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A música conecta

Memórias | São Paulo: O berço do underground nacional

Por Ágatha Prado em Memórias 21.01.2021

Enfim chegamos ao final desta série especial, saudosista e nostálgica: Memórias. Falamos sobre as histórias, lembranças e experiências fascinantes que fizeram parte da construção da cultura eletrônica e clubber nacional através dos relatos e recordações de grandes artistas, empresários e entusiastas que movimentaram as frenéticas décadas de 80 e 90. 

Passeamos pela Discotheque brasileira que evoluiu para os porões e casas emblemáticas de House Music carioca,  fomos até os primórdios do glamour catarinense e mergulhamos no flashback das noites curitibanas. Toda essa viagem de volta no túnel do tempo vem com o propósito muito além do reconhecimento e da recordação. Compreendermos a história nos faz valorizar cada momento do presente, e especialmente quem fez acontecer cada pedacinho do palco que celebramos nos dias de hoje.

Escolhi deixar este episódio de hoje para o encerramento da série, e você vai entender o por quê. São Paulo talvez seja a capital mais complexa do Brasil. O berço de toda a opulência alternativa, uma cosmópole cultural onde todas as tribos se misturam e formam uma rede pulsante de novidades, informações e conexões que são verdadeiras artérias que irrigam os demais centros do país. São Paulo absorve, digere e transforma as tendências do mundo, no ritmo das principais capitais do planeta, englobando todos os formatos e estilos, com espaço para tudo e para todos. Seja pelo seu tamanho exuberante ou por seus contrastes culturais, a diversidade é o alicerce da capital.

Na história da música eletrônica nacional, São Paulo foi o berço da tendência. Se você voltar aos episódios anteriores da série Memórias, vai ver que muitos elementos que configuraram os primórdios das cenas de cada capital beberam das influências  das noites paulistanas. Palco dos primeiros grandes eventos do país, e também dos primeiros DJs do Brasil – a se ver por Osvaldo Pereira e Dj Sônia Abreu – a capital paulistana foi a grande rede de referências tanto para a cultura do disc jockey em geral, como também para o fortalecimento da cultura clubber.

É difícil fazer uma síntese da grande revolução que foram as noites paulistanas para o cenário nacional, porém procurei centralizar alguns dos fatos, locais, personagens e eventos inesquecíveis da capital em uma cronologia de recordações. O texto tem como base informações, pesquisas, e um conjunto de lembranças resgatadas em registros de acervos virtuais, além do incrível conteúdo presente nas obras das ilustres Cláudia Assef (Todo Dj Já Sambou) e Erika Palomino (Babado Forte). Contaremos ainda com dois grandes nomes da música eletrônica nacional, frutos desse fervilhão cultural, para nos presentear com suas recordações imortais. De um lado, a primeira DJ de Techno do país e rainha do underground paulistano, Andrea Gram, e de outro um dos maiores representantes da cena eletrônica nacional em nível mundial, Renato Cohen.

Hell’s Club. Créditos: Muita Brisa

Dark, punk e gótico: os primeiros clubbers paulistanos

Como todos os episódios, vamos voltar alguns anos antes da música eletrônica propriamente dita invadir as noites da capital. Vamos até o anoitecer da era Disco, que dava espaço para os porões obscuros onde se misturavam o sons de vanguarda provenientes do Rock alternativo, New Wave, New Beat, Pós- Punk e outros ritmos industriais de atmosfera mais dark, que viriam a ser conhecidos como Electronic Body Music. Lá estavam os órfãos da discoteca, que aos poucos se acostumavam com a pegada sonora sintética e rebelde. Os refúgios alternativos eram distribuídos pela cidade, com concentração especial no bairro do Bixiga, onde rolavam shows ao vivo de bandas de Rock e Pop no Café Piu-Piu, Hunters e Village, além do Aeroanta no Largo da Batata.

