Com uma trajetória que está perto de completar três décadas, Joris Voorn é daqueles artistas que parecem pensar a música com a mesma precisão com que se projeta uma obra. E não por acaso: antes de se dedicar exclusivamente à música, o holandês estudou arquitetura — o que talvez explique tanto cuidado ao construir seus sets, sua discografia e sua identidade. Hoje, é um dos nomes mais respeitados da cena global, com um som que vai além das classificações e um novo álbum prestes a ser lançado.
Joris Voorn já é presença constante no Brasil há um certo tempo. No Resident Advisor, suas primeiras aparições são datadas de 2009, ou seja, ele vem construindo um público fiel por aqui há mais de 15 anos. Mas por ser um artista tão versátil e dinâmico, cada nova vinda ao país é bastante única e especial — e dia 06 de junho isso se comprova novamente com uma gig no Surreal Park, tocando no palco Ritual, antes de voar para o Só Track Boa, em São Paulo.
Muito além dos hits como Ringo ou do seu remix de Transmission, mergulhamos em 4 prismas para entender a sua importância para a música eletrônica contemporânea.
Construção sonora nos mínimos detalhes
Joris Voorn sempre manteve um olhar muito técnico em todos os aspectos de sua música. Tanto seus sets como suas produções têm uma lógica construtiva onde camadas se somam, evoluem e se entrelaçam perfeitamente. Nada é inserido ao acaso. Ouvir Joris é estar em contato com uma narrativa extremamente coesa, onde todos os elementos se encaixam.
Identidade melódica singular
É difícil encontrar alguém que soe como Joris Voorn. Seu som é melódico, emocional, mas evita clichês reconhecíveis do gênero. Existe tensão, beleza e surpresa, faixas que são facilmente identificadas sem precisar ver o nome de quem produziu. Seus sets permitem um nível ainda maior de liberdade e entrega, surpreendendo quem está na pista com elegância e personalidade sem nunca soar previsível.
DNA do som holandês
A sonoridade de Joris Voorn carrega as marcas da escola holandesa de música eletrônica, que historicamente soube combinar sensibilidade melódica com impacto de pista. Em sua obra, é possível identificar influências do Trance progressivo dos anos 90, da clareza harmônica do House europeu e da precisão rítmica do Techno, tudo costurado com uma estética que remete à identidade sonora de Amsterdam.
Sensibilidade em nova fase
No dia 18 de julho, Joris lança seu novo álbum: Serotonin. O disco é um reflexo de tudo que viveu nos últimos anos — e mais um mergulho profundo na sua musicalidade sensível. Escrito em diferentes lugares e momentos, o trabalho conta com colaborações especiais e traz desde texturas ambientais, House melódico e Techno em sua forma mais calorosa. Segundo o próprio artista, o disco traz uma coleção de músicas que representam sua fase atual — mais reflexiva, profunda e colorida. Mais Joris do que nunca.