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A música conecta

Alataj entrevista Chicola

Por Alan Medeiros em Entrevistas 25.08.2018

O progressive house é hoje um dos gêneros mais populares dentro da música eletrônica global. Recentemente, nós falamos sobre a força do estilo aqui no Brasil nessa matéria especial. Infelizmente, entre os exemplos citados como referências internacionais que já passaram pelo Brasil, não podemos citar o nome do DJ e produtor israelense Chicola.

Oriundo de uma cena que possui uma grande tradição com sons progressivos e nomes como Guy Gerber, Guy J, Khen e Guy Mantzur, Chicola é uma real unanimidade entre os fãs da música eletrônica global. Com quase 20 anos de estrada, ele possui um forte background que tem ajudado a catapultar sua carreira para um nível internacional, principalmente entre países que já possuem uma tradição histórica no estilo, como Inglaterra e Argentina, por exemplo.

https://www.facebook.com/chicolamusic/videos/1177009109110815/

Boa parte de seus lançamentos tem sido liberada pela Lost&Found, incluindo seu álbum Could Heaven Be, um sucesso absoluto de crítica lançado no ano passado. Campeão na construção de melodias, Chico segue se desenvolvendo como um produtor capaz de ir muito além da simples produção musical: Chicola se comunica através de emoções. Nesse bate-papo e podcast exclusivos, desvendamos um pouco mais o perfil deste talentoso artista:

Alataj: Olá, Chico! Tudo bem? Obrigado por nos atender. Após mais de duas décadas de pista, certamente você já possui uma visão privilegiada em torno da cena. Na sua visão, o que há de melhor e pior na música eletrônica atualmente?

Olá pessoal, obrigado por me receberem. Acho que estamos vivendo um momento incrível na música eletrônica, há muita música de qualidade por aí. Sempre acreditei que música boa é música boa e você pode encontrar coisas incríveis, qualquer que seja o gênero que você queira escutar.

Sabemos que Israel possui uma tradição frente a cena eletrônica mundial. O que você pode nos contar sobre a cena do país neste exato momento? Há algo novo acontecendo junto aos jovens?

É verdade, há vários bons produtores de música eletrônica aqui e se você olhar vinte anos atrás, quando tivemos essa enorme cena do psy trance com grandes artistas como Roy Rosenfeld, Eli Nissan, Jos & Eli, Khen, Guy Mantzur, Sahar, Lonya, Stereo Underground e outros. Acho que a cena em Israel é incrível e você pode encontrar vários estilos em pequenos clubes, como Slippers 99 ou Aria, e também tem os maiores como The Block e, claro, os festivais que estão ficando cada vez maiores.

Guy J, Sasha, John Digweed e Nick Warren são apenas alguns dos artistas que estão apoiando sua música atualmente. O que esse tipo de suporte representa pra você? Ter sua música amplamente tocada por estes artistas é como uma confirmação que você está no caminho certo?

É muito empolgante saber que grandes DJs estão tocando a sua música e isso também me dá motivação para continuar. Sempre sinto que tenho muito mais para aprender, o que também me mantém motivado.

Sabemos que cada cidade tem uma atmosfera diferente e especial no que diz respeito ao dance floor. Qual a sua cidade preferida para uma gig ao redor do globo?

Há muitas cidades com multidões incríveis, acabei de voltar de uma boat party incrível em Budapest e as pessoas são de outro mundo lá. Gosto muito de Rosario na Argentina e Buenos Aires, que é um paraíso. O público na Argentina é incrível.

Could Heaven Be certamente é um dos momentos mais épicos de sua carreira. O que você pode nos contar a respeito do processo criativo deste álbum? Pessoalmente, o que ele significa pra você?

Algumas partes do álbum foram escritas durante momentos tristes, pois eu e minha esposa perdemos uma grande amiga e sua filha em 2016. Esse trágico evento teve um impacto enorme em nossas vidas e algumas faixas do álbum foram muito ligadas a isso, ‘Could Heaven Be’ e ‘If He Thought You Ever Changed Your Mind’são exemplos. Também pareceu apropriado esse ser o título quando a track list final tinha sido desenvolvida.

Como você define seu estilo musical atualmente? Gêneros são realmente importantes?

Não penso em regras de gêneros, acredito que música boa é música boa. Não há limites ou estilos específicos que eu goste, sou bastante aberto e gosto de explorar uma variedade de caminhos sonoros. Não penso em regras de gênero e isso provavelmente poderia levar a um bloqueio criativo ou dificultar o fluxo de uma ótima session no estúdio. Faço o que eu sinto e não estou tentando fazer algo específico dentro de um gênero, às vezes é mais melódico e às vezes é obscuro, isso é o que gosto no estúdio.

Motivação é um assunto sempre muito relativo, mas nós gostaríamos de saber: após tantos anos produzindo em alto nível e discotecando para multidões, o que te mantem inspirado atualmente?

Ótima pergunta. Primeiramente, eu gosto muito disso do fundo do meu coração, o público realmente me dá apoio e isso me motiva. Sou muito inspirado por boas músicas, assim como viajar para todos esses países. É sempre incrível chegar em um país diferente e descobrir novas culturas. Ver todos reunidos e unidos pela música que amam, isso é incrível para mim.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Música é uma grande parte da minha vida, estou cercado por ela e acredito verdadeiramente que é um estilo de vida. Acredito que paixão por música é algo com que nasci e desde muito novo, comecei a escutar  diferentes estilos. Também posso ver isso nos meus filhos, eles escutam música o dia inteiro e ela é parte de suas vidas, me sinto realmente abençoado por isso.

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