Paralelo a isso, em 1983, o DJ e empresário Angelo Leuzzi voltava de uma viagem à Europa trazendo para o Brasil o conceito de Danceteria através do famigerado Rose Bom-Bom, localizado na Galeria Fêmina, na Oscar Freire. O termo que tinha influências de um clube de Nova Iorque designava a evolução do conceito da Discoteca, que até então era palco para os bailinhos luminosos da quase falecida Disco Music na época. O Rose Bom-Bom recebia desde bandas que ferviam no cenário do Rock Nacional, como Ultraje à Rigor, Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial, até discotecagens regadas a New Wave e Pop e Pós-Punk de Ulysses Cavassana e Marquinhos MS – o pai de todos os Djs que viriam a seguir.  

Contemporânea ao Rose, a Madame Satã dava seu início em 1983 e amaciava o terreno underground para a chegada do eletrônico nas noites da cidade. O porão localizado no Bixiga marcou de forma intensa a juventude oitentista paulistana, formando bandas e se tornando uma verdadeira escola para muitos artistas que ali começariam suas carreiras. Junto ao brilho de Marquinhos MS, nasciam no Satã Mau-Mau, Magal, Renato Lopes e Gil Bárbara, figuras primordiais que até hoje são bases estruturais da música eletrônica nacional.

O Madame Satã é lembrado até hoje como o grande ninho da cultura underground da capital paulista. O inferninho alternativo era um ponto de encontro de góticos, darks, drags, e demais tribos que dançavam ao som de uma combinação de Cold Wave, Rock Industrial, EBM e algumas nuances próximas de batidas eletrônicas mais dançantes  provenientes dos sets de Marquinhos MS – que, segundo opiniões unânimes, foi quem de fato introduziu a cultura de DJs na cena underground, e iniciou o público e os artistas paulistanos no universo da música eletrônica. 

Assim como a evolução cultural global do cenário, o underground começa lá nos primórdios da era Disco, com um público predonominante LGBTQI+, além de negros, latinos e entusiastas excêntricos, fora da curva social vigente. Em São Paulo a história foi bem parecida: o público underground – que no princípio habitava os porões escuros de casas como a Madame Satã, Rose Bombom e Nation, embaladas por sonoridades mais industriais, pós punk e góticas – era, em grande parte, do mesmo perfil dos veteranos que habitavam o cenário Disco antes dele ficar popular.   

O Verão do Amor paulistano

Em 1988, uma grande onda invadia as noites da juventude europeia, trazendo uma filosofia hedonista remanescente da era hippie, porém um pouco mais química e, segundo Erika Palomino, conectada não por discursos ou slogans, mas por intenções, emoções e, sobretudo, sensações: “One nation under a groove” (Uma nação sob um ritmo). O Verão do Amor era a onda proveniente da pílula da felicidade, o ecstasy, que seria um ponto inicial para um universo musical que se tornaria estilo de vida de uma geração. Com o epicentro na Inglaterra, o movimento do Verão do Amor encontrava-se com as atmosferas da House Music nascida poucos anos antes em Chicago, transformando-se numa poderosa revolução de transe maquínico chamada Acid House. A poderosa onda rapidamente se alastrava pelas grandes capitais mundiais, com juventude sedenta por novidades e sensações diferenciadas. Foi através dela que as noites de São Paulo conheceram a magia da música eletrônica.

Uma das primeiras casas a integrar o começo desta transição, que saía dos moldes darks da Madame Satã e adentrava em atmosferas coloridas e efusivas, foi a Nation, localizada na Rua Augusta. Era um encontro de montação, ferveção, cultura de DJ, hedonismo, diversidade, e tudo mais que corroborava para a recepção revolucionária da cultura clubber no país. Apesar de apenas quatro anos de atividades, o inferninho trazia noites intensas e inesquecíveis comandadas pela dupla lendária Renato Lopes e Mauro Borges.  De um lado, Renato Lopes já familiarizava as pistas com seu som diferente e inimaginável até então, seguindo um estilo único do começo ao fim do set voltada para a House Music. Do outro, a exuberância, carisma e bom humor de Mauro Borges, grande conhecedor de música com bagagem repleta de novidades das noites europeias, que apresentava uma mistura entre os remanescentes da Disco e o  Pop dançante.

