O projeto Flow & Zeo, formado pelo casal Marian Flow e Zeo Guinle, já é um velho conhecido aqui do Alataj. Não é para menos, afinal, a dupla celebra em 2020 nada menos que 20 anos de carreira. Já tivemos a oportunidade de entrevistá-los por aqui há exatos três anos, fizemos premieres de seus lançamentos, noticiamos novidades, descobrimos em detalhes como foi a primeira gig, acompanhamos o retorno da Tropical Beats, conhecemos seu Estúdio Árvore… realmente temos um carinho muito especial por eles.
+++ “O amor alimenta a música e a música alimenta o amor”: entrevistamos a dupla Flow & Zeo
Apesar da pandemia ter atrasado algumas coisas e adiado alguns planos, o duo não se acomodou e tem trabalhado até mais do que antes com muitos projetos ambiciosos pela frente, que vai desde uma live em um ambiente virtual 3D, até o lançamento de um álbum temático relacionado à galáxia. Quer saber mais? Então segue com a gente nessa entrevista exclusiva.
Alataj: “O amor alimenta a música e a música alimenta o amor”. Vocês utilizaram essa frase no início da nossa entrevista em 2017 e com certeza ela continua sendo muito verdadeira. São 20 anos criando, produzindo, discotecando… lá no início vocês imaginavam chegar onde estão hoje?
Flow & Zeo: Imaginar, claro! Nosso relacionamento com a música sempre foi visceral… Criar, se dedicar e seguir nossas intuições – entregues de corpo e alma – foi o que nos trouxe até aqui e nos levará além… Assim como ensina a composição e canção do grande mestre Raul: “…sonho que se sonha junto é realidade”. Nosso sonho sempre foi e é viver da música, afinal, foi ela que nos uniu.
A pandemia pegou todo mundo de surpresa e afetou de forma imensurável toda a indústria criativa, mas apesar disso, acreditamos que ela também como uma oportunidade para nos reinventarmos. Isso faz sentido pra vocês também? Como tem sido esse momento na vida e na carreira do Flow & Zeo?
Esse momento de transformação inesperado e que de fato pegou todo o mundo de surpresa, infelizmente ainda terá muitos capítulos na história da humanidade. Para grande parte da sociedade global – e de forma mais intensa nos países emergentes – ter que se isolar, não significa somente evitar o contágio… mas, deixar de ter a sua subsistência. É complicado…. muito difícil!
Vivemos da música, das nossas apresentações em eventos com público, aglomeração… nosso mercado parou 100%. Sem os eventos, nosso relacionamento com o estúdio se aprofundou. Essa mudança de comportamento gerada pelo isolamento nos fez pesquisar mais, estudar, olhar pra dentro e focar no presente. Absorvemos o momento e depositamos nosso tempo e energia no estúdio para a criação e composição do nosso álbum SpaceKraft.
Acreditamos que a pandemia também trouxe a oportunidade para o mundo dar uma interiorizada, o que traz vários aspectos positivos no sentido de viver em harmonia com a natureza e com si mesmo. Nós aproveitamos para plantar, pintar, ler, cuidar mais da casa e dos nossos filhos felinos.
Isso vai de encontro com os projetos que vocês estão trabalhando atualmente, não é? Fale um pouco mais sobre a live 3D e o conceito envolto por trás disso.
Totalmente… produzir este álbum SpaceKraft, que marca os nossos 20 anos de carreira, foi como parir um filho, viajamos fundo neste espaço infinito que é o universo… o conceito principal é que a música nos leva para outra dimensão e estamos preparando um live 3D interativo para que todos possam fazer esta viagem com a gente, pelos nove planetas do sistema solar.
E o álbum deve sair quando exatamente?
Estamos alinhando com a gravadora e vai sair até maio do ano que vem… primeiro lançaremos um single com a faixa Terra e estamos indo para Bahia produzir o videoclipe desta faixa. Honrando a nossa mãe Gaya depositamos uma energia especial na produção desta música, usando a frequência da ressonância de Schumann – campo eletromagnético da terra e um canto sagrado indígena. No álbum terá também uma bônus track com uma versão binaural para ouvirem e sentirem com fones de ouvido.
E falando um pouco mais do álbum, o que os fãs podem esperar das produções? Quantas faixas vocês pretendem lançar e qual será o ritmo ditado por elas? Bem pista? Mais conceituais ou um mix disso e de outras atmosferas?
Serão 10 faixas, começando com a intro Infinity Z e seguindo a viagem sonora de Mercúrio até Plutão. Passeamos por diversos estilos, mantendo as timbragens espaciais, linhas de guitarra afinada em 432Hz, e vocais que pesquisamos em filmes e documentários, dando a nossa interpretação musical a cada planeta. É sempre difícil categorizar mas terá eletrônica, Downtempo/Organic House, Melodic House & Techno, Progressive House, Deep House e Minimal/Tech.
Um passarinho nos contou que essa ação de 20 anos também irá contemplar até mesmo um vernissage, promovendo um encontro de música, arte e tecnologia… dá pra falar um pouco mais sobre isso ou ainda é cedo?
Com toda esta mudança no mundo, desenvolvemos um projeto de um ano para disseminar todo conceito por trás desta jornada. Começa com o videoclipe e single da Terra, depois o show 3D interativo, lançamento do álbum, duas outras músicas que estão em produção, The Sun & The Moon, que gostaríamos de lançar em vinil.
Faremos também exposição de arte abordando o tema Universo Infinito com instalações de cada planeta, além de outras interpretações do Buraco Negro, Afinador de Galáxias projetado por artistas como Mutti Randolph, Marcos Prado, Sergio Mauricio Manon, Toz, Alexandre Mazza, Paula Dornelles, Gui Machado, Tati Guinle entre outros, seguindo com um EP de remixes das faixas por artistas nacionais e internacionais convidados, encerrando com um mini documentário sobre a nossa história. Tem bastante coisa pela frente.
Pra finalizar: alguma outra novidade que vocês gostariam de compartilhar com o público? Obrigado e feliz 20 anos!
Estamos muito realizados com a concretização do álbum e desenvolvendo músicas das duas novas identidades musicais: DFUZE & FLUYD, além de novas do Flow & Zeo pra vocês.
A música conecta.