Alguns artistas são donos de uma capacidade singular de causar emoção. Esse é o caso do carioca Vicente Amadeo, mais conhecido como Art In Motion. Seu trabalho gerou um impacto na cena após suas faixas caírem nos cases de nomes como HOSH, Gorge, My Favorite Robot e Nic Fanciulli. De lá pra cá Vicente tem procurado se aprofundar ainda mais nas nuances sonoras que o definem como um artista.
Art In Motion está longe de ser um fenômeno que nasceu da noite para o dia. Ele bebeu de diferentes fontes de inspiração e contou com o diploma do SAE Institute – da Austrália – para aprimorar cada vez mais seu trabalho. Dono de uma própria gravadora, a Plano B Records, Art In Motion segue sua caminhada em constante evolução, assim como acontece com nossos sentimentos, que são mutáveis de forma geral, mas tendem a ser fiéis por um longo período de tempo.
Trocamos uma ideia com Vicente sobre toda sua caminhada até aqui. Ele também gravou um mix para o Alaplay Podcast, que você pode ouvir abaixo. A música conecta as pessoas!
1 – Olá, Vicente! Tudo bem? Obrigado por conversar conosco. Vamos começar falando sobre a escolha de seu nome. Art in Motion remete a emoção, característica fácil de se observar em suas produções. Esse foi um dos motivos da escolha?
Tudo ótimo Alan, obrigado vocês pela oportunidade!
Foi sim, acredito que tudo na vida nasce através de movimento. Fui criado no meio artístico, e a arte sempre esteve muito presente na minha vida em varias formas. Com a música consigo me expressar e tenho infinitas possibilidades para mexer com a emoção das pessoas.
2 – Suas faixas já receberam suporte de grandes nomes da música eletrônica. Entre eles HOSH, Lee Burridge e Nic Fanciulli. Há algum que você considera mais especial e gratificante? Por que?
No meu álbum Llankay tive bons suportes como de Sasha, Tim Green, Joseph Capriati mas acho que o mais especial foi do Laurent Garnier pela sua historia e por ser um DJ que eu admiro muito.
3 – Em sua bio você cita que suas experiências fora do país contribuíram muito para sua formação artística. Fale um pouco mais sobre elas…
Eu morei na Austrália por 2 anos onde estudei engenharia de som no S.A.E e durante aquela época eu estava começando a tocar, mas na Austrália a cena ainda era muito pequena e amadora.Em 2012 fiz a minha primeira ida a Europa como DJ e também foi a minha primeira gig como Art In Motion para a crew do Deep House Amsterdam. A partir dai voltei todos os anos. Tem sido essencial para abrir a minha cabeça e ”beber da fonte”. Comecei a entender mais a cena clubbing, o Techno, como as gravadoras trabalham seus artistas e os seus showcases, fui a grandes festas e festivais, vi muitos DJs que não vinham tocar aqui no Rio e em consequência disso o meu som foi mudando e amadurecendo.
4 – Você já possui a sua própria gravadora, a Plano B Records. Como surgiu essa marca e como estão os trabalhos por lá?
Sempre tive um lado empreendedor e comecei a produzir música com um grupo de amigos que não eram da cena, não éramos DJs e não conhecíamos muitas gravadoras por isso decidi criar a Plano B. Eu tinha um contato com uma label de São Paulo e o dono estava abrindo uma distribuidora e procurando labels nacionais pra lançar no mercado. Como eu meus amigos tínhamos muito material e estávamos querendo lançar musicas e entrar na cena porque não criar essa família ? Sempre foquei muito nos artistas nacionais e estamos trabalhando com uns projetos novos bem legais com som original, que é o que tenho buscado para gravadora.
5 – Como já dito anteriormente, sua música carrega uma alta dose de emoção e melodia. É possível dizer que suas produções são mais reflexivas do que propriamente dançantes?
Não gosto tanto de rótulos mas tenho buscado com o Art in Motion equilibrar bem esses 2 pontos que você citou! Realmente amo melodias. É através delas que encontro esse tom reflexivo das minhas produções. Nas minhas faixas tento transmitir o meu dia-a-dia e meus sentimentos mas estou em uma fase de amadurecimento e tenho uma enorme vontade de buscar coisas novas.
6 – Você possui uma relação muito especial com a Cave, do Rio. De que forma isso contribuiu para seu amadurecimento enquanto artista?
Sim é verdade.
Tudo isso nasceu de uma boa relação com o James Cesari, peça chave do club. E que esta sempre procurando um diferencial, assim como eu através do meu som. Primeiro foi bom estar mais próximo de um club, ver como tudo funciona por trás dos bastidores e também ganhar mais segurança de entrar após grandes nomes e aprender a fazer verdadeiros warm ups, a lidar com públicos e pistas diferentes, aprender a ler a pista e saber quando e como posso arriscar ou experimentar… enfim um monte de razões!
7 – Para encerrar vamos falar um pouco sobre o futuro. Gigs, lançamentos… o que vem por aí?
Bom, tenho trabalhado em um projeto novo, Akken, com meu mentor Pedro Cruz e estamos em contato com uma super label da Europa se tudo der certo teremos uma bela surpresa pela frente.Também estou planejando minha primeira tour pelo México e o meu retorno a Europa pro ano que vem!! Aqui no estúdio a produção está a mil, o meu próximo EP vai sair pela gravadora Union Jack e estou em contato com algumas labels nacionais e de Berlin organizando os próximos releases.