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A música conecta

Alataj entrevista India Jordan

Por Ágatha Prado em Entrevistas 11.06.2021

Com raízes fincadas em terras britânicas, India Jordan exala sua personalidade forte e cativante para além das fronteiras de gênero. Mesmo com um rostinho tão jovial, a experiência e qualidade que Jordan traz em suas habilidades é equivalente a dos gigantes do cenário. Indicadx como um dos produtorxs de Dance music mais empolgantes do momento, India recebeu recebeu no ano passado o prêmio de “Melhor Produtor Revelação” da DJ Mag e foi nomeadx por Pete Tong como a “estrela do ano” em seu programa na BBC Radio 1.

Entre Drum n’ Bass, House, Hardcore, Techno, Jungle e Breaks, India conecta um diálogo ativo de representatividade LGBTQIA+ através de sua assinatura, desafiando padrões com uma energia implacável. 

Após grande repercussão com seu primeiro EP For You, que saiu pela Local Action no ano passado, India agora ingressa na Ninja Tune e apresenta o poderoso Watch Out!, mostrando seu vigor inesgotável através das cinco faixas do EP. 

Conversamos com India Jordan para entender um pouco mais sobre suas raízes, representatividade, fonte criativa e mais detalhes sobre seu último trabalho. Acompanhe. 

Alataj: Seu som traz uma pegada muito única das influências britânicas. O que você ouvia antes de se tornar DJ e produtorx? Esses sons de certa forma influenciam na sua assinatura de hoje?

India Jordan: Eu sempre amei Dance Music. O Drum n’ Bass foi a principal razão pela qual me tornei DJ, minha obsessão desde os 16 anos. Antes eu gostava muito de Hard house, Hardstyle e Trance. Tudo isso me influencia hoje e eu ainda estou realmente interessadx em todos eles!

Quando você sentiu que foi a grande virada da sua carreira?

Quando artistas que sempre amei e que sempre fui fã começaram a ouvir e gostar da minha música, isso ainda parece irreal para mim.

Seu som, assim como sua história de vida, são exemplos de luta pela igualdade, inclusão e  representatividade, sobretudo para o público LGBTQIA+. Na sua visão, como a voz do ativismo  pode ser comunicada dentro da cena eletrônica ?

Músicos, como qualquer pessoa com seguidores, têm uma plataforma e a responsabilidade de usá-la para o bem. As raízes da Dance Music estão nas comunidades Black, Latinx, Queer e Trans, devemos isso às comunidades que lutaram antes de nós e precisamos continuar fazendo o trabalho. Como a maioria das coisas sob o capitalismo, a Dance Music foi cooptada pelo homem heterocêntrico branco cis hetero, vejo como responsabilidade de todos desafiar isso.

Este período de autoconhecimento e auto descoberta, influenciou de alguma forma sua liberdade em suas composições?

Sinto que estou sempre aprendendo sobre mim mesmx e minha música sempre mostrará essa autorreflexão, tudo está mudando e tudo é um processo constante de aprendizagem e desaprendizagem.

Seu primeiro EP For You trouxe uma interessante mensagem voltada para o público queer. E agora em Watch Out!, qual é a mensagem deste novo lançamento?

Watch Out! foi feito entre o final de 2019 e o outono de 2020 e tem como tema o movimento físico / conceitual. De uma perspectiva física, Watch Out é o que eu grito para as pessoas quando elas estão no meu caminho enquanto ando de bicicleta, e a arte mostra algumas das ciclovias que fiz durante o lockdown. Eu também costumava fazer a maior parte das minhas músicas durante as viagens de trem, Only Said Enough foi feito no trem para Hull (norte da Inglaterra) e You Can’t Expect the Cars to Stop if You Haven’t Pressed the Button tem amostras das Pelican Crossings em Dublin (Irlanda) e Peckham (Londres). Conceitualmente, mudei muito este ano em termos de compreensão de mim mesmx e de minha identidade de gênero. Todos nós tivemos que mudar e nos adaptar às nossas circunstâncias e como nos relacionamos com o movimento, e tudo isso está ligado a ele também.

Como rolou o contato e o convite para estrear na Ninja Tune? Acredito que tenha sido um dos grandes highlights seus até aqui, certo?

Sim, com certeza! Eu amo a Ninja há muito tempo, então foi uma honra lançar com eles. Eles entraram em contato no ano passado e começamos a conversar e trabalhar juntos.

Watch Out! traz um misto de referências efusivas e ao mesmo tempo suaves e celebrativas, como na faixa And Groove. Como foi o processo criativo das faixas, e qual a essência principal que se conecta entre cada música?

Eu fiz as três primeiras faixas antes do lockdown e as duas últimas durante o pico do lockdown, And Groove em particular parece bastante conectado às minhas influências criativas durante o tempo de isolamento, mais lento e coisas de ritmo chill. O tema geral que conecta o EP é a excitação antecipatória, o movimento e as viagens.

A cena britânica já ensaia suas voltas às atividades, enquanto que algumas partes do mundo ainda terão que esperar mais um pouquinho. Quais são seus planos para esse retorno?

Eu estou indo com calma com shows até agosto, quando espero que as coisas pareçam um pouco mais normais. Eu tenho alguns remixes e mixagens saindo durante o verão, e em novembro eu estarei (com sorte) fazendo uma turnê pelo Reino Unido.

Agora uma clássica do Alataj: o que a música representa para você?

Cura, emoção, conexão, tudo !!

 A música conecta.

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