O bacana de se aprofundar nos principais artistas da dance music, é entender suas peculiaridades e pilares que construíram suas atuais identidade sonoras. Em alguns nomes isso não é explicito, mas em outros é bastante claro. No caso do belga Olivier Gregoire aka Kolombo, seu background proveniente do hip hop é muito forte e fica em evidência quando botamos para tocar alguns de seus principais hits, como My On Business, I Take Ya e Get So Hot.
Às vésperas de mais uma tour no Brasil, país com o qual Gregoire construiu uma relação de muito carinho, convidamos Kolombo para um bate-papo nostálgico sobre a influência do hip hop na sua carreira. Ele também falou sobre a importância do nosso país, novidades para 2017 e comentou algumas referências. De quebra, montou uma playlist com algumas de suas faixas preferidas para a nossa série Alataj Invites no Spotify. Confira:
Clique na imagem para abrir a playlist no seu Spotify:
1 – Olá, Olivier! Tudo bem? Obrigado por nos atender. Quando você começou a colecionar discos de hip hop? Como exatamente aconteceu o processo de transição do seu DJing para música eletrônica?
Muito bem, obrigado! Realmente, em torno de 1988/1989 estava começando a comprar discos e tentando fazer scratch, treinando muito passo a passo quando era jovem. Então por volta desse período que vem a fusão entre house e hip hop, chamada de hiphouse e acid rap, essa foi minha transição. Mas continuo ouvindo hip hop, com certeza.
2 – Dentro do hip hop, quais estilos ou movimentos exercem maior influência sob você? Há algum artista que você considera seu preferido?
Eu era um pouco jovem demais, mas fui para o fim desse estilo de movimento na Bélgica, chamado New Beat. Essa foi a transição entre new wave e musica eletrônica. Sobre artistas, para ser honesto, há muitos mas a revolução para mim foi Todd Terry com seu álbum Works, por volta de 89.
https://www.youtube.com/watch?v=-ZHc8Ar9WI4
3 – Qual mixagem é mais difícil: hip hop ou house music?
É totalmente diferente e outro período, fazer scratch e tocar discos antigamente é diferente do que house em CDJs. Eu tenho meu background de hip hop, fazer alguns loops ao vivo e tomando alguns riscos quando estou tocando, realmente me divirto com isso.
4 – Em suas produções atuais, é nítido a influência do hip hop old school. Qual foi a sua faixa percursora dentro dessa linha de som que mescla dois estilos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes?
Claramente My Own Business. As pessoas falam sobre um novo estilo chamado G-House, mas não sou um gangsta, para mim foi uma faixa de house com influência do hip hop.
5 – Fale um pouco da sua relação com o público brasileiro e como essa multidão mudou para sempre sua carreira…
O Brasil está em uma grande parte do meu coração. Eles mudaram minha vida e visão sobre festas. Tenho muitos amigos aqui e me sinto muito confortável em qualquer lugar. Até mesmo quando eu toco nos EUA ou Austrália, ou qualquer lugar, sempre há alguns brasileiros doidos que fazem a festa. Meu próximo passo com certeza será aprender mais sobre português.
6 – Atualmente, você ainda pesquisa artistas e faixas ligadas ao hip hop? Como tem funcionado sua pesquisa musical e seu processo criativo no estúdio?
Não, não. Não estou procurando por nada linkado ao hip hop mesmo. Apenas estou procurando por algo especial na produção. Algo simples, mas que faça a diferença.
7 – Sobre o futuro: gigs, lançamentos, tours… o que vem por aí?
Sim, muita coisa aparecendo, um EP solo por Agosto, um EP em collab com Sion e remix de Miguel Campbell, outro EP com Fran Bortolossi quase pronto, que provavelmente será lançado no fim do ano e alguns remixes de novos talentos da Lou Lou Rec. Sobre turnês, este ano está quase cheio, este é o porquê de eu ter pego algumas semanas para focar no estúdio.
8 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?
A p*rra toda. Tudo.
A música conecta as pessoas!