Já tem sido assim nos últimos meses e deve ser cada vez mais: Mochakk é um artista global e sua agenda no Brasil precisará ser cuidadosamente conciliada com outros mercados onde ele se mantém forte. A essa altura do campeonato, meses e meses após a sua ascensão meteórica nas redes sociais, os que ainda ignoram a presença de Pedro como um dos grandes DJs da atualidade, precisarão rever isso o quanto antes. Isso porque apesar da forma repentina com que ele despontou para o mundo, sua personalidade e principalmente as tomadas de decisão da sua carreira indicam que Mochakk veio para ficar.

Você pode ou não gostar de sua música e isso está tudo bem, é um direito de qualquer indivíduo com qualquer artista. Entretanto, é necessário reconhecer o bem que Mochakk faz para cena neste momento. Pedro faz questão de levantar a bandeira do Brasil e muito além do gesto, apoia e toca faixas de dezenas de artistas brasileiros da nova geração. Por estes, é tido como um exemplo a ser seguido, um case de sucesso e inspiração. Lá fora, é visto como um representante genuíno da música eletrônica feita em nosso país e na América Latina.
Em seu recente e badalado Cercle, trouxe uma assinatura sonora que reflete a sua personalidade nos palcos, tanto em termos de energia musical, quanto no propósito de representar o Brasil. Mochakk já foi um grande sucesso na última temporada de verão da Europa e este ano deve ser ainda mais. Abraçado pela crew do Circoloco, ele é um dos nomes fortes da temporada da marca no DC-10 e mais uma vez deve passar por alguns dos principais spots de House e Techno da Europa e dos Estados Unidos. Seu sucesso a nível global neste momento é algo complexo e grandioso, que já vai muito além dos vídeos que o fizeram deslanchar lá atrás.
Além disso, é interessante analisar que o sucesso de Mochakk tem cada vez mais facetas: a mídia especializada cobre e reconhece suas conquistas de maneira próxima, players importantes da cena se espelham em seus projetos e o público o tem como um artista desejado e querido. Não é exagero dizer que, no momento, Pedro tem a faca e o queijo nas mãos – e aparentemente ele quer dividir isso com seus colegas.
Por todo esse trabalho, cada retorno de Mochakk ao Brasil têm se tornado mais e mais especial. No contexto deste fim de semana, tocando no Time Warp em São Paulo (e claro, e também em outras datas importantes desta turnê), é como jogar em casa na linguagem dos esportes. Passando cada vez mais tempo fora de seu país de origem, Pedro certamente tem experimentado um outro lado da fama e do sucesso e a necessidade de rápida adaptação a esta realidade é o que muitas vezes separa artistas talentosos de uma carreira longeva.

Na estrada o tempo todo é fácil perder sua percepção de lar e suas bases e, portanto, cada oportunidade de conexão genuína com suas origens tem um peso bastante importante na agenda de artistas que vivem este momento. Que Mochakk e o público brasileiro possam aproveitar essas pistas em conjunto.
A música conecta.