Superclubs com capacidade para centenas de pessoas e diferentes pistas de dança que funcionam simultaneamente, festivais que ocupam grandes espaços e fazem uma imensidão de pessoas dançarem em seus diferentes palcos. Esses tipos de configurações são comuns na música eletrônica e, em geral, bastante aclamados. Mas existe uma parcela dessa indústria que foge dos holofotes e busca sua identidade em locais mais intimistas.
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O Robert Johnson, localizado na pequena cidade de Offenbach, nos subúrbios de Frankfurt, é um dos espaços mais cobiçados por aqueles que curtem uma pista minimalista para poucas pessoas. O club liderado por Ata Macias, Klaus Unkelbach e Sebastian Kahrs possui lotação máxima de aproximadamente 100 pessoas e suas festas exploram o melhor do House ao Techno em alto nível.
Fonte: Resident Advisor
O club está em pleno funcionamento há três décadas e sua essência se manteve inalterada ao longo de todo esse tempo. No Robert Johnson tudo é feito para dar total evidência ao que realmente importa: música de qualidade. O layout é composto por assoalho de madeira escura, bar coberto para que nenhuma marca fique à mostra e tire a atenção dos frequentadores, pouca iluminação e alguns elementos modulares que formam a cabine de DJ e o lounge.
Toda a estrutura interna é realocável, inclusive a cabine do DJ, e cada noite apresenta uma composição estética diferente para surpreender os frequentadores. Outros diferenciais do Robert Johnson são que os artistas tocam no mesmo nível da pista, aumentando a conexão deles com quem vai prestigiá-los, os retratos de alguns clientes decorando as paredes, que inclusive já formaram uma exibição no Museu Angewandte Kunst entre 2014 e 2015, e a sacada externa com vista para o rio Main.
Fonte: Resident Advisor
O sistema de som da casa é assinado pela Martin Audio e considerado um dos melhores da Europa. O mesmo já reproduziu sets de grandes nomes do circuito internacional e talentos emergentes da cena local, entre eles Dixon, Luciano, Ricardo Villalobos e Gerd Janson, antigos residentes do club. As festas por lá acontecem toda sexta e sábado e tem horário apenas de início, se estendendo por longas horas.
Outra grande particularidade do Robert Johnson é o restaurante semiprivativo Club Michel anexo ao club, onde o próprio Ata e outros chefs cozinham para os DJs e convidados especiais. Em 2012, foi lançado o livro Come On In My Kitchen com fotos e entrevistas feitas durantes alguns desses jantares. A experiência de viver uma noite num lugar como esse é realmente única e vale a pena incluí-lo na sua bucket list de clubs a visitar.
A música conecta.