consumar os lineups das aberturas. Além de um reforço necessário para a cena clubber catarinense, o projeto do Grupo Ratier consegue trazer um quê de especial para a experiência (de público até aos artistas que se apresentam por lá), muitas vezes até com uma abordagem que remete a de um festival.

O Surreal já abrigou eventos multiculturais, aulas, workshops, oficinas, festivais com programações diurnas e noturnas, e em suas próprias aberturas, já proporcionou ao público experiências como caça aos ovos na Páscoa. Isso além da estrutura impecável de espaços, palcos, som, cenografia, banheiros, comidas, bebidas e até uma loja, um espaço que nitidamente tem a preocupação em se renovar constantemente para entregar o fator surpresa até mesmo para quem frequenta.

Além de incorporar talentos locais e/ou em ascensão em seus lineups junto de nomes globalmente estabelecidos, o espaço abre os seus palcos para receber os mais diversos projetos (musicais ou não). Label parties como a Botanic, Bioma, Crema Recordings, Laguna Music, Moon Influences, Seas e SHËLTEr já ocuparam palcos do complexo, além de outros incontáveis selos locais representados por seus fundadores, residentes e até apresentando artistas que vão de encontro às suas respectivas orientações musicais.

Um trabalho que se desenvolve e ganha robustez, ao mesmo tempo em que torna-se um grande agregador de talentos. Muito além de um reforço para a cena, o Surreal também serve como um ponto renovador que começa no seu conceito, mas ganha muita força ao se abrir para receber tantas possibilidades e talentos. 

A música conecta.

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