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A música conecta

Alataj entrevista Vinyl Speed Adjust

Por Alan Medeiros em Entrevistas 30.07.2018

Vinyl Speed Adjust é um duo romeno que ganhou um merecido espaço no cenário internacional após lançamentos em labels como Visionquest, Pressure Traxx e Jesus Loved You. Com suas produções amplamente apoiadas por do calibre de Barac, Ricardo Villalobos e Luciano, não é difícil entender por quê a dupla é apontada como um dos principais expoentes do minimal romeno na atualidade.

O nome do projeto já entrega: há uma grande paixão pela cultura do vinil envolvida em tudo o que dá forma ao VSA. Desde os lançamentos produzidos pela dupla, até o trabalho entregue com os selos dirigidos pelos seus membros, Crystal Structures e VSA Records, muito do que o Vinyl Speed Adjust é hoje se deve aos EPs, singles e remixes prensados em vinil e gravados na eternidade. Entretanto, a resposta para o sucesso da dupla se deve a estética de trabalho original e surpreendente que dá ritmo as ações do VSA dentro e fora do âmbito de pista – já que parte do que o é entregue pelos seus integrantes soa experimental.

Após uma estreia em Londrina, o já aguardado retorno do projeto ao Brasil tem data marcada com tour acompanhada pela Gigloop. Esse sábado o D-EDGE recebe os recebe pela primeira vez para a segunda edição de seu projeto D.SIDE, que acontece no Canindé. Em seguida, eles tocam no Rio de Janeiro na 4 Finest Ears e fecham a tour em solo catarinense, com apresentação frente a pista do detroitbr. Nesse bate-papo exclusivo, destrinchamos de forma pontual alguns destaques da jornada do VSA. Confira:

Alataj: Olá, meninos! Tudo bem? Obrigado por nos atender. Sem dúvidas, um dos destaques da carreira de vocês é o seu catálogo, formado por lançamentos em labels do calibre de Visionquest, Pressure Traxx e Jesus Loved You. Pessoalmente e profissionalmente, o que esses lançamentos representam pra vocês?

Vinyl Speed Adjust: Olá pessoal! Em primeiro lugar, obrigado por nos convidarem para esta entrevista. Estamos muito animados para tocar em São Paulo pela primeira vez e explorar a cidade também. É um verdadeiro privilégio para nós.

Quanto à sua primeira pergunta, estamos muito felizes por ter quase uma década na música. Nós investimos muita paixão, energia e emoção em cada lançamento, por isso estamos muito agradecidos por todo o apoio que recebemos e por todos que continuam gostando da nossa música. Mas, ao mesmo tempo, somos nossos maiores críticos, por isso estamos sempre nos esforçando para melhorar e inovar nosso som e nossa música. Ainda temos muito a fazer antes de nos sentirmos perto de realizados com o nosso catálogo.

É notável que todo movimento musical vindo da Romênia passa por um momento de grande visibilidade no cenário internacional. Na visão de vocês, ao que se deve esse momento de efervescência do minimal a nível global?

Sim, é verdade. A Romênia definitivamente se tornou um centro icônico da música eletrônica em todo o mundo, especialmente no que diz respeito ao gênero minimal. Ao longo dos anos, nosso país criou muitos produtores e DJs talentosos, mas a história da nossa cena não é tão recente. Muitas pessoas consideram a nossa cultura musical underground algo muito recente, mas na verdade ela vai muito além do que a maioria das pessoas entende, ainda mais quando estamos falando sobre a cena minimal. A Playedby escreveu um ótimo artigo sobre a história do gênero no início do ano, então se vocês querem saber o que inspirou o que nós e quase todos os artistas romenos fazem hoje, vocês definitivamente deveriam dar uma olhada aqui:

Quando você tem tantos talentos que fazem coisas incríveis em todo o mundo representando a Romênia, é natural que artistas mais jovens queiram imitar seus predecessores e sigam seus passos, que é o que muitos dos artistas romenos estão querendo alcançar. Mas, essencialmente, é a cultura inteligente e o ethos descontraído por trás dos artistas e da música que manteve o movimento underground romeno tão saudável e enriquecido por tantos anos.

Ricardo Villalobos, Barac, Luciano e Valentino Kanzyani são apenas alguns dos nomes que tem oferecido suporte as músicas do VSA. Entre todos os suportes que vocês já receberam, há algum que pode ser considerado mais importante ou especial?

Obviamente, receber apoio desses artistas estabelecidos é sempre uma bênção e reforça nossa crença no que fazemos. Mas nos sentimos igualmente motivados quando recebemos apoio de qualquer pessoa que simplesmente goste da nossa música, independentemente de seu status. Fazemos música para todos, por isso é sempre bom ver e ouvir a nossa música ser tocada e apoiada em todo o mundo, seja quem for o artista e seja qual for a festa.

De que forma VSA e Crystal Structures mudaram a forma como vocês se relacionam com o mercado e outros artistas?

Ter o seu próprio selo definitivamente ajuda no seu desenvolvimento pessoal e na sua progressão como artista. É claro que isso também fornece a você um meio exclusivo de se conectar com outros artistas que você respeita e com quem deseja colaborar. Nosso foco na Crystal Structures era trabalhar com artistas mais olds chool, como Mark Ambrose e Exos, que estavam acostumados a fazer as coisas mais tradicionalmente. Isso também nos ajudou a entender melhor como tudo funcionava antes da digitalização da indústria, por exemplo.

O que vocês tem ouvido falar sobre a cena eletrônica do Brasil? Quais são as suas expectativas para a estreia por aqui?

Nós só ouvimos coisas boas sobre a cena local do Brasil, especialmente sobre o D-EDGE. Muitos artistas que respeitamos têm tocado no país, é uma verdadeira honra finalmente termos a chance de vir e tocar para vocês.

Tocamos em Londrina no último fim de semana, foi a primeira gig da América do Sul e todos foram muito receptivos. O mais importante é que todos que conhecemos até agora são mente aberta quanto a música e gostaram de dançar com a gente, então já nos sentimos muito à vontade aqui. Nossas expectativas para o resto do nosso tempo no Brasil são altas, mal podemos esperar para vivenciar mais da sua cultura musical.

Sempre fui muito curioso quanto ao processo criativo de duplas e trios de música eletrônica. Como isso funciona pra vocês? Cada um possui sua função ou as coisas fluem naturalmente?

Não existe uma fórmula mágica para o modo como trabalhamos, é realmente um processo muito natural – nunca forçamos nada a acontecer por causa disso. Nós dois compartilhamos experiências e influências musicais similares, é por isso que as coisas estão funcionando bem para nós agora.

Nós obviamente nos divertimos muito viajando, tocando em muitas cidades incríveis ao redor do mundo e vivenciando diferentes culturas. Isso nos mantém inspirados a nos esforçarmos ainda mais – focamos muito dessa inspiração em nossa música. As melhores coisas que vivemos desde que começamos essa jornada, nós vivemos como um duo, então só esperamos que continue assim.

Para fechar! Muito se debate sobre a diferença de sons analógicos e digitais. Como vocês se posicionam em relação a isso?

Somos grandes fãs de ambos. Por isso, tentamos incorporar sons analógicos e digitais em todas as nossas produções. Sentimos que essa é a melhor forma de alcançarmos o som que queremos produzir, que está em constante evolução, assim como a tecnologia musical. Quem não gosta de um monte de equipamentos?

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