Todos nós somos, de alguma forma, um produto do nosso meio ambiente. As pessoas que convivemos, o lugar onde moramos, as decisões que tomamos… cada pequeno detalhe constrói quem iremos nos tornar no futuro. Dito isso, muitas pessoas que não nascem com os “privilégios” de outras precisam ralar muito mais e lutar para conseguir chegar em um lugar de destaque, e foi assim para o alemão Chris Liebing, que passou sua infância e adolescência na pequena cidade de Giessen, no estado de Hessen, na Alemanha.
Nos anos iniciais, morava junto com sua família e foi com o irmão que ele começou a colecionar os primeiros discos, influenciado principalmente por sonoridades do synth pop. No início dos anos 90, saiu de casa e foi morar sozinho num pequeno apartamento até tomar a iniciativa de abrir o seu próprio club, em janeiro de 94, batizado de Spinclub. Aos sábados, todas as noites eram dedicadas ao Techno e foi neste lugar que ele começou a se aventurar pela primeira vez como DJ profissional, uma história que ele conta em mais detalhes no vídeo editorial do Resident Advisor — disponível abaixo. Apesar de ter durado pouco tempo, foi a partir daquele momento que ele decidiu que a música seria a força motriz da sua vida.
Seu primeiro selo veio logo em seguida, Audio, em 1996, mas logo depois chegaria a tradicional e ainda ativa gravadora CLR, em 1999. Em 2003, ele lançou o seu primeiro álbum, Evolution, no qual trabalhou por dois anos e adicionou um tema filosófico, resultando em algumas músicas mais “experimentais” e outras extremamente poderosas e catárticas. Sem muito tempo de descanso, em 2005, ele se juntou ao Speedy J para criar um novo disco 100% feito em parceria, Collabs 3000: Metalism, lançado pela Novamute, LP que foi descrito pela Billboard como “uma das melhores coleções de música eletrônica original do ano”.
O próximo grande passo seria a evolução da CLR também para uma plataforma de podcasts, idealizada em 2009 e, na época, disponibilizada todas as segundas-feiras no iTunes e no próprio site da CLR. O podcast era dublado pelo próprio Liebing e trazia mixes de grandes DJs de techno como convidados, até mesmo de Martin Gore, do Depeche Mode. Foi por muitos anos a série de podcasts mais influente da cena underground, sendo veiculado semanalmente até 2015, quando o 315º e último episódio foi transmitido. Agora, após um hiato, a ideia está de volta impulsionando uma nova agenda de artistas através do mesmo nome, mas com um novo significado: CLR — Create Learn Repeat.
Um grande hiato também foi visto até o seu terceiro álbum chegar, em 2018, mas a espera valeu a pena. Burn Slow, pela Mute Records, foi como um “renascimento criativo” do artista, que recebeu elogios da crítica e confundiu todas as expectativas. Mais distante da música de pista e mais próximo de uma jornada de contemplação, equilibrando-se entre melancólica, paisagens apocalípticas e um techno breakbeat, muito inspirado no seu amor de infância pelo Depeche Mode e o movimento musical New Romantic dentro do New Wave. Depois, em 2021, ele ainda lançaria o LP New Day, apresentando 10 faixas originais, e em seguida o álbum de remixes do mesmo disco, Another Night, trazendo artistas como Radio Slave, Anfisa Letyago, Jan Blomqvist e Nicole Moudaber.
Falando na Nicole, é com ela que Liebing está se preparando para lançar, já que a dupla colaborou nos últimos meses em um novo EP que está pronto para sair pela CLR, oficialmente no dia 24 de novembro, mesma data em que ele volta ao Brasil para uma passagem única no D-EDGE. Além do nosso país, Chris completa a tour latinoamericana tocando em Santiago do Chile, Buenos Aires e Mendoza. Será um retorno e tanto de um dos magos do techno que continua inovando nas cabines, utilizando tudo o que está disponível para criar momentos especiais na pista de dança.
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A música conecta.