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A música conecta

Abaré Club fará evento e protesto no chão seco do Rio Tarumã neste Domingo (20)

Por Alan Medeiros em Notícias 18.10.2024

Um dos lugares mais importantes para música eletrônica na região Norte está no meio de uma gigantesca catástrofe ambiental. O Abaré Club, que possui um longo histórico de eventos importantes no Amazonas e, como flutuante, fica localizado no Rio Tucumã, secou. A seca que atinge o Norte já é considerada uma das piores da história e seu impacto se estende por inúmeros setores, inclusive o cultural. As queimadas na Amazônia agravam não somente a situação, mas também a qualidade de vida de toda região. 

A história do Abaré é de resistência e coragem no que diz respeito à produção de eventos de música eletrônica na região. A cabine do club já recebeu grandes nomes da cena nacional, como Gabe, Illusionize, Doozie, D-Nox, Gabriel Boni, Barja, Bruno Furlan, Visage, Sterium, MKJAY, Leo Janeiro, entre outros. Para enfrentar este momento de adversidade na pista e com protesto, o club apresenta este fim de semana o Don’t Burn Us, festa que acontecerá não na pista do Abaré, mas no rio seco do Rio Tarumã e terá 12 DJs locais no lineup.

Diego Vasconcellos, idealizador do evento, fala um pouco sobre o impacto ambiental e como isso tem afetado o futuro do club: “O efeito seca e cheia é normal. Ele é cíclico. Porém, em 2023, vivemos uma seca recorde dos últimos 120 anos até então, e esse impacto foi imensurável para nós. O impacto emocional e psicológico geram cicatrizes eternas na gente. Nós dependemos diretamente do rio para trabalhar, e fora a seca, ainda viemos de uma pandemia que precisamos parar o trabalho por alguns anos”. Por isso, o evento deste domingo não é apenas uma festa, mas também um ato político e de protesto ambiental, corajoso e necessário.

Para quem não vive na região de Manaus, situações como essa servem como um alerta de que o aquecimento global está se aproximando cada vez mais de nós, de nossos negócios, amigos e artistas conhecidos. Que o Don’t Burn Us traga uma energia de força e resistência ainda maiores do que as já costumeiras para a população ribeirinha do Rio Tucumã, e que em breve o Abaré possa operar sob as condições naturais que formam sua fotografia padrão e conhecida em todo o Brasil.

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