Por Maria Angélica Parmigiani
Se você costuma desbravar o universo da música eletrônica então provavelmente já ouviu falar de nomes como Black Coffe e DJ Kent. Afinal, não é de hoje que os sul-africanos trazem originalidade à música eletrônica e se destacam a nível mundial. Themba Nkosi, que atualmente assina como DJ Themba, faz parte dessa safra de artistas provenientes da África do Sul que despontou, principalmente por trazer consigo traços muito particulares da cultura africana.
+++ Special Series | Black Coffee
O DJ e produtor, que já conquistou reconhecimento através do nome Euphonik, se relançou para mudar o ritmo de sua trajetória profissional. A música Who Is Themba permaneceu nas paradas do Beatport por quase um ano após seu lançamento. A mudança para Ibiza foi crucial para sua carreira, ganhando as pistas dos renomados clubs Amnesia, Ushuaia e Pacha e uma turnê para mais de 20 países, muitas delas ao lado de seu amigo, Black Coffee.
Em dezembro ele desembarcou no Brasil pela primeira vez se apresentando nas praias de Jericoacoara e Trancoso. Pegando essa carona, nós aproveitamos para saber um pouco mais sobre sua história e como a House Music está fortemente inserida na cultura musical das novas gerações de seu país. Enquanto você acompanha, pode ainda conhecer e ouvir um pouco mais do que rodeia seu universo musical:
Alataj: Olá, Themba! Como você está? Obrigado por nos receber. Percebo que a música eletrônica se desenvolveu muito no continente africano nos últimos anos. Para quais fatores você acredita nessa evolução recente?
Themba: Eu acho que existem duas principais razões. A primeira é que tem mais e mais pessoas fazendo a música, a segunda é a quantidade de DJs e produtores que estão saindo de casa para explorar o mundo. A música é uma parte muito grande da cultura africana e muito importante para todas as nossas vidas.
Especialmente na África do Sul, percebo uma maior conscientização das pessoas sobre a música eletrônica de ponta. Você sente a juventude do país interessada em consumir algo mais profundo?
Os jovens da África do Sul amam House Music de todas as formas e se esforçam para procurá-la e encontrá-la. House é a música top 40 da África do Sul. Está no rádio e na TV e, se estiver nas paradas, o sul-africano a encontrará.
A cultura musical africana está ligada a um senso de ritmo muito avançado. É possível dizer que isso tem sido crucial fator no desenvolvimento do seu perfil sonoro?
Eu acho que todos os africanos já nascem com ritmo. Música e dança fazem parte de nossas vidas desde o dia em que nascemos até a morte. Tudo é música na África. É difícil colocar em palavras, porque é algo com o que nascemos.
Desde que você surgiu no cenário internacional da música eletrônica, já visitou mais de 20 países. Qual é o mais coisa interessante esse contato com outras culturas trouxe para você?
Isso me deu uma visão e uma perspectiva maior do mundo. Realmente me aproximou da minha música, minha produção e de mim como humano. Adoro explorar diferentes culturas e vi que o mundo é realmente um lugar bonito, com pessoas e lugares incríveis para visitar, especialmente se você ficar longe de todos os lugares que são como “marketing” para você.
Who is Themba? mudou sua vida para sempre. O que você pode nos dizer sobre seu processo criativo?
Eu literalmente faço música com meu coração, inspirada em quem eu sou e para onde estou indo. Minhas músicas possuem várias emoções que despejo em cima delas. Começa com uma melodia básica, depois adiciono a bateria e a linha de baixo.
Após um agitado 2019, quais são seus principais planos e metas para 2020?
Desejo crescer como humano e ser uma pessoa melhor. Então, quero fazer mais músicas e tocar mais vidas com ela.
Neste final de ano você está vindo ao Brasil para alguns shows especiais. O que você espera encontrar aqui? [pergunta feira antes de suas gigs]
Eu realmente não tenho expectativas. Estou ansioso para testar minhas novas produções, conhecer o povo do Brasil e explorar mais o país.
Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?
A música é como o ar que respiramos. O ar passa e a vida passa, então, para mim, uma vida sem música não vale a pena ser vivida.
A música conecta.