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A música conecta

Secret Files 006 | DOT

Por Redação Alataj em Secret Files 23.04.2024

por Carol Carlos

Quando se é um artista, carregar consigo parte de sua identidade cultural é como ter uma bússola que guia seus instintos pelos vastos territórios criativos. Esse sentido de pertencimento não apenas enriquece as criações, dando reconhecimento a novas formas de ver, ser e enxergar o mundo, mas também molda uma carreira construída com verdade e respeito pelo que se é, tornando cada trabalho um depósito de autenticidade, originalidade e profundidade.

Unindo suas habilidades como violonista, compositor, produtor e técnico de áudio, Alexandre Chaves, também conhecido como DOT (Day Out Of Time), iniciou sua jornada na música eletrônica na Alemanha em 2018. Longe de suas raízes sul-americanas, o contato com os vibrantes festivais europeus da cena clubber agregou uma perspectiva contemporânea ao seu repertório. Apresentando-se em festivais locais como Waldfrieden Wonderland Festival, Psychedelic Xmas e Goldener Stuhle, o brasileiro logo foi criando seu legado baseado em uma pesquisa refinada e ampla exploração de texturas envolventes.

+++ As referências plurais que fazem de DOT um preciso expoente da cena nacional

De volta ao Brasil, com base no Rio de Janeiro, atualmente Alexandre busca traduzir parte da brasilidade, herança dos povos originários e da natureza em seus sets e produções, mas sem que isso pareça óbvio demais dentro da Dance Music ou siga um único caminho musical. Prova disso é seu último lançamento, uma colaboração com a cantora e compositora Rachel Reis, a faixa Eu Vou Pra Bahia. Com mais de 170 mil plays acumulados até o momento, a posição top #5 de releases mais vendidos e no top #17 de faixas de Afro house no Beatport, a faixa é destaque em playlists editoriais do Spotify e Amazon e recebeu apoio internacional em cidades como Madrid e Paris, sendo tocada até mesmo na BBC Radio One por Pete Tong

Convidamos DOT para estrelar mais uma edição da coluna Secret Files, que tem como objetivo dar uma espiada na pesquisa dos artistas e coletar música boa. Confira agora as 10 faixas compartilhadas pelo artista:

Eric Prydz – Pjanoo 

Um clássico que funciona até hoje. Aquele riff de piano pega na alma das pessoas e levanta a energia da pista pra catarse.

Stardust – Music Sounds Better With You 

Outro clássico, dessa vez da House Music, que tem pra mim um dos vocais mais carismáticos do gênero. A construção harmônica da música é super simples, variando de dois acordes vizinhos no piano. Além da guitarra mais simples do mundo e ao mesmo tempo fundamental para manter groove. Essa faixa é perfeita.

Gui Boratto – Azzurra 

Um hino nacional que emociona a pista de dança. Quando essa música é tocada na hora certa a pista se emociona e te permite tocar quase o que quiser depois dela. Um trunfo que não pode ser usado sempre.

Alex Metric, Ten Ven – Otic (Extended Mix) 

Essa tem uma energia muito alta na pista de dança. Um riff de pergunta e resposta que mantém as mentes hipnotizadas enquanto o bass e os drums entram rasgando. 

Ben Grunell – Push it (Synth Version) 

Esta é aquela coringa que pode entrar em qualquer momento para descansar os ouvidos de muitas melodias já que ela é basicamente bateria e bass. Boa pra trocar de tom no set, respirar e ao mesmo tempo tem um groove danado. Essa dá uma sensação de pista mesmo.

Edu Schwarz – A Poem For Everyday Of The Year (Rigooni Remix) 

Uma ótima surpresa recente essa música. Os breaks proporcionam uma dinâmica incrível no set. O riff de cellos e violinos dão uma sensação exótica pra faixa que trazem um elemento inesperado pra música.

Cocho – Coast Fantasy 

Nosso hermano Cocho acertou em cheio nessa. Ótima para começar os sets. Cheia de percussão, notas leves de violão levam a pista num transe maravilhoso mantendo as fundações da house music no sample vocal e groove clássico da bateria.

Emmanuel Jal – Kuar (Henrik Schwarz Remix) 

Especialidade da casa, me acompanha nos pen drives desde seu lançamento em 2013 pela lendária Innervisions. A faixa é levada por um vocal sensacional, tem um arranjo longo e praticamente sem break, mas o ponto alto na pista de dança é quando, finalmente, quase no final da faixa, ele seca a bateria e a voz e deixa apenas o kick bass. Garantia de gritos na pista de dança!

Yulia Niko, Sil Romero – Caminando (Cioz Remix) 

Acho essa música uma misturada danada! Mas, tem algo que me encanta nisso. Vejo influências de House, Tech House, Afro, entre outros subgêneros da House Music. Como um todo, considero essa música esquisita e o drop não é diferente. Ele entra de forma completamente inesperada após um vocal arrastado e um lick de piano elétrico com um riff bem agressivo conversando com o bass e drums. 

Sonic Future – Palm Mutes 

Essa é daquelas que acumula tensão na pista provocando uma energia incrível que é dissipada na pista quando se resolve com uma harmonia lindíssima após o drop. Uma bela mistura de progressive e afro com um arranjo muito interessante.

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