Cláudia Assef comenta, em seu livro Todo Dj Já Sambou, que a notícia da nova dupla de DJs correu a cidade e, em poucos meses, o Nation tinha virado um hit, nascendo ali o esboço do culto ao DJ. Na seqüência brotariam também os primeiros traços de culto ao clube, com a impressão de flyers trazendo em destaque a programação da casa, além de desenhos e piadas cifradas, sendo a partir dali o uso da palavra clube em substituição ao termo danceteria.

Caminhando em conjunto com a recém-chegada música eletrônica para as noites paulistanas, o Sra. Krawitz, em Santa Cecília, absorvia ainda mais os moldes do Verão do Amor europeu. Com noites cheias de humor e liberdade de expressão, sem pretensão de carão, a casa tinha como promoters as intrigantes figuras de Nenê e Katia Miranda. O staff contava com figuras emblemáticas da noite paulistana como Gláucia +++, Johnny Luxo e Juliana Mattos. Nos decks, Renato Lopes, que já conquistava sua legião de fãs com suas verdadeiras aulas musicais; Mau Mau, que já direcionava sua identidade fazendo ferver a pista da casa; e Selma Self-Service, a DJ drag que abalava as estruturas da noite da capital.

Em paralelo, importantes espaços fomentavam o cenário ao seu modo, direcionando um estilo próprio. O Massivo, comandado por Mauro Borges e Bebete Indarte, fez um enorme burburinho na cidade como um clube gay, onde a figura do DJ era enaltecida sob as sonoridades do House e Garage. A Sound Factory, na Zona Leste, recebia os primeiros passos de DJ Julião e do já veterano DJ Marky – que era residente da antiga Showbusiness – e chegou a contar com um público de três mil pessoas em suas noites intensas.

Gaiolas do Massivo. Créditos: Babado Forte

Andrea Gram, figura presente nas noites paulistanas desde o final da década de 70, e posteriormente como DJ e produtora a partir da década de 90, relembra que um dos principais fatores que culminaram para a consolidação da cultura clubber paulistana foi o forte cenário extravagante, desmistificado e libertário das casas LGBTQI+ da época. “Sem dúvida alguma, as boates gays foram o ponto culminante da cena, misturado com público GLS simpatizantes, em busca de música boa e fervo.  Os clubes da época, Massivo, Malicia, AZ 70,  Columbia pre-Hells (primeira gig ao lado de Marquinhos Ms e Renato Lopes), e Túnel do Tempo, esses dois últimos onde comecei minha carreira de deejay (1992), residente das domingueiras da Túnel na pista 2 (porão), lançando as novidades da música underground,  do EBM ao Acid House, Trance e Eurobeat, Prodigy, Moby, Hard House, anthems da Love Parade de Berlim, Chicago House chegando ao Techno de Detroit. Nessa época, no mesmo timing musical também começava o Sra Krawitz, pontuando a chegada do Techno, criando duas cenas: a do House e do Techno (92-93)”.

Andrea é peça chave na consolidação da cena eletrônica paulistana, sendo uma das pioneiras da discotecagem de música eletrônica underground no Brasil. “Um dos momentos que mais me marcaram até hoje, e que foi definitivamente impactante, foi a Rave LM numa warehouse na Rua Eduardo Prado, com shows do Moby, Altern 8 e Mau Mau. Era uma amostra do que estava acontecendo na música eletrônica de Londres, com UK ravers do Breakbeat, Jungle Hardcore, New beat ou Oldschool rave que eu já apresentava como novidade nas domingueiras no porão do Túnel do Tempo, eternizando hits e anthems da época. Foi meu primeiro raio laser com fumaça, o tubo gigante, calcule! (…)  Outro momentinho fino foi minha participação no Xuxa Hits através da 1ª agência de DJs, a DMC. Até hoje alguns me reconhecem na rua, um tempo atrás meu carro quebrou, chamei o seguro, e o mecânico me perguntou se eu era a DJ da Xuxa…calcule”.

