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A música conecta

Falamos novamente com o duo Adana Twins: dupla vive grande fase internacional

Por Alan Medeiros em Entrevistas 16.11.2017

On Air é a série de entrevistas do Alataj. Leia todas aqui!

Como já falamos por aqui no começo da semana, amanhã o Warung Beach Club dá início a suas comemorações pelos 15 anos de história, um verdadeiro marco no cenário clubber brasileiro. Uma das principais atrações do club nesses dois dias de festa, é o duo alemão Adana Twins. Figurinha carimbada no templo, a dupla deve apresentar um set com o novo perfil de suas produções, esse ano trabalhada em selos como Diynamic, Watergate Records e Suol.

Conhecidos internacionalmente pelo boom do deep house no começo da década, Take it Easy e Friso trouxeram para o Adana Twins um mix das referências de cada um. House, techno, hip hop, pop, electro… o som do duo foi formado por um pouco de tudo ao longo desses quase 10 anos, mas parece que agora as produções do projeto estão realmente mais voltadas para o techno – o mesmo pode-se dizer a respeito dos DJ sets.

Às vésperas de mais uma tour por aqui, Take it Easy e Friso retornam ao Alataj para uma nova entrevista exclusiva, dessa vez falando sobre o relacionamento com Diynamic e Watergate, experiências adquiridas pelo mundo, poder de conexão da música e muito mais. Confira:

1 – Olá, amigos! Tudo bem? É um prazer falar com você. Quando nós os entrevistamos pela primeira vez, em 2015, muito do que vocês tocavam e produzia ainda estava no deep house. Agora o cenário é diferente, já que o som do Adana Twins está predominantemente techno, não é mesmo? Como essa mudança aconteceu?

Olá, obrigado por nos receberem novamente! Como músicos, tentamos não pensar muito em gêneros, mas é claro que o nosso som mudou e esperamos que continue assim no futuro. Um dos grandes aspectos de ser um artista é que você pode seguir seus impulsos criativos, experimentar e ver o que acontece. É um processo muito intuitivo no qual coisas novas e empolgantes podem ser criadas. Vemos nosso desenvolvimento musical como uma longa jornada, não estamos trabalhando para uma meta ou objetivo específico. No momento, é importante para nós desenvolver nossa própria estética de som. Durante este processo, é muito divertido transferir a euforia que sentimentos durante a produção para pista de dança.

2 – Diynamic e Watergate Records tem sido labels chaves nesse processo, certo? Como tem sido o relacionamento de vocês com esses caras? De certa forma, essas gravadoras podem ser consideras o ponto de virada do perfil musical do Adana Twins?

Somos conectados a Dyinamic por uma longa amizade. Como o selo é de Hamburgo também, sempre esteve bastante presente e influente em nossa produção musical. Além disso, éramos residentes no clube de Solomun, chamado Ego, e lançamos em seu sublabel 2DIY4. Claro, é incrível ver alguém como Solomun tocando sua música e querendo lança-la em seu label.

Da mesma forma, também somos conectados a Watergate por uma longa amizade. Começamos a colaborar com eles cada vez mais nos últimos anos. Esses dois selos certamente foram grandes apoiadores. Não conseguimos agradecer o suficiente. Sempre queremos nos desenvolver e desenvolver nosso som ainda mais, esperamos que haja mais turning points no futuro.

3 – Em nossa última entrevista, você falaram que largar os escritórios e começar a viajar pelo mundo foi a melhor decisão que já tomaram. Agora, alguns anos depois e com muitas experiências na bagagem, o que vocês tiram de melhor do aspecto humano desse trabalho?

A coisa mais importante é poder fazer o que amamos. Somos muito agradecidos e ficamos muito animados se as pessoas são movidas pela nossa música. É uma ótima sensação contribuir com algo para uma grande festa.

4 – Atualmente, como funciona o processo criativo da dupla? Vocês costumam produzir separados? Há períodos sem gigs para focar na produção musical ou tudo acontece em meio as viagens?

Nosso processo de produção tem fases diferentes. Às vezes, um de nós produz uma faixa e mostra para o outro que, em seguida, muda algumas coisas. Outras vezes, nós produzimos juntos uma faixa inteira. No fim, é bom ver como as músicas se juntam de maneiras diferentes, mas ainda têm o mesmo tipo de caligrafia. Não temos um plano exato e sempre tentamos questionar nosso processo de trabalho.

Recentemente, temos trabalhado no estúdio de 2 a 3 dias na semana, mas no futuro queremos estar lá frequentemente. O DJing ainda é uma grande paixão, mas percebemos que a produção fica cada vez mais importante para nós, então queremos nos concentrar nisso ainda mais.

5 – Vocês são fãs declarados do Brasil e em contato direto com o público brasileiro eu posso dizer que as nossas pistas possuem um relação especial com o Adana Twins. Na visão de vocês, o que só o público brasileiro possui?

É muito verdade! Nós realmente levamos o país e as pessoas no nosso coração. As pessoas e a energia do Brasil são muito especiais. O entusiasmo e alma dos brasileiros criam a magia na pista de dança.

6 – Música tem muito a ver com a conexão que ela proporciona entre as pessoas, vocês concordam? Em algum momento da carreira vocês sentiram que suas ideias estavam indo para o caminho errado? Como retomar as rédias de uma profissão que está 100% ligada a arte e inspiração?

Para nós sempre foi importante experimentar coisas diferentes. Você sempre é mais esperto com o passar do tempo, então, claro que agora podemos dizer que algumas coisas foram na direção errada. Mas é apenas uma parte normal do seu desenvolvimento.

A parte legal de ser um duo é que vocês sempre podem se apoiar, especialmente quando algo dá errado. Juntos vocês são mais fortes do que sozinhos – definitivamente aprendemos isso nos últimos anos.

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7 – Como você enxerga atualmente a cena house/techno pelo mundo? Você sente que os jovens estão procurando por algo mais profundo dentro da música eletrônica?

Espero que os jovens realmente queiram ter uma visão mais profunda. Há tendências que parecem um renascimento dos anos 90, talvez seja o primeiro passo para algo novo. A próxima geração de jovens de 18 anos pode criar algo totalmente novo. Isso seria fantástico, não seria?!

8 – Para finalizar, vocês gostariam de deixar uma mensagem para os seus fãs brasileiros? O que eles podem esperar do Adana Twins nessa próxima tour?

Estamos muito felizes por estar de volta e comemorar com vocês!

A música conecta as pessoas! 

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