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A música conecta

Alataj entrevista Mauricio Angelo [UAM Manager]

Inserido no mercado artístico brasileiro há praticamente 20 anos, Mauricio Angelo idealizou label parties, foi responsável no impulso da carreira de players como Gustavo Mota, Fancy Ink, Spuri, e atualmente comanda a UAM Manager, marca de assessoramento artístico que conta com oito DJs e produtores no casting: Bervon, Do Santos, FlexB, Guss, Leo Diniz, Nato Medrado, Cortez e Leonardo Ceviche, além da MDAccula.

Quem conhece e convive com Mau com certa frequência, percebe na hora seu entusiasmo pelo trabalho, sua paixão pela música e sua vontade de estar ao lado de pessoas e artistas em que acredita, batalhando junto na realização de diferentes sonhos. Nós falamos com ele para saber como isso funciona no seu dia a dia.

Alataj: Mau! Tudo bem? Você é um cara que já tá presente na cena há muito tempo, mas quando exatamente surgiu a oportunidade de virar manager? Você enxergou um gap no mercado para  aproveitar?

Mau Angelo: Olá! Por aqui tudo ótimo, obrigado pelo convite! Sempre um prazer contribuir com vocês. 

Eu era diretor da Glide Talents e trabalhava no segmento de bookings com vários artistas, um dos cases de maior sucesso da agência era o FlexB. Como estávamos juntos há um bom tempo, tínhamos uma relação muito próxima e saudável e o mercado começava a direcionar trabalhos com managers. Resolvemos iniciar um projeto mais a nível de gestão de carreira com ele. Foi assim que começou, estamos juntos até hoje.

Hoje a sua principal ocupação é com a UAM Manager, certo? Conta um pouco o que te motivou a iniciar esse trabalho.

Sim, o foco é a UAM, porém dentro do planejamento da agência existem labels party que acabam entrando de forma bem efetiva dentro de nosso dia a dia. Temos a MIAL (Music is About Love) que dividimos a sociedade com o Leo Diniz, que é nosso artista, e a MDAccula, agência de promoção de eventos que representamos. Também tem o SAMAUMA Festival focado na diversidade e sustentabilidade em sociedade com a Agência Super8 e com a Agência 011. Inclusive, teríamos uma linda edição agora dia 06 de junho que não pode ocorrer devido a pandemia.

Minha motivação principal ao criar a agência foi ter um produto diferenciado, com tiro inicial curto (contrato de 6 meses), focado em inserção ao mercado de projetos onde vejo potencial. Nesses seis meses fazemos tudo que um projeto precisa para aparecer de forma inicial e sólida dentro dos requisitos que o mercado impõe, através de um “envelopamento” da marca, criação de portfólio necessários e consequente exposição junto aos meios especializados.

Após isso, e com tudo criado, são feitas avaliações para entendermos se continuamos a frente do projeto ou não, aí dentro de objetivos mais focados em agências, vendas, desenvolvimento de shows e crescimento financeiro. De todos os que começamos até agora nesse modelo a taxa de renovação e continuidade do trabalho é de 100% após os seis meses.

Como é a sua rotina atualmente? Através da UAM você atende oito artistas, certo? Como você busca organizar os trabalhos com cada um deles? Quais são os maiores desafios nessa gestão?

Atualmente minha rotina consiste em reuniões de planejamento, na maioria das vezes semanais por videoconferência com todos os artistas, seguido de contatos diários via App de mensagens coordenando e direcionando as execuções que são previamente listadas em programas de organização e gestão – uso o To Do e o Trello. A relação com todos os artistas é muito próxima e acaba que nos tornamos a pessoa com quem eles mais falam durante o dia.

Representamos oito artistas e uma agência de promoção de eventos. O interessante é que cada um deles possui um estilo musical (dentro da música eletrônica) e padrões de negócios diferentes, o que faz com que todos os processos sejam desafiadores, além de termos uma troca mútua de aprendizados. Defino como maiores desafios a organização e a necessidade a atualizações constantes. Tudo acontece muito rápido.

Uma conquista recente foi a presença de três artistas da UAM dentro do VA do Warung Recordings, um feito bastante expressivo. Ao que você credita essa ampla taxa de aceitação do som dos artistas por uma marca tão respeitada como o Warung?

Esse projeto foi algo que desde o início direcionei bastante energia e acompanhei de perto com todos os artistas que participaram, justamente por entender ser algo importante, relevante e de fundamental importância dentro de nossos objetivos. Fez parte de nosso trabalho desde a motivação, passando pelo acompanhamento e direcionamento das produções, até vários contatos com os responsáveis pela criação do VA que nos davam base para sermos os mais assertivos possíveis.

Foi o maior feito em conjunto hoje nesse primeiro ano de UAM. Somos 30% das músicas selecionadas para um VA com tanta gente boa e com tanta representatividade, portanto, credito o sucesso a energia que foi dada ao projeto.

Apesar de você buscar objetivos diferentes pra cada um deles, quais são os principais papeis que um manager deve exercer na carreira de um artista?

Minha principal função é gerar negócios e coordenar projetos. Vejo como grande papel também a desenvoltura em coordenação de equipes, tendo em vista que a maioria deles possuem várias pessoas trabalhando nas diferentes áreas necessárias hoje para consolidação de uma carreira artística. Trabalho com sonhos, portanto a confiança depositada em mim por eles torna nossa responsabilidade ainda maior.

E como tem sido trabalhar com esse grupo agora que estamos afastados das pistas? Muito tem se falado que esse é o momento ideal para artistas brasileiros, já que o mercado deve valorizar mais o talento local. Você enxerga esse período de isolamento social como uma oportunidade para os artistas?

Eu vejo o período como uma oportunidade de nivelamento. Hoje artistas maiores e menores estão todos no mesmo barco e, quando tudo passar, aqueles que tiverem consistência no trabalho, mesmo durante a pandemia, sairão mais fortes. Vejo isso com grande motivação não ficarmos parados. 

É o que temos feito mesmo em um período sem receita de datas; estamos ativos, com bons projetos, ótimos lançamentos de músicas e bastante coisa positiva acontecendo. Digo com toda certeza que estamos preparados, enfrentando o momento e estaremos prontos quanto tudo isso passar. Prova disso é que essa semana, nosso artista Leo Diniz foi convidado para fazer parte de um dos principais castings de bookings do Brasil, em breve divulgaremos.

Sobre projetos para o segundo semestre do ano, sejam pessoais ou profissionais, quais estão em mente ou já sendo executados?

Estou desenvolvendo um projeto inspirador juntamente com minha sócia Ana Carolina, chamado Organismo. Consiste na implantação de uma economia circular envolvendo ações sustentáveis em eventos com consequente direcionamento e coordenação de projetos juntos a Lei de Incentivo à Cultura. O piloto seria em um festival que aconteceria em Outubro que devido a pandemia foi adiado, porém todos os dias ajustamos e damos riqueza ao projeto. Espero que seja um marco na minha vida quando sair do papel.

Por fim, a clássica: o que a música representa na sua vida?

Representa motivação e alegria. Love my job!

A música conecta.

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