O lendário sistema de som do Twilo, famoso club de Nova York, não foi apenas palco para a residência de nomes como Sasha e John Digweed — ele se tornou um verdadeiro catalisador na evolução do house progressivo no final dos anos 90. Durante seus primeiros sets no clube, a dupla percebeu que o sistema de som do espaço pedia uma abordagem diferente: algumas das faixas que funcionavam bem em outras pistas simplesmente não soavam da mesma maneira naquela pista.

Depois de um tempo os artistas que por lá passavam, começaram a entender o segredo ali presente. Faixas muito caóticas ou cheias de elementos perdiam impacto, enquanto músicas mais minimalistas e atmosféricas — o tipo de progressive escuro, com construções longas — ganhavam uma força impressionante. “Dessa forma soava incrivelmente fod*”**, como comentou Sasha em uma recente entrevista. A partir disso, ambos começaram a ajustar seus sets para um som mais despojado e profundo.
O sucesso da residência no Twilo se espalhou rapidamente, impactando diretamente outros produtores do estilo na Europa. O clube virou assunto constante entre DJs e produtores, e muitos começaram a viajar para Nova York movidos pela curiosidade em vivenciar aquele som de perto. Na época, as passagens pela Virgin custavam cerca de £150, e Sasha lembra de ver as mesmas pessoas nos voos mensais, todas indo ao Twilo por uma única noite.
A experiência moldou também o processo de produção. Muitos dos que vivenciaram o club voltavam ao Reino Unido e começavam a criar faixas pensadas especificamente para os sets de Sasha e Digweed — e, claro, para o sistema de som do Twilo. Essa nova leva de músicas mantinha uma estética limpa, com energia e espaço para as mixagens. O sistema do Twilo não apenas ajudou a definir os contornos do progressive house moderno, como também influenciou outros DJs da cena, como Junior Vasquez. No fim, o clube consolidou sua reputação como um dos sistemas de som mais icônicos e influentes da história da música eletrônica, antes de fechar suas portas em 2001.