Para falar de Juliano Bortolato precisamos girar o disco e voltar algumas décadas, já que hoje ele ostenta seus 45 anos muito bem vividos — um exemplo de que nunca é tarde para recomeçar, seja na música ou em qualquer outra área. Na metade dos anos 90, ele frequentava as festas que rolavam em Campo Grande/MS, que na época trazia principalmente DJs da cena paulista.
O interesse para saber mais foi tanto que volta e meia ele fazia uma ponte aérea até SP para ver de perto estrelas nacionais e internacionais. Bortolato viveu desde as noites memoráveis do Lov.e até as festas do Circuito Skol Beats, aprendendo com quem reinava naquela época: DJ Mau Mau, Anderson Noise, Renato Cohen, George ACTV… Na virada do século mergulhou fundo nos estudos de discotecagem, o acervo de vinil começou a ganhar volume e o Techno (principalmente com influências de Detroit) passou a ocupar um espaço importante no seu dia a dia, do mais minimalista ao mais melódico.
“Minha primeira experiência profissional surgiu em 2004. Recebi dois convites que me marcaram muito: um para tocar no Club Tozen, do Renato Ratier, em uma noite com Misstress Bárbara e Preach, e outra data importantíssima foi abrir a pista pro francês Agoria. Surreal! Eu ainda não tinha muita experiência na época mas toquei em duas pistas lotadas”, ele lembra.
Em 2006, foi a vez do Garage Club fazer o convite. “Estreei no club e uma semana depois recebi o convite para integrar o casting de residentes. Firmei presença mensal no ‘Check-in’, projeto que trouxe grandes nomes internacionais como Richie Hawtin, Technasia, Valentino Kanzyani, Funk D’void e Umek, dentre outros artistas nacionais”, conta Juliano. Toda a experiência adquirida nessas gigs deram confiança para o start de um novo projeto, em 2008, idealizando o Discotech ao lado de Andre X no Club Hause.

Em 2010, Juliano resolveu dar uma pausa na carreira, partiu para os Estados Unidos, lá continuou estudando produção musical em Los Angeles. “Foi uma grande mudança na minha vida, eu queria aprimorar meu Inglês e focar de verdade na produção. Voltei para o Brasil e me formei pela academia de áudio OMID, em São Paulo, mas por outras prioridades deixei a música em segundo plano, retomando apenas em 2018”, explica.
Hoje, além de se dedicar com mais ênfase ao trabalho de estúdio, ele encabeça dois projetos ligados à música eletrônica: Pizza Loop, que conecta música, arte e gastronomia em um ambiente descontraído com pizza (claro!) e cerveja artesanal, e também o MusicLab, um canal do Youtube para streaming de DJs locais.
Bortolato ostenta um perfil que faz uma fusão entre suas mais antigas influências e o que há de melhor nas sonoridades contemporâneas, com batidas minimalistas e o groove do Techno. Determinado a evoluir e conquistar novos espaços, Juliano Bortolato é um nome a se ficar de olho.
A música conecta.