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A música conecta

O fervor criativo de Classmatic

Por Rodrigo Airaf em Storytelling 22.09.2022

Você sabia que passou-se mais de uma década para que ANNA chegasse onde chegou? O caso se aplica para outros players do cenário, como Adam Beyer – ele trilhou quase 20 anos de discotecagem para chegar ao spotlight mundial com a Drumcode. Quando um artista ganha uma tração mais contundente em sua visibilidade, fica parecendo que ele “chegou ontem”, mas por trás de tamanho sucesso tem muito corre. É o caso de Frederico Farias, mais conhecido como Classmatic. Nascido e criado em Tubarão, interior de Santa Catarina, o DJ e produtor viveu uma década de discotecagem e 9 anos de produção musical antes de hitar com Toma Dale — faixa que virou uma febre no verão de Ibiza — de entrar na Prime Culture — agência de management do brasileiro Jonathan Posso e internacional Michael discenza — e de agitar o pessoal em turnês internacionais, como está acontecendo agora.

Embora Toma Dale tenha sido uma etapa importante na aceleração da carreira do artista –  com toda a visibilidade que se ganha ao lançar pela Hot Creations, de Jamie Jones – “consistência” e “coerência” são palavras-chave para ele. Ao escolher com cuidado redobrado os projetos musicais com os quais trabalha, Classmatic evita “queimar cartuchos” e, por isso, consegue validação de seus lançamentos tanto pelos números das plataformas digitais, quanto pelo suporte de grandes nomes do Tech por aí – Seth Troxler, The Martinez Brothers, Pete Tong, Loco Dice e Michael Bibi, para citar alguns. 

Classmatic captou a tendência do Tech House mundial, que caminhava para qualidades sonoras mais minimalistas, e cuidou de imprimir um pouco de latinidades nessa equação. Isso gerou outro ponto de virada em seu posicionamento artístico: El Primer Corazón, via Revival New York, até o momento sua faixa mais ouvida no Spotify. Entretanto, sua linha de som pode caminhar também pelo Hip-Hop, Acid House, pelos Breaks, Minimal Tech e pelo Deep classudo que o reconecta ao som de Chicago – uma galera de lá teve grande influência em seu processo artístico, durante período em que Classmatic morou nos EUA.

Entre os quase 70 lançamentos de Classmatic, entre singles e EPs, mais alguns sucessos se deram no cenário, como S.W.A.G., em collab com o amigo brasileiro Jamie Coins, e Sun Goes Down, remix para Cloonee. A estatura dos selos fala por si; Toolroom, Hottrax, Deeperfect e elrow estão em seu catálogo. 

Uma parceria que se demonstrou prolífica, entretanto, foi com a britânica Solid Grooves, onde lançou Faux Français e Fly Away. Desse modo, conquistou sua vaga no lineup do showcase da Solid Grooves em Ibiza, nas cabines do DC-10. “A habilidade mais importante para conseguir evoluir como profissional de música eletrônica é encontrar a sua autenticidade e originalidade junto com a qualidade técnica, através de muita persistência e autoconfiança durante o processo”, comenta Frederico.

De fato, funcionou. Hoje as linhas de baixo arpejantes e vocais “travadores de córtex cerebral” típicos do artista já passaram por grandes rolês: Warung Beach Club, Caos, Warung Tour, Park Art, Xxxperience, Fabriketa e Surreal Park entre os destaques. “Autenticidade e originalidade desde a música até minha persona, jeito de me vestir, minha transparência com meu público, minha comunicação, etc, são aspectos que dou muita atenção”, ele conta, ao ser perguntado sobre alguns aspectos que o levaram longe. 

É com esta amplitude artística, além de faixas que funcionam para os clubbers, que Classmatic vem criando um caminho longevo no Tech internacional. “O que mais me atrai nesse universo da música eletrônica é conseguir me expressar através da arte. É no que eu penso e respiro instantaneamente quando acordo todos os dias!”, completa. Toma, dale! E ele não pára: abrirá a coletânea da label Cuttin’ Headz no próximo dia 23, sexta-feira. Toma, dale!

A música conecta.

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