Direto do Ceará para o mundo, Priscilla Cavalcante, aka House of Pris, nasceu em Fortaleza e há 24 anos vive em terras estrangeiras, trabalhando com música em diversas frentes. Aqui no Brasil, foi a primeira DJ e compositora de música eletrônica do Ceará, iniciando sua relação com a pista de dança – e com a pesquisa musical – em 1993 em bailes no subúrbio de sua cidade natal, até se estabelecer em Amsterdã, onde viveu por 20 anos.
Hoje em Miami, a artista comanda a loja de discos e selo Concreta Sala. A comercialização de discos surgiu há muito mais tempo, sendo ela uma das pioneiras na atividade por aqui e também referência na pesquisa e disseminação do Brazilian Bass (Funk Carioca de Raiz, Montagens e Melody Funk) no exterior, através da venda de discos e de sets para veículos como Rinse, NTS, The Lot Radio, Dublab, entre outras rádios.
E se ela é especialista na raiz eletrônica do Baile Funk, é isso que ela nos mostra nesse novo episódio do Vitrola Radioshow, em uma edição altamente dançante, nostálgica e muito interessante. Priscilla conta pra gente um pouco da proposta do seu mix:
“Quando o Ney Faustini me convidou para participar do Vitrola, achei incrível a oportunidade de poder retratar uma vertente da música brasileira que durante muito tempo seguiu à margem: a raiz eletrônica do Baile Funk (também conhecido fora do Brasil como Brazilian Bass). Resolvi então abordar de forma cronológica, começando pelos medleys e mega-mixes de versões internacionais, como por exemplo a versão do DJ Duda para Bleeding Heart da dupla americana Bardeux (logo no começo da mix) e, em seguida, é a vez de versões onde os vocais em inglês aos poucos dão lugar à voz dos MCs brasileiros cantadas em cima de bases como Volt Mix do DJ Battery Brain. Esse processo criativo semi-artesanal emergente de produções caseiras, com poucos recursos tecnológicos e muita imaginação, diferenciou o nosso “Bass” e tornou essa sonoridade conhecida mundialmente. A seleção é em vinyl, os registros são de 1988 -1998. É uma viagem no tempo, nostálgica e profunda para quem viveu o Baile, e após esses anos todos ainda surpreende quem acabou de chegar”.
A música conecta.