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A música conecta

Alataj entrevista Bellaire

Por Alan Medeiros em Entrevistas 06.07.2018

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A dance music francesa é famosa pelo french touch, movimento que revelou para o mundo nomes como Daft Punk, Étienne de Crécy, Demon, Benjamin Diamon, Cassius, Justice, Vitalic, Phoenix e uma leva extensa de produtores que impactaram o mundo com uma característica própria e bem peculiar.

A história está escrita e esse belo legado ninguém será capaz de apagar. Cabe agora a nova geração de produtores capitanear sua própria jornada, muito influencida claro por tudo o que já foi feito. Nomes com Bellaire, Folamour e Matthieu Faubourg estão aí para revitalizar o DNA da música francesa – isso sem falar em artistas já consolidados como Traumer, Rodriguez Jr e o trio Mandar. No caso do jovem produtor Bellaire, muitas coisas impressionam, a começar pela sua maturidade artística com apenas 19 anos. Em seguida, o trabalho de piano e melodias de nível avançado presentes em sua música e por último, mas não menos importante, sua consistência na produção – simplesmente não há um laçamento mais ou menos.

A pouca idade é inversamente proporcional ao seus números nas plataformas digitais, que seguem crescendo em ritmo acelerado. Se em breve teremos um novo herói musical capaz de ajudar a escrever a bela trajetória musical francesa, só o tempo irá dizer. O que importa é que agora Bellaire está trilhando seu próprio caminho de maneira inteligente. Às véspera de lançar uma nova faixa sampleando ninguém menos que Elis Regina, falamos com ele:

Alataj: Olá, Bellaire! É um prazer falar com você. É bastante emocionante encontrar uma nova leva de produtores, a qual você faz parte, produzindo house music com tamanha qualidade. Como exatamente você começou a se interessar pelo estilo? Como você avalia sua jornada até aqui?

Bellaire: O prazer é meu! Muito obrigado. Comecei a escutar as minhas primeiras faixas de house há menos de um ano, graças a um dos meus melhores amigos que me fez descobrir o estilo, me apaixonei. Combina tudo o que eu amo: dançar e a cultura do sample. Minha jornada está além das minhas expectativas, ainda aprendo todos os dias algo sobre house, como produzir ou conhecer novas pessoas interessantes… eu amo isso!

A cena de música eletrônica na França é super tradicional e historicamente muito importante para dance music global. Quais são seus principais ídolos dentro do país? De uma forma geral, como você enxerga o relacionamento do público jovem com a house music contemporânea?

O primeiro nome francês que me vem em mente é Daft Punk. Eles tinham esse som único e uma mente tão criativa que acho que ninguém conseguiu alcançar hoje, mesmo com o avanço da tecnologia. Acho que a house music está revivendo, pois os jovens querem festejar de forma mais simples. House traz alegria e respeito entre as pessoas, foca mais na música e menos nos códigos de festas que alguns clubes ainda querem impor ao público.

A primeira característica do seu som que captou nossa atenção foi a qualidade dos pianos e isso fica explícito em Saint Amour. O que você pode nos contar a respeito do seu relacionamento com esse instrumento em específico?

Sempre foi o instrumento mais fascinante para mim, desde mais novo, não importa se clássico ou jazz.

Seu próximo single leva o nome de Brasil e traz samples de Bossa Nova ao longo de sua construção. Como você chegou até essa referência?

Eu sempre quis fazer uma música com cara de verão. Bossa nova e jazz são as melhores coisas para ouvir e relaxar com alguns amigos. Busquei ter um loop muito cativante e trazer alegria durante a dança.

Como funciona seu processo criativo? Em geral, você vai para o estúdio com um resultado em mente ou deixa as coisas fluírem de forma natural?

Nunca fui a um estúdio fazer minha música. Eu realmente preciso do meu espaço pessoal. O processo é sempre diferente, começa com um sample, um vocal, pode ser tudo. Mas todas as faixas que lancei até agora foram feitas em menos de duas horas, porque fico entediado muito rápido.

Gigs, lançamentos, novidades: em quais projetos você está trabalhando para 2018?

– Eu tenho muitos projetos em mente. Estou começando a trabalhar em outros EPs, quero continuar com as gigs, conhecer novas pessoas, vê-las sorrirem e dançarem juntas. Eu também estou trabalhando em música com um nome diferente e um pouco de hip hop também.

Quais são suas principais referências fora da música eletrônica? Em algum momento a música brasileira ou latina já te influenciou?

Escuto jazz principalmente, me traz calma e paz. Também tenho muita sorte de ter amigos que escutam de tudo e têm uma mente muito aberta. Então vai do hip hop ao rock, reggae. Não conheço nenhum artista em particular nesses estilos, mas toda vez que escuto música latina/brasileira me faz querer dançar e sair de férias.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa na sua vida?

Tudo!

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