A música é uma das formas de expressão artística mais difundidas entre a sociedade atualmente, principalmente devido a sua facilidade de consumo e pelo grande alcance que uma única faixa consegue ter em um curto período de tempo. Outras formas de arte, no entanto, acabam ficando mais restritas a grupos com maior facilidade de acesso a elas. Buscando criar uma ponte entre a música e as demais esferas de arte, apresentaremos por aqui na coluna Troally o perfil de alguns artistas que admiramos e acompanhamos.
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Destacamos hoje Robin F. Williams, pintora norte-americana que tem captado atenção por seu trabalho que explora questões de gênero, identidade e representação da mulher na sociedade. Nascida em Ohio, a artista possui bacharelado em Belas Artes pela Escola de Design de Road Island e seu trabalho é representado pela PPOW Gallery de Nova Iorque, onde mantém residência atualmente.
Robin possui uma curiosidade especial pela estética do nu, presente em seu trabalho desde os primeiros esboços traçados ainda na época do ensino médio. De acordo com a artista, seu principal motivador com essas representações é suscitar o debate sobre os diferentes entendimentos possíveis acerca da nudez: desejo, empoderamento, exploração, resistência e imprimir sua própria ótica questionadora em defesa de um corpo livre.
Outra característica curiosa no trabalho da americana é a relação individual que ela possui com cada obra. Segundo ela, existem duas intenções principais que a fazem correr o traço sobre uma ideia: sua curiosidade de saber como algo do cotidiano pareceria ao ser lançado sobre uma tela, ou sua vontade de ter uma representação física de algo que dificilmente seria possível ver no mundo real. A linha tênue entre realidade e imaginário torna o seu ainda mais fascinante.
Uma das exposições mais comentadas de Robin F. Williams é a última (até o momento) que foi entregue ao público, lançada em 2017. Intitulada “Percebe-se seu bom gosto”, em tradução livre, a artista usa suas obras para criticar uma campanha publicitária dos anos 70 que estampava uma mulher negra em suposta posição de empoderamento, ao mesmo tempo em que era ofertada como objeto sexual.
O objetivo dessa exposição era justamente falar sobre o desejo feminino e a experiência de ser mulher, em uma realidade onde o status de ser feminina e atraente acaba ameaçado pelos desejos externos ou quando seus próprios desejos são demonstrados. É também uma provocação ao fato de o corpo feminino ser objeto de desejo enquanto for jovem e frágil, mas se tornar desinteressante após amadurecer e/ou revelar suas próprias intenções.
Williams tem apenas 35 anos e já soma mais de uma década de carreira com obras exibidas em importantes galerias de todos os Estados Unidos. A próxima exposição solo da artista está prevista para ser lançada ainda este ano em Los Angeles, na Califórnia. Para conhecer mais sobre a trajetória de Robin F. Williams, basta acessar o site dela, que apresenta todo o seu trabalho em ordem cronológica.
A música [e a arte] conectam.