A Mixordia não se preocupa em fazer festa para milhares de pessoas e lotar seus espaços — faz festa para quem entende e valoriza a música. No dia 8 de novembro, o coletivo encerra sua temporada de 2025 com a última edição do ano no Vila Aragon, trazendo ADI, DJ e produtora colombiana hoje radicada em Berlim. Ao lado dela, Tati Pimont faz b2b com Hollanda, inédito em São Paulo, enquanto Galvin completa um line-up que reflete bem a filosofia do coletivo: nomes fora do radar mainstream, mas donos de repertório e pesquisas impecáveis.
ADI chega com um currículo bastante sólido: é residente dos clubs Funke (Ghent) e Blur (Bruxelas), tem presença constante nas rádios belgas Gimic e Kiosk, e é curadora do Rio Hostel/Bonanza Festival na Colômbia. Como DJ, já levou sua sonoridade a clubs icônicos como Panorama Bar, Salon des Amateurs, Waking Life e DC10. Sua abordagem explora territórios sonoros diversos, sempre traduzindo emoção em som — exatamente o que a Mixordia busca em seus convidados; uma curadoria cirúrgica que foi feita em parceria com Tati Pimont, DJ residente que conhece bem o DNA do projeto.
O ano de 2025 tem sido intenso para a Mixordia. A label realizou sua primeira festa do ano em abril com DJ Tree, Flo Massé e Holz², e seguiu em junho com Matthias, DJ Mau Mau b2b Pil Marques e Galvin. Em agosto, fizeram um showcase em Munique no LEGAL club, representados por Galvin e Nigro, dando o primeiro passo no plano de internacionalização da marca. Já em setembro houve uma edição pocket na VOID, e em outubro retornaram à Vila Aragon com Francesco Farfa, Rafael Onid e Javiera, uma sequência que mostra a consistência na programação e o crescimento orgânico da marca.
A Mixordia mantém alguns pilares que são fundamentais para que o coletivo siga em expansão na cena; por exemplo, prezam pela política de “no phones on the dancefloor” e tem o investimento em um soundsystem de qualidade como uma prioridade. Esses detalhes, somados à curadoria afiada que prioriza nomes nichados mas respeitados, vêm garantindo respaldo crescente no circuito nacional. O resultado é uma marca que não precisa de ticketsellers para funcionar. Preferem apostar em artistas que entregam experiências sonoras de alto nível para quem realmente está ali pela música.
“Sentimos que 2025 foi um ano de evolução real, especialmente na construção de uma comunidade sólida”, avalia o coletivo sobre o balanço da temporada. Para 2026, a estratégia será ampliar o movimento: “queremos abrir mais espaço para artistas nacionais e seguir aprimorando a qualidade dos nossos eventos, tanto em termos de estrutura quanto de curadoria”, explicam. A expansão internacional seguirá de forma orgânica, priorizando a consolidação de laços e a criação de pontes dentro do Brasil, buscando conexões com outros coletivos.
No futuro, o investimento continuará focado na experiência: “a estrutura da festa é uma área em que seguimos investindo constantemente, com foco em aprimorar a qualidade do som e do ambiente”, destacam. Com 2025 se encerrando em grande estilo no Vila Aragon, a Mixordia demonstra que construiu algo sólido — uma comunidade que valoriza a música acima de tudo, e um modelo que prova que qualidade supera quantidade quando se trata de experiências na pista de dança.