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A música conecta

Alataj entrevista Adana Twins

Por Alan Medeiros em Entrevistas 18.11.2015

Os últimos anos representaram um período de glória para o deep house na Europa. Parte do sucesso do gênero no velho continente deve-se ao potencial criativo da dupla Take it Easy & Friso, mais conhecida como Adana Twins. Eles desenvolveram desde o início da carreira uma roupagem muito marcante de deep house. Em pouco tempo conquistaram as pistas da Alemanha e ganharam destaques com EPs de sucesso no Beatport. Junto a labels como Exploited, a dupla conseguiu uma consistência artística bastante impressionante, soma das influências de hip hop trazidas por Take it Easy e da inspiração techno implementada por Friso. Não demorou para que eles cruzassem o oceano e chegassem ao Brasil. Por aqui, caíram no gosto do público ao som de sucessos como “Strange” e “Driver”, hits que os levaram a apresentações marcantes na D-EDGE e no pistão do Warung. Às vésperas de uma nova tour no Brasil, convidamos a dupla para assinar o nosso podcast de número 200. Além disso, eles nos responderam algumas perguntas, que você pode conferir abaixo. A música conecta as pessoas!

Alataj: Olá, meninos! Obrigado por falar conosco. Bem, vamos começar falando a respeito do começo da carreira de vocês. Quando foi o exato momento em que decidiram que viajar pelo mundo e produzir música seriam o que vocês chamam de “profissão” hoje em dia?

Adana Twins: Foi cerca de seis meses após o lançamento de “Strange” no EP “Everyday”. Quando esse EP saiu tudo mudou. Antes dele nós dois estávamos trabalhando com design e publicidade e tocávamos apenas por diversão e amor. Mas com esse lançamento, começamos a ter muita procura por gigs e então decidimos tomar isso como nosso trabalho principal. Então, nós largamos nossos escritórios e começamos a viajar ao redor do mundo. Esta foi a melhor decisão que já tomamos.

Tanto Taket It Easy quanto Friso, possuem backgrounds musicais distintos e variados. Como foi pra vocês a caminhada até chegar no deep house como grande símbolo do projeto?

No início da nossa carreira você deve ter percebido essas influências em nossas produções, porque estávamos usando funk, soul e samples antigos de rap que combinavam com house music. Friso é um amante das cenas house e techno e traz uma vibe mais clássica em nossas produções, enquanto eu apresentei o meu amor por harmonias e melodias mais profundas para ele. Claro que todas essas coisas podem mudar – e por vezes mudam – durante o processo de produção. Mas eu acho que isso nos faz trabalhar como uma equipe da melhor maneira.

Gostaríamos que vocês falassem um pouco a respeito do relacionamento de vocês com as labels que o projeto trabalha. Sabemos da boa relação com a Exploited. Como esse relacionamento contribui para o amadurecimento artístico de vocês?

Nós sempre tivemos um ótimo relacionamento com nossos labels e somos muito gratos por tudo o que eles já nos deram de oportunidades. No momento estamos trabalhando em nosso próprio selo, que será anunciado muito em breve!

Em 2012, vocês tiveram um boom no reconhecimento internacional com os lançamentos de “Everyday” e “Strange”. Como foi o processo criativo dessas duas faixas na época? O que inspirava vocês naquele momento?

Bom, no momento que nós fizemos essas faixas estávamos ouvindo artistas como Tanner Ross, Art Department e Tale Of Us. Músicas como “Every minute alone”, B-Side de “Whithout You”, nos deram esse “wow-effect” e definitivamente, eram uma grande inspiração. Elas tinham um baixo dark e profundo, mas ainda assim possuíam um apelo pop e suave que não era extravagante.

Entre tantos suportes que vocês já receberam, tem como citar algum como mais importante ou surpreendente?

Acho que foi quando vimos um vídeo do Solomun tocando “Everyday” no D-EDGE ou quando ouvimos dizer que Pete Tong, Maya Jane Coles e Todd Terry estavam tocando “Strange” em seus sets. Todos esses caras eram heróis para nós e de repente, eles estavam tocando nossas músicas. Incrível!

Sabemos que vocês possuem uma relação muito intensa com o público brasileiro, que sempre acompanha vocês através das redes sociais. O que vocês mais gostam de fazer quando estão no Brasil?

Com certeza. O público brasileiro possui uma grande vibração e adora nossa música. Eles sempre ficam loucos quando nós tocamos, especialmente no Warung. Este lugar é mágico, você se sente como um jogador de futebol na final da Copa do Mundo em um grande estádio.

Desde o começo de Setembro, vocês estão viajando pelo mundo com o projeto All Night. Em Dezembro, a tour passa pelo D-EDGE. Falem um pouco sobre o funcionamento desses shows e de como surgiu essa ideia

Quando começamos a tocar juntos, era natural tocarmos a noite toda em bares pequenos. Também fomos residentes em Hamburgo, em um club chamado Baalsaal, onde aprendemos a construir uma noite. Essa foi talvez a melhor educação que tivemos, nós amamos tocar nesses lugares. Quando começamos a viajar cada vez mais, tivemos de mudar um pouco isso. Nos concentramos mais em sets de peaktime, porque normalmente tocamos entre 2-3h da manhã. Não nos leve a mal, nós definitivamente amamos esses sets e tocar em festivais também, mas o que mais gostamos é tocar all night long, por que podemos construir uma noite e contar uma história. Nenhum DJ warm-up antes de você está martelando hits, não há pressão. Em situações assim, nós podemos fazer o que nós amamos: tocar a noite inteira para proporcionar uma jornada de som. Não importa o estilo. Tocamos o que mais gostamos e o que muitas vezes não poderíamos tocar.

Essa é uma pergunta que eu gosto muito de fazer para meus entrevistados. Há algum DJ ou produtor que vocês tem acompanhado recentemente? Qual?

Clarian!

Para finalizar, uma pergunta muito pessoal. O que a música eletrônica representa na vida de vocês?

Boas vibrações, paz e harmonia.

A música conecta.

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