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A música conecta

Com quase uma década de pista, Lolô Bortholacci sabe bem como comandar uma boa festa

Por Alan Medeiros em Entrevistas 07.06.2017

No Rio Grande do Sul, diferentemente de outras regiões do país, o mercado da música eletrônica passou por alguns anos de recessão na capital e isso fez com que o interior se desenvolvesse principalmente através de clubs e núcleos. Esse movimento conectou muita gente boa e interessada em entregar algo diferente as pistas. Santa Maria, Caxias do Sul, Farroupilha, Garibaldi e Passo Fundo são exemplos de cidades que criaram seus próprios circuitos e tornaram eles sustentáveis.

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Dentro desses nichos, alguns bos artistas ganharam a luz do dia. Entre eles, Lolô Bortholacci, residente do Beehive e uma das crias da cena de Passo Fundo. Lolô tem sido um nome frequente nas principais festas do estado e correspondido a altura expectativas colocadas sob seu trabalho com sets vibrantes e bem construídos. Um pouco mais sobre a DJ você confere abaixo, nessa entrevista exclusiva. Amanhã ela participa do Alaplay Podcast. Fique de olho:

1 – Oi Lolô! Obrigado por nos atender – novamente. Esse ano tem sido um ano de estreias e gigs especiais na sua carreira, não é mesmo? Fale um pouco sobre seu atual momento e o que você almeja para o futuro.

Eu que agradeço pela oportunidade de vincular meu trabalho a este veículo! Esse ano realmente tem sido especial, fiz apresentações em projetos e em clubs novos, em eventos que há muito tempo sonhava em fazer parte e de fato com empenho e dedicação novas portas vêm se abrindo.

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2 – Muitos DJs garantem que a música não foi uma escolha e sim o único caminho a seguir após descobrirem essa paixão. E você, teve que deixar alguma carreira ou profissão de lado para se dedicar a carreira de DJ ou tem conseguido conciliar dois mundos até aqui?

Tempo sempre é precioso, mas acredito que se você quer algo e você usa esse objetivo como trampolim, tudo é possível. Sempre tive duas profissões até porque acredito que sem uma delas eu não estaria fazendo o que realmente amo, então consigo lidar bem com essa situação.

3 – Qual a análise que você faz do atual momento da cena no Rio Grande do Sul. Na sua visão, quais pontos o mercado tem de melhor por aí?

Dos 8 anos que estou inserida no mercado, acredito que nos últimos 4 o interesse pela venda e pelo consumo da música eletrônica aqui no RS se tornou maior. Grandes casas noturnas, projetos itinerantes e núcleos têm tornado nosso Sul parte do circuito de grandes nomes internacionais e nacionais e vejo esse mercado crescendo a cada dia.

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4 – Como você se sente inserida dentro desse processo de evolução das cenas house e techno no Rio Grande do Sul? Como você tem buscado contribuir para esse cenário?

O público é o principal fator que nos leva a evolução e ao constante movimento. Passei por muitas fases musicais nesses 8 anos e através de muita pesquisa acredito que consigo fazer a leitura da pista e aliar meu gosto musical com o que ela está pedindo. Esse foi o principal aprendizado que tive até aqui.

5 – Você tem planos para produção musical? Se sim, fale mais a respeito…

Com certeza é um grande sonho meu mas tudo tem seu tempo. Hoje acho muito mais importante entregar um bom resultado pra pista, através de pesquisa, técnica e feeling do que começar um projeto novo com incertezas.

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6 – Fale um pouco sobre o papel da Beehive na sua carreira e da sua participação como DJ residente do club.

Foi através da Beehive que há quase uma década fiz o curso que me iniciou nessa carreira. Na minha primeira apresentação em 2008 me tornei residente do club. Nesses 8, 9 anos consegui desenvolver meu público, projetos e contatos que se não fosse pela casa, provavelmente não teriam acontecido.

7 – Você é uma artista que desenvolve sets de maneira versátil, tanto para warm ups, quanto para peaktimes. Como funciona sua pesquisa musical? Atualmente, quem s„o os artistas e labels que possuem mais força em seu radar?

A pesquisa começa na releitura da minha última apresentação, analiso o que poderia ter feito diferente e começo a costurar a próxima gig. Minha pesquisa musical é diária e escuto muito sets de artistas que me chamam a atenção em suas produções. Atualmente o que tem me influenciado tem sido melodias marcantes e envolventes desde produções mais leves e alegres do Bicep, Eagles & Butterflies, Roman Flugel, como mais sérias e intensas como algumas do Gardens of God, Human Machines, Just Her.

8 – Na sua visão, falta espaço para as mulheres nos line ups? O que pode ser feito para melhorar esse quadro?

Acredito que não existe mais essa distinção, pelo menos no mercado em que atuo e planejo continuar. Você tem a oportunidade de apresentar um bom resultado, de agradar o público e de tornar o evento atraente para o contratante, o gênero na minha visão não faz essas variáveis mudarem.

9 – Para encerrar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Na minha caminhada, a música é a principal ferramenta que me conecta com meu lado espiritual, através dela aprendi a me comunicar de outras formas, a sentir e identificar energias e a respeitar propósitos e trabalhos.

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