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A música conecta

Alataj entrevista tarter

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tarter é gente como a gente. Humilde, talentoso e profundamente apaixonado por música eletrônica. Antes de começar efetivamente neste mercado, frequentava algumas das principais pistas da região sul do Brasil e, gradativamente, foi adquirindo um carinho maior pela arte da discotecagem e produção musical, até realmente direcionar todos seus esforços para iniciar o que, até agora, vem sendo uma carreira intensa e repleta de grandes conquistas

Seu livro de histórias já conta com participações de artistas como Richie Hawtin, Joseph Capriati, Sam Paganini e Renato Ratier, personagens que deram suporte à algumas de suas tracks. Tarter faz parte da nova geração do techno que surge com força e tem bons planos para subir novos degraus rumo à uma posição de destaque no cenário nacional. Nesta entrevista exclusiva ao Alataj, resgatamos um pouco disso tudo e arrancamos algumas novidades em torno de seu futuro. Confira:

Alataj: Olá, tarter! Tudo bem? Obrigado por falar mais uma vez com a gente. Desde 2014 as coisas mudaram bastante para você. Quais os principais highlights desses últimos cinco anos de carreira?

tarter: Olá, pessoal. Tudo bem. Agradeço o convite e o espaço que vocês sempre me dão aqui no portal. Sim, desde 2014 minha vida profissional na música mudou bastante, saí de algo que era meu hobby para tornar meu principal trabalho, onde me dedico praticamente todas as horas do dia, tenho alguns pontos principais que posso listar aqui.

Os primeiros suportes internacionais e o início de uma grande história com o Richie Hawtin foi super importante. Estreei em grandes clubes que antes eu sonhava no máximo em conhecer, na pista mesmo, D-EDGE, Club Vibe, Warung, Tribaltech, minha entrada para a D AGENCY também fizeram as coisas tomar um rumo diferente, criei meu live act, minha gravadora, trouxe o MODEL1 para o Brasil e realizei alguns workshops, me apresentei no Warung no formato híbrido, que sempre foi meu setup dos sonhos. Todas essas conquistas fazem meus olhos brilharem quando lembro.

Suas apresentações geralmente acontecem no formato híbrido, unindo um live poderoso com DJ set. O que de melhor e mais diferente você leva para a pista tocando nesse formato?

Bom, eu tenho meu live act mas costumo dizer sempre que acho muito maçante reconstruir minhas tracks em formato live durante uma hora ou mais, gosto de ir além disso, usar minhas criações e peças que nem viraram música ainda junto com loops ou tracks cheias de outros produtores, unindo dois softwares com o poder de criar FX particulares e arranjos na hora, me sinto mais a vontade de poder apresentar tudo isso junto.

E como você tem buscado evoluir e se renovar nesse quesito? De que forma as novidades aparecem quando você está trabalhando a performance? Referências? Influências?

Minhas maiores referências são Richie Hawtin e Dubfire, ambos utilizam esse formato e foi com eles que aprendi muita coisa, vendo ao vivo ou acompanhando vídeos na internet durante esses sete anos de pesquisa. Eu costumo assistir materiais — principalmente os dos últimos dois anos — que aparecem bastante esse tipo de performance, pesco o que consigo assistindo, tento analisar o máximo de detalhes quando eles estão por aqui e juntando isso com um pouco da minha loucura e minha coragem de arriscar, acabo criando coisas novas.

Se analisarmos o grande número de artistas do Brasil, são poucos que já tocaram nos maiores clubs do país, como Vibe, D-EDGE e Warung Beach Club. O que passa na sua cabeça ao estar de frente com um público tão fanático e apaixonado por música eletrônica?

Até me arrepiei lendo essa pergunta. Passa uma novela na minha cabeça por tudo que sonhei e por tudo que passei no início, hoje me sinto honrado e também representante de grande parte do público entusiasta que, assim como eu, sabe o quanto é corrido para chegar nestes lugares.

A recepção nestes clubs sempre foram as melhores e a pista me passou muita energia positiva, como sou aqui do sul e praticamente comecei minha vida no eletrônico, dentro do Warung, as vezes que me apresentei foram algo que marcaram minha vida. Vi muitos amigos da nova e velha guarda na pista, tocar no lugar que sempre sonhei para as pessoas que me acompanharam por anos não tem preço.

Já no D-EDGE a experiência é diferente. O club com toda sua história e conceito carrega um grande peso, as primeiras vezes eu fiquei bem apreensivo, não tinha muitos conhecidos e era um território novo para mim. Hoje tenho como minha segunda casa e todas as gigs são inesquecíveis, na última fechei a pista para o Paco Osuna e toquei das 5h às 9h, foi de lavar a alma!

Ultimamente o ritmo de novas produções tem diminuído um pouco… você pensa em dedicar-se mais as suas apresentações ou a ideia é voltar ao estúdio no segundo semestre?

Minha meta é lançar pouco material daqui pra frente, pretendo focar em grandes selos e poucos releases para poder fazer um trabalho com mais qualidade e bem pensado. No próximo ano pretendo lançar dois releases no máximo e, em 2021, quero trabalhar no meu primeiro álbum.

Já para esse segundo semestre, temos algumas tracks em análise por selos bem relevantes no cenário e tentaremos fechar algo até fim do ano. Meu foco maior sempre foi as apresentações, gosto de produzir, mas meu prazer mesmo é levar meu conhecimento para às pistas.

Sobre os trabalhos com a Urban Soul: quais artistas estão na mira para os próximos lançamentos? Quais os principais objetivos com a gravadora nos próximos meses?

Tem muita coisa legal para acontecer, o último EP lançado teve duas faixas sensacionais assinadas pelo grande Boghosian, em um momento que ele celebra 20 anos de carreira, caíram como uma luva para nossa ideia. O próximo lançamento é um EP do meu irmãozão Ariel Merisio, que concentrou suas energias para uma pegada techno mostrando seu lado mais pesado no estúdio.

Temos também um EP chamado São Paulo Remixes, que contará com novas versões de faixas do catálogo da Urban Soul, feitas por produtores da cidade de SP, além do Exhaust Valve Remixes, meu EP pela Urban Soul que terá releitura de 3 artistas que admiro muito, cada um na sua pegada, vai ficar incrível. Outros artistas como Anderson Noise, Marcelo Oriano, Bebop e Koko também devem lançar, haverá muita música boa nos próximos meses!

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

A música representa mudança, reinvenção, ressurgimento, representa sonhos e o futuro.  Ela entrou na minha vida como trabalho em um dos piores momentos que eu poderia viver e me acompanha até hoje, torço muito para que ela siga comigo assim até o fim dos meus dias, pois realmente amo o que faço. Obrigado por tudo, vocês são responsáveis por grande parte de tudo que já vivi e vou viver, com certeza!

A música conecta.

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