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A música conecta

Alataj entrevista The Toxic Avenger

Por Laura Marcon em Entrevistas 22.06.2020

Quinze anos de carreira, inúmeros lançamentos entre álbuns, EPs, singles e colaborações e uma visão musical em constante mutação. Simon Delacroix, mais conhecido como The Toxic Avenger, se considera um artista cheio de paradoxos musicais, um introvertido capaz de extremos. Isto porque suas bases musicais são bem diversas do som que ele produz, mas que surtem resultados bem interessantes, já que o artista é capaz de agradar tanto pessoas comuns quanto os ouvidos mais apurados.

Sua parceria com a Roy Music, gravadora integrante do time da gigante Universal Music, e a capacidade de misturar diversos estilos musicais em suas composições o levou a uma posição privilegiada dentro do cenário eletrônico, pois é capaz de caminhar entre uma variedade de públicos abrangente e sem perigo algum. Agora, com o lançamento de seu mais novo álbum Midnight Resistance, o artista conta que após tantos anos de trabalho busca algo simples, dançante e que faça as pessoas felizes, assim como ele estava no momento em que criou as faixas que integram o projeto.

Mais do que nos conceder uma entrevista, Simon ainda nos presenteou com a indicação de algumas faixas que estava escutando não apenas no momento em que conversava conosco, mas também sonoridades que lhe inspiraram nesse último trabalho. Aperte o play e boa leitura!

Alataj: Olá Simon, tudo bem contigo? Você trabalha com música eletrônica há mais de 10 anos e enquanto francês deve possuir um background sonoro muito rico. Conte-nos, como se deu seu contato com a música eletrônica? Quando você percebeu que poderia fazer dela sua profissão?

The Toxic Avenger: Olá ! Estou bem, obrigado, e você? Acho que ouvi pela primeira vez sobre música eletrônica quando eu era muito jovem, havia um documentário sobre o Kraftwerk na TV francesa, eu realmente não entendi! Eles eram humanos ou robôs? Isso me deixou fascinado! Então eu ouvi sobre DJs. É como o que eu fazia nas festas dos meus amigos, mas pagava! Na verdade, eu não queria que a música fosse meu trabalho em período integral, que aconteceu por engano! Mas agora, eu não desisti!

Vimos em sua biografia que você se considera uma figura cheia de paradoxos sonoros, mas esse movimento se traduz em uma música livre e que agrada desde ouvintes comuns aos mais exigentes. Como acontece essa influência de estilos musicais diferentes no som que você produz? Quais são suas maiores inspirações sonoras?

Ouço basicamente tudo sem julgar e gosto de muitas coisas. Do início da música eletrônica, do Pop francês à música do norte da África, do Hip Hop à Discoteca. Minhas playlists do Spotify são tão absurdas!

Esta manhã, por exemplo, eu estava ouvindo:

E depois:

Como inspiração sonora, para este álbum, eu estava ouvindo muito Yatch Rock e Rock dos anos 70:

Você lançou o álbum Midnight Resistance, que traz influências do neoclássico, synthpop, electro, melodias fortes e com referências a Daft Punk, Nils Frahm, Vangelis e MGMT. Conte-nos um pouco sobre o processo criativo dessa obra.

Posso dizer que esse álbum eu criei enquanto eu estava no momento mais feliz da vida, então eu acho que você pode sentir isso ouvindo-o. Como eu disse, eu estava realmente inspirado por melodias bem legais e fáceis das músicas do Yatch Rock. Eu também disse a mim mesmo “não é ruim fazer melodias fáceis, não há necessidade de ser complicado para ser bom” pela primeira vez na minha carreira! Essas são melodias simples e ingênuas que eu estava ouvindo muito por exemplo na música da YMO:

Este não é o primeiro álbum da sua carreira. Além de diversos EPs e singles também lançados e bem avaliados o que lhe dá mais maturidade na hora de executar o projeto? Como você avalia esse momento da sua carreira enquanto produtor?

Quase 15 anos de lançamentos! Não me vejo mais como um músico promissor, então, eu estou tentando cada vez mais agir como alguém que dá informações e conselhos aos jovens produtores por aí. Também não estou mais focado em ser chamativo e outras coisas. Eu quero ser simples mas eficaz agora, o que é uma grande mudança!

Estamos vivendo um momento sem precedentes no cenário da música em nível global e temos percebido posturas diversas dos artistas no período de isolamento. Alguns traduzindo o momento em casa para produzir mais do que nunca, outros para descansar e alguns até mesmo compartilhando momentos de angústia e dificuldades psicológicas. Como você tem passado por esse período? Podemos esperar mais criações suas ao longo de 2020?

Eu me mudei de Paris para o campo! Paris durante o confinamento não era a melhor cidade para se estar. Eu precisava de mais verde, mais sol, menos carros! Casa grande, estúdio grande, grandes produções para 2020, eu acho. Vou trabalhar todo esse verão e ver o que virá dessas sessões.

Para finalizar, uma pergunta pessoal O que a música significa em sua vida?

Memórias – todas as minhas memórias!

A música conecta.

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