O prédio do antigo Moinho Covolan e o sítio urbano que o envolve na cidade de Farroupilha (RS) respira a história do nosso país por sua existência. Ao longo dos anos ele se transformou em um centro cultural-artístico e um núcleo de projetos e ações de formação educativa e empreendedorismo criativo e colaborativo. Hoje, ele corre risco de ter sua valiosa jornada de impacto social encerrada por conta de um leilão. Diante disso, a população se manifestou por abaixo-assinado solicitando à prefeitura e IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado -RS) para que o local seja tombado.
Essa não será a primeira vez em que a população precisa se mobilizar para que a arte e a história prevaleçam diante do avanço da modernização das cidades, que claro, deve acontecer em seu fluxo normal, mas levando em consideração o legado e o quão vivo o local ainda está. O Moinho Covolan, assim chamado pela moagem de trigo que acontecia ali até os anos 80, foi um marco de pioneirismo industrial, tecnológico e arquitetônico na região quando, em 1920, Antônio Covolan deu um passo ousado na história. Após o encerramento das atividades o lugar, que possui referências no pós-modernismo e Art-Déco, foi revitalizado para se transformar em um espaço de eventos e manter viva sua história.
Gustavo Covolan, neto de Antônio, é o personagem responsável por injetar vida ali. Foram oito anos de projeto para repaginar o prédio, com toda a cautela para que a essência não fosse alterada. Em 2008, nasceu o Muinho, como uma reinvenção à palavra original e que por todos esses anos se metamorfoseou, virando referência em cultura. O espaço já recebeu artistas de todo Brasil como Elekfantz, Fran Bortolossi, Boghosian, Blancah, Albuquerque, Zopelar, Teto Preto, Tessuto, L_cio, Davis, Eli Iwasa e também de outros países da América Latina, Europa e EUA, não só da música, mas em múltiplas formas e manifestações artísticas. Para a música eletrônica regional, representa um forte fomentador. A Colours, de Fran Bortolossi, e a Beat On Me, dos artistas Mau Maioli e Cris D, lá surgiram, assim como festas da região gaúcha como a Freedom de Fer Oliveira e a Movement de Caio Busetti. Muitos DJs têm uma enorme consideração pelo local, onde tiveram suas primeiras oportunidades profissionais.
O Muinho ainda possui uma Associação Cultural e um museu com acervo histórico. Além disso, apoia e abre espaço para as formas de expressão, de inclusão social e quer continuar a ser um lugar de encontro e de movimentos coletivos de ativistas urbanos, se envolvendo ainda mais com a comunidade em geral. O abaixo-assinado por sua preservação já ultrapassou seis mil adesões. Agora é preciso ir além: torne-se sócio-amigo da Associação do Moinho Covolan, o ato não gera custo e quem ingressar contribui na defesa do patrimônio.
Preenchendo esse formulário, você recebe um certificado (arte digital para impressão de lambe) de sócio(a)-amigo(a) e entra na luta pelo salvamento de uma nobre iniciativa diante da nova administração municipal de Farroupilha. Para assinar o abaixo-assinado clique aqui, e para fazer parte do sócio(a)-amigo(a), clique aqui.
A música conecta.