Em 2017, realizamos uma entrevista com Pedro Suchodolski, então manager da DOC Records, gravadora que, à época, tinha pouco mais de três anos de atuação. Desde então, a jornada do selo, que já impressionava pelo seu trabalho inicial, atingiu novos patamares de prestígio e reconhecimento global. Hoje com mais de 10 anos de história, a DOC pode ser considerada uma das labels mais significativas do país, responsável por lançar grandes trabalhos atemporais e impulsionar a carreira de diversos artistas brasileiros.
A gravadora surgiu em 2013 após Gui Boratto lançar alguns de seus álbuns mais icônicos, como Chromophobia (2007), Take My Breath Away (2009), III (2011) e The K2 Chapter (2013), todos eles pela Kompakt. Estava mais do que na hora de ter um selo para chamar de lar e que fosse uma extensão de sua visão artística. Nascia assim a DOC Records. Com a proposta de fazer um trabalho mais profundo do que é habitualmente realizado por outras iniciativas no Brasil — principalmente menos industrializado — o selo cultivou uma espécie de espírito familiar desde os anos iniciais, um pilar importante que se mantém até hoje.
Ao longo dessa trajetória, a DOC deu projeção à carreira de vários produtores nacionais, como Elekfantz, Shadow Movement, L_cio e Junior_C, e também incluiu no seu portfólio artistas internacionais de ponta, como Solomun, HOSH, Monolink e Rodriguez Jr, enriquecendo o catálogo e contribuindo para a sua visibilidade. Hoje, a DOC mantém uma agenda de lançamentos seleta, sempre acreditando e apostando no trabalho feito por artistas daqui.
Com um final de ano relativamente movimentado através de novos releases, incluindo a nova faixa Bloom de BRVNOV, que acabou de sair no último dia 29 acompanhada de um remix de Gui Boratto, resolvemos fazer uma espécie de resgate nostálgico e relembrar algumas das faixas mais marcantes do selo ao longo desses quase 12 anos em atividade. Comece por Bloom e na sequência ouça cada uma da nossa seleção do início ao fim:
Elekfantz – Diggin’ On You [2013]
Até hoje, Diggin’ On You é uma das faixas mais vendidas do selo. A track fez parte do release de estreia da DOC em um EP que teve remix de Gui Boratto e Solomun. Profunda, emotiva e dançante. Tem características mais Indie com um groove belíssimo do Deep House.
Elekfantz – She Knows [2014]
Um ano depois do sucesso anterior, o Elekfantz lançou seu álbum Dark Tales & Love Songs, com 13 faixas — e eles conseguiram criar uma track ainda mais marcante: She Knows. A faixa foi parar até na clássica compilação Summer Eletrohits 2017.
Monolink – Faces [2016]
Em 2016, a DOC lançou o seu primeiro VA, MAGNUM, que foi recheado de ótimas tracks por diferentes artistas, incluindo a presença ilustre de Monolink com Faces. Ele já era um nome conhecido, mas não estava nem perto do reconhecimento que possui atualmente.
Chico Buarque – Construção (L_cio & K_Ri Version) [2017]
Um clássico não só da discografia de L_cio, mas da cena underground brasileira como um todo. Essa faixa foi (e ainda é) tocada por Laércio em diversas oportunidades justamente por carregar a característica mais importante de todas: a atemporalidade. Inclusive, ela já apareceu na nossa coluna Iconic. L_cio ainda lançariam pela DOC outros dois álbuns: Poema, em 2018, e Plants, em 2023.
Coppola, 2STRANGE – Kings & Queens [2020]
Outro trabalho que fez muito sucesso nas pistas e também comercialmente, permanecendo até hoje como a mais vendida do selo. A faixa traz aquela atmosfera de banda por conta do excelente vocal, que acompanhada de synths e uma bassline deliciosa, coloca qualquer um pra dançar.