Como uma redatora e constante pesquisadora de música – que infelizmente ainda não teve o prazer de viver ou experimentar um cenário de música eletrônica de Drum’n Bass -, cada episódio do Soul Beats se torna um oásis de conhecimento dentro desse estilo. Muito se deve às boas e engrandecedoras conversas que tenho tido com Ney Faustini, que pacientemente me indica artistas, temas, labels e colabora para que eu me torne cada vez mais fascinada por esse universo.
Em uma de nossas conversas fui apresentada a Alix Perez e, dentro do que conheci entre os artistas de Drum’n Bass, ele foi uma das figuras que mais me chamou a atenção. É claro que isso diz muito do meu gosto pessoal musical que vai além desse estilo. Perez segue em muitas produções uma linha Liquid Funk, que tende às linhas mais Deep e, como boa amante dessas sonoridades, me apaixonei. Porém ele não se limita à essas vertentes e em uma breve passagem por suas criações você perceberá sua versatilidade.
Pesquisando sobre ele descobri um pouco mais sobre sua história, então vamos à ela. Alix é originalmente da Bélgica mas está hoje morando em Londres, como não poderia ser diferente. O artista iniciou sua relação com a cultura eletrônica e a discotecagem ainda muito cedo, com 14 anos, progredindo para o mundo da produção musical aos 17. A relação precoce com a música lhe rendeu notoriedade e também trabalhos em colaborações com artistas populares do estilo como Jenna G, Spectrasoul, MC Fats, Specific, entre outros.
É claro que seu talento também rendeu aparições em grandes gravadoras de Drum’n Bass como Exit Records, Shogun Audio, Creative Source, a gigantesca Metalheadz, além de lançamentos em seu próprio selo, 1985 Music. As produções também se espalharam pelo cenário através de outros projetos assinados por ele: Shades, Alix Depauw, Alter:Native e ARP.101, que mostram essa capacidade criativa ampla. Repito o pedido para tirar um tempo e dar uma breve escutada para entender do que estou falando.
Alix Perez é capaz de transitar das linhas mais suaves à produções mais intensas e até faixas robustas de Downtempo e Dubstep, todas dentro de um alto padrão de qualidade que também segue elevado quando o assunto é discotecagem. O artista se considera um cara eclético e certa vez disse “eu geralmente toco Deep, mas mergulho em vários aspectos do Drum’n Bass. Gosto de ler o público e deixar a música respirar. Acho essencial mixar dentro das notas certas. Basicamente, vejo como uma jornada “
Com aparições regulares em clubs e eventos importantes do estilo como a noite Swerve do DJ Fabio, um dos grandes precursores do movimento Deep dentro do Drum’n Bass, Perez já foi considerado como uma das figuras representativas do futuro do gênero e por muito tempo se manteve nos holofotes dos cenário da música em revistas, rádios e outros veículos da indústria fonográfica, além de percorrer mais de 30 países levando sua música às melhores pistas de dança da vertente.
Com dois álbuns bem avaliados e uma infinidade de EPs e singles que foram desbravados por esta pessoa que vos escreve – incluindo seus novos lançamentos como o single Black Spirit e a faixa Concrete, ambas por sua gravadora -, fica aqui a insistente recomendação pessoal para que escutem e apreciem Alix Perez. Até a próxima descoberta, pessoal.
A música conecta.