As noites do Hells Club e os primeiros afterhours

Em 1992 , logo na esquina da Rua Estados Unidos com a Augusta, Angelo Leuzzi – dono do antigo Rose Bom-Bom e talvez um dos maiores visionários que São Paulo já teve – decidiu abrir o Columbia, um espaço que objetivava misturar moda, arte e música eletrônica. A casa trazia um conceito vanguardista e refinado e já dava um passo à frente no cenário da eletrônica nacional, sendo um dos primeiros locais a trazer artistas do eletrônico mundial para as noites paulistanas, como Paul Oakenfold e Sasha.

O local já dava seu curso de sucesso quando Leuzzi resolveu explorar seu subsolo. Aquele espaço paralelo, de piso de madeira e com capacidade para 400 pessoas, parecia um local perfeito para comportar um projeto diferenciado, inicialmente chamado de Velvet Underground. Apesar da boa ideia, o Velvet não tinha alcançado o público imaginado, e foi então que Leuzzi acionou o produtor Pil Marques para repaginar o local. Uma nova proposta já começava a se formar, com um projeto para desenhar um infernão da madrugada com uma programação que tinha seu início às 4h30 da manhã.

Assim nascia o Hell’s Club, o primeiro afterhours do Brasil e berço do Techno nacional. Com a liderança das cabines por Mau Mau, o Hells era o primeiro espaço dedicado ao Techno do começo ao fim. O horário de funcionamento separava os desavisados dos verdadeiros morcegos paulistanos, já que uma festa que iria das 4h30 às 11h só poderia abrigar os guerreiros da noite.

Segundo Cláudia Assef, existe uma cena pré Hell’s e pós Hell’s Club. A juventude ainda deslumbrada com a chegada da pílula da felicidade estava curiosa por novidades que pudessem complementar a sensação e noites que “não acabassem” seriam perfeitas para isso. No Hell’s o culto ao DJ se tornava um lifestyle, sendo uma verdadeira aula para muitos que não conheciam nomes como Jeff Mills, Plastikman, e o que mais rolasse na cena de Detroit. Mau Mau educava seu público para receber o exorcismo das batidas impactantes e industriais de alta velocidade, e contava com outros colegas residentes como o já experiente Renato Lopes, Julião da Sound Factory, Gil Bárbara, Luiz Pareto do Latino e a rainha dos decks, Andrea Gram. 

“Em 1994, já com uma boa bagagem, experiência de pista e seguindo o material dos discos que chegavam nas lojas (Galerias dos Djs, na 24 de maio), migrei para o Hell’s Club. Com um público mais educado para esse som e no novo formato de after causando furor na mídia, a festa começava às 4h30 na sequência da festa de Hip Hop MTV, no mesmo local chamado Subclub. Além de formar uma equipe só de amigos que se tornaram personagens emblemáticos da noite – desde a chapelaria até a porta – o ambiente era mais familiar, participativo e inclusivo. Comandado pela hostess Adriana Recchi, Pil Marques e Mau Mau, entrei para o time e me destaquei como a 1ª mulher DJ do Techno”, relembra Andrea, que foi residente do Hell’s de 1994 até 1998.

Naquele subsolo subiram também nomes como Laurent Garnier, Tony Humphries e Stuart MacMillan, e o hábito de importar DJs ganhava ainda mais força. Além dos veteranos nacionais, muitos artistas começaram seus projetos ali naquele porão efervescente. Em 1996, um jovem artista plástico, que era baterista de uma banda de Punk Rock, fazia sua primeira apresentação de Live P.A no inferninho do Hell’s. O artista era ninguém menos que Renato Cohen.

Laurent Garnier no Hell’s Club (1995)

“Na verdade, o Hell’s foi minha  primeira apresentação de todas. Apesar de ser nos Jardins, e vizinho de uma delegacia, o Hell’s era como uma bolha. O lugar era um salão na parte de baixo do Club Columbia (um lugar meio chique), piso de madeira, cabia umas 400 pessoas. Nessa época tudo era novidade, o tipo de música era inédito, o ecstasy era uma coisa nova, não tinha nenhuma outra noite que tocasse Techno do começo ao fim. O fato de começar às 4h30 dava uma boa filtrada no público, não tinha gente bêbada, nem um monte de caras babando em cima das meninas – essas pessoas não duravam até tão tarde. Acabou se criando uma certa comunidade, boa parte do público era sempre o mesmo todo sábado. Só dava pra conversar no banheiro. As pessoas iam pra dançar e enlouquecer até o meio-dia. Ou você estava dentro ou fora, não tinha meio termo para dançar por seis horas numa caixa preta cheia de fumaça”, relembra Renato, já um bom frequentador do local, que começou indo ver Mau Mau se apresentar.

O Hell’s é um dos lugares mais imortais da cidade, não ficando marcado somente na história, mas também responsável por revolucionar uma geração efusiva que, em troca, era alimentada por informações culturais e liberdade de expressão. O palco do Hell’s influenciou as pistas de Techno das grandes capitais do país como Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, conferindo à cidade de São Paulo o título de berço do Techno nacional.

E a revolução continua…

Decidi encerrar esse Memórias perguntando aos nossos convidados qual é a principal diferença que eles encontram na cultura clubber daquela época e da cultura clubber Millenial de hoje.

Para Cohen, isso está no comportamento e informação dos clubbers atuais: “hoje em dia muitas festas são tão bem feitas, desde todo o conceito até a produção, que é difícil comparar. Tudo era muito precário. Essas festas eram lugares onde você absorvia informação e cultura, hoje as pessoas já saem de casa com toda essa bagagem, a informação hoje está em todo lugar. Na época as pessoas tinham um interesse maior pela música em geral, as pessoas estavam lá para descobrir e apreciar coisas que não se tinha acesso fora dali. Era um mundo que ainda estava se formando. Acho que hoje, com tantos subgrupos e estilos, as pessoas têm preferências por padrões já formatados e não pela música em si, saindo um pouco desse formato já estabelecido parece que a pessoa não consegue mais se identificar nem se divertir. Todo tipo de Dance Music tem um espírito de inclusão , de união e de rebeldia também. Durante os anos 90 em São Paulo, como em todo resto do mundo, a música eletrônica era uma novidade que agrupava todo tipo de gente, jovens, velhos, gays , héteros, ricos e pobres. Era praticamente impossível você conhecer alguém que fosse contrário a esses ideais. Outra grande diferença que eu sinto é que o DJ era um cara que ficava lá no canto, eu demorei um tempo pra saber a cara dos djs que eu gostava. A grande atração da festa era o próprio público e a música era o elemento que unia todo mundo.”

Já Andrea, a revolução  transformadora pode ser definida através da letra da música History Repeating do Propellerheads feat. Miss Shirley Bassey:

“The word is about, there’s something evolving,
Whatever may come, the world keeps revolving…
They say the next big thing is here,
That the revolution’s near,
But to me it seems quite clear
That’s it’s all just a little bit of history repeating.
The newspapers shout a new style is growing,
But it don’t know if it’s coming or going,
There is fashion, there is fad
Some is good, some is bad
And the joke rather sad,
That it’s all just a little bit of History repeating.
And I’ve seen it before
And I’ll see it again
Yes I’ve seen it before
Just little bits of history repeating
Some people don’t dance, if they don’t know who’s singing,
Why ask your head, it’s your hips that are swinging
Life’s for us to enjoy
Woman, man, girl and boy,
Feel the pain, feel the joy
Aside set the little bits of history repeating
Just little bits of history repeating
And I’ve seen it before
And I’ll see it again
Yes I’ve seen it before
Just little bits of history repeating